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-Millie-

Acordo de manhã ouvindo gritos vindos da casa da minha vizinha, a Sadie.

Levanto da cama meio atordoada, olho para o relógio e ainda era 5:30, olho para a janela, ainda estava escuro, vou até a cozinha beber um copo d'água.

Escuto mais gritos, e vejo Caleb saindo com seu carro, ele parecia com raiva.

Decido tomar um banho para ir lá ver se aconteceu algo, faz um bom tempo em que eu venho escutando uns gritos e gemidos, mas não eram de prazer ou algo assim, eram de dor.

Saio do banheiro e Noah já estava sentado no colchão, ele havia dormido aqui.

—você ouviu? –pergunto me referindo aos gritos.

—ouviu oque? Não, tá doida? –ele me pergunta pelo visto não sabia de nada.

—os gritos que estavam vindo da casa da vizinha.

—a Sadie? A ruiva? –afirmo que sim. —Millie sua safada, você está de olho naquela gostosa.

—o-oque? Não ela namora. Vou lá perguntar se está tudo bem.

Falo me virando de costas para pegar uma roupa.

Saio do quarto sem deixar ele responder e vou me vestir na sala.

Pego o meu carro e vou até a padaria, chegando lá eu compro pães de mel e sorvete.

Volto para casa, arrumos os pães em um pote de vidro com uma tampa cheia de corações em volta, e vou levar até lá, na verdade eu já sei o porque dos gritos.

Ontem eu vi ela pelada na varanda do quarto, ela estava sangrando e com vários machucados vermelhos e roxos pelo corpo. O pescoço dela tava todo roxo como se ela tivesse sido enforcada.

Caleb machuca ela.

Cheguei a essa conclusão não tem como seroutra coisa.

Bati na porta da casa e ninguém respondeu, então bati de novo.

Na quarta vez em que eu bati, já estava quase desistindo, foi quando ela abriu a porta, estava linda.

—oi, tudo bem? –pergunto sendo educada.

—oi, tá....tá tudo bem sim. –fala olhando em volta.

—eu trouxe isso para você. –falo entregando as coisas. —não foi eu que fiz, mas eu cozinho bem até...

—puxa, obrigado, faz tempo que eu não como pão de mel, deve estar uma delícia.

—então...ontem, ontem eu ouvi gritos, e hoje também...tá tudo bem?

—bom, se eu falar que sim você não vai acreditar né? –ela me pergunta me convidando para entrar.

—é só que lá fora tem câmeras e o Caleb fica me vigiando o dia inteiro.

—ah, ok, bom, então...

—A três anos atrás, quando eu completei 17 anos, Caleb me trouxe para morar aqui, ele me disse que eu teria uma casa imensa, muitos filhos, me casaria com ele e tudo, eu aceitei só a parte da casa, desde então Caleb vem me maltratando, do jeito que ele faz aquilo... é impossível eu engravidar, uma vez eu ainda consegui, mas ele matou o bebê na segunda semana. Ele me bate, não deixava eu sair de casa, e agora eu vou apanhar de novo quando ele chegar em casa, se pelo simples fato de eu ter deixado que entre aqui. Venha ver só isso que ele me obriga a usar.

Ela me arrasta até uma gaveta na sala, e a abre, lá dentro tinha vibradores enormes e muitos chicotes.

—meu Deus do céu! Jesus, ele te obriga? Por favor Sadie eu vou ligar para a polícia.

—não posso ligar porque ele tomou meu celular.

—claro, eu ligo para você.

Liguei para a polícia, que chegou logo após Caleb chegar, ele chegou gritando, dando um tapão na cara da Sadie, bem nessa hora os policiais entraram na casa e deram uma boa surra nele, o algemou e levou para a viatura.

A policial veio até mim e Sadie, que estava deitada parecendo um bebê no meu colo, que fofa, eu acho que Noah está certo, eu acho que estou me apaixonando por essa garota.

—está tudo bem com você? –a moça pergunta.

—sim, ele vai me deixar em paz? –Sadie pergunta a ela.

—sim ele vai ser preso, só vão sair de lá quando tiver bem velho. Quero que ele morra antes mesmo de conseguir sair de lá. –a moça responde a Sadie.

—você vai para a minha casa. –falo com Sadie. —lá é legal tem uma cama a mais, que Noah dorme as vezes, quando me sinto muito sozinha.

—obrigada, eu não quero ficar aqui nem mais um minuto.

Me levanto do chão e a abracei, um abraço sensível, carente e cheio de sentimentos, ela fecha a casa nos vamos até a minha.

—bom, aqui é menor do que a sua mas sinta-se à vontade.

—sua casa é linda, não adianta morar em uma casa gigante totalmente podre por dentro. –ela fala me dando um abraço.

—ei, eu posso te , dizer, uma coisa? –pergunto.

—claro.

—mas não quero que fique estranha por isso.

—claro pode falar.

—eu gosto de você.

Sweet BearWhere stories live. Discover now