Daniel

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Quando estremeço sentindo meu pênis pulsar dentro dele, alguém entra no quarto. Escuto apenas um grito e vejo que minha mãe está parada na porta com a cara no chão.

– Vistam-se!
– Mãe não era para vir sem avisar. – Gabriel está colocando a roupa.
– Pode se vestir e ir para casa Gabriel. – Disse ela.
–  Gabriel mora aqui mãe.
– Não posso acreditar que você virou gay Daniel. Te criei direito.
– Eu sou bi mãe e me apaixonei por Gabriel, que cuida muito bem de mim.
– Gabriel, depois vamos acertar os seus pagamentos e você pode procurar outro emprego.
– Tudo bem, estou saindo, depois volto para pegar minhas coisas.
– Muito bem. – Minha mãe está furiosa. – Seu pai vai ficar tão chateado de saber de uma coisa dessa e pensamos que Gabriel era uma boa pessoa. Vou ligar para Alana voltar para casa.
– Não quero ver Alana pintada de ouro e sou adulto posso decidir por mim já e pago minhas contas.
– Mas enquanto estiver viva você não vai agir assim. Fora que se soubesse que Gabriel é gay não tinha começado aqui.

Fico de pé para mostrar para ela o avanço que tivemos. Gabriel passa e me da um beijo na testa e avisa que depois me manda mensagens. Apenas digo tudo bem e vejo que ele está muito triste com toda a situação.

– Cadê a mulher que contratei para limpar e cozinhar aqui? – Diz minha mãe.
– Ela nunca nem apareceu. – Respondo. – Eu amo o Gabriel mãe, você não vai tirar ele de mim. Não mesmo. Agora que estou feliz de novo.
– Seu lugar é com Alana.
– Que não está nem aí e nem me liga para perguntar se estou bem. Me deixa sozinho por favor, não quero mais ver você hoje e nem o pai. Saiam vão dormir em um hotel.
– Estaremos no quarto ao lado e se quiser.

Ela sai e bato a porta na maior força do mundo. Quando tudo está caminhando para dar tudo certo a vida faz uma coisa dessas. Temos a viagem em menos de duas semanas e como vai ser daqui para frente? – Literalmente não sei. Espero que minha mãe pense na merda que ela acabou de fazer e repense. Gabriel é uma pessoa incrível e uma das melhores que já conheci nessa vida. Não é interesseiro e é generoso. Decido mandar uma mensagem para ele.

"Desculpa amor."

Fico esperando-o responder e nada, pelo menos não de imediato. Vou do quarto para o banheiro e vejo que meus pais estão conversando na cozinha. Passo sem falar nada e espero que nenhum dos dois abra a boca para falar comigo.

Tiro minha roupa e troco para cadeira do banho e fico muito tempo debaixo do chuveiro. Não trouxe meu celular para o banheiro então não sei se Gab me respondeu e espero que tenha me responder pois já tem quase uma hora que encaminhei a mensagem. Deixo cair bastante água sobre mim e fico pedindo para conseguir voltar a andar logo e poder sumir com Gabriel para bem longe de tudo isso.

Saio do chuveiro e vou de toalha até o quarto, só consigo me trocar deitado na cama. Chegando no quarto a primeira coisa que faço é olhar o celular e vejo cinco mensagens de Gabriel.

"Você não tem culpa amor!"

"Vai dar tudo certo"

"Estou no hotel aqui perto de casa. Qualquer coisa me liga que vou correndo te sequestrar aí."

"Pior que eu amo você"

"Amei nosso momento hoje, amei o sexo, estar com você. Demorei para responder pois estava resolvendo as coisas do check-in"

Fico meia hora olhando para o "pior que eu amo você" e penso no quanto também estou apaixonado e respondo apenas um "acho que estou realmente apaixonado" e Gab responde que também está e que vai cancelar as viagens e deixar para um momento mais feliz. Respondo concordando e decido ir até a cozinha.

– Eu quero que vocês dois vão embora do meu apartamento.
– Olha o jeito que você fala com seus pais garoto. – Diz meu pai.
– Eu não sou mais nenhum garoto pai, amo o Gabriel e é com ele que vou ficar no momento queira vocês ou não.
– Pare com suas safadezas Daniel. Pare. A gente sabe muito bem que bissexual não sabe o que quer e fica vivendo de promiscuidade.
– Só de você falar isso mãe já da para ver que você não entende merda nenhuma.

Sinto um tapa na cara. Aquilo entra na minha alma. Mas não é agora que vou desistir.

Vou até meu quarto, ajunto algumas coisas na mochila e me dirijo até a porta. Apenas digo para meus pais que volto para casa quando eles forem pessoas melhores e entenderem um pouco que as pessoas não podem ser como eles querem. E peço também que já que eles não querem me ver feliz que vão viver a vida deles bem longe da minha casa.

Fico esperando um Uber na porta do prédio e coloco o endereço do hotel de Gab, estou indo de surpresa. Já tenho quase trinta anos, não da para aceitar algumas coisas dessa vida.

Dentro do Uber está tocando uma musica bem antiga e que conta a história de um dos meus livros favoritos. No caminho começo a derramar algumas lágrimas e tento disfarçar o máximo para que o motorista não me questione em nada e nem eu tenha que dar algum tipo de satisfação.

Perto do hotel vejo que Gab está pegando uma entrega com algum entregador de aplicativo de fast food. Saio do carro e vou em direção a ele que está pagando e digo:

– Tem para mim?

Descobrindo o Amor (Romance Gay)Where stories live. Discover now