Floresta negra

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                        Capítulo 5

Acordei com um estrondo que percorreu todo o céu, estava chovendo e bem frio. Olhei no canto do quarto e vi minha bolsa no chão.

Me levantei e olhei pela janela e grossas gotas de chuvas batiam contra o vidro grosso. Fechei as cortinas e fui para o banheiro.

Escovei meus dentes, escovei os cabelos, lavei o rosto e coloquei uma calça jeans preta e uma camisa grande do AC/DC, deixei meus cabelos soltos e saí do quarto.

Estava prestes a descer as escadas quando a moça que trabalha na casa me parou novamente antes de eu sequer tocar no corrimão.

- Precisa de algo senhorita - diz com um sorriso forçado.

- Eu já fiquei aqui por tempo de mais, preciso ir embora. Quanto mais cedo eu sair, mais cedo eu arrumo um emprego não?! - falo sorrindo.

- Mas e seu café da manhã?
- Não tomo.

- E esta chuva?

- Vou correndo.

- Mas está perigoso e você não tem um calçado.

- Eu aguento - menti.

Quem é que aguenta ficar andando 24 horas por dia descalça pelo meio dessa cidade gigante.

- Mas terá que andar pela longa pista e é perigoso - fala abanando as mãos no ar.

- Está tudo bem, andar me ajuda a pensar.

Ela fez uma cara de impaciente. Olhou o relógio e depois para a porta principal, pegou um comunicador de seu bolso e o ligou.

- Pelo menos coma algo. Eu demorei tanto a fazer…

Não pude negar ou ficaria pensando o dia todo nisso. Ela me levou até a cozinha e comi de tudo, de bolos e chocolates a pães e pudim, estava tudo maravilhosamente gostoso.

Me levantei e coloquei a louça que sujei na pia para eu mesma lavar, mas ela me empurrou e protestou contra eu lavar.

- Já que insiste... - falei colocando as mãos para cima.

Percebi que já passou da hora em que eu planejava sair então, me aprecei e corri até a porta, quando abri dois homens se viraram para mim.

Um deles estranhamente me parecia familiar já o outro… no caso os dois eram gigantes e tenebrosos.

Dei um passo para frente e eles bloquearam a passagem com seus corpos, tentei mais uma vez e nada.

- O que ha com vocês? Me deixem passar! - falo empurrando eles, no caso, tentando.

Comecei a gritar e dizer mil coisas para me deixarem ir embora, mas sempre diziam, independente do que eu fazia. " Temos ordens"

Olhei incrédula para eles e dei alguns passos para trás, eles ficaram me olhando e quando foram se virar eu corri e passei entre a brecha.

- Ei!! - os dois gritaram juntos.

Corri o mais rápido que pude até começar a ver o portão que estava fechado, eu tinha que dar um jeito de passar nessa muralha irritante.

Olhei para os lados e vi uma pequena estátua que ficava perto o suficiente do muro, mas a queda para o outro lado seria feia.

Corri para ela e escutei os caras me gritarem chegando cada vez mais perto, escalei a estátua e fique em cima dela.

Pulei da estátua para o muro que, por incrível que pareça, era grosso. Quando fui pular para o outro lado vi um carro preto vindo as pressas.

Olhei melhor e vi o senhor Allef com uma cara nada boa olhando para mim, fiquei meio confusa.

Ele desceu do carro e veio na minha direção, eu me desequilibrei para trás, mas logo me endireite.

- Astrid saia de cima do muro! - disse irritando gritando. O portão se abriu e vários guardas se juntaram em minha frente e atrás. - Mas que porra! Porque vocês deixaram ela sair seus incompetentes.

- Como assim "deixou sair?" Estes filhos da puta estavam me prendendo dizendo que eram ordens suas - gritei apontando o dedo para sua direção.

- Olhe a língua Astrid! - disse em um tom ameaçador.

- Se não o quê? Me deixe ir embora. Agora! - bati um dos pés no muro.

- Se você descer nós deixamos.

- Como se eu fosse acreditar.

Me virei para o lado e saí correndo sem me desequilibrar, uma pequena florestas se formava ao lado da casa após uma longa corrida.

Allef me olhava furioso enquanto corria até mim. Com pressa olhei para baixo e vi um pequeno arbusto que já parecia não ser muito dos macios.

Fiquei na dúvida se pulava, mas ele estava se aproximando. Quando estava chegando perto pulei com tudo me ralando e cortando em vários lugares me causando uma dor chata.

Olhei para ele e corri mais rápido ainda entrando na floresta, alguns galhos me arranharam e começou a esfriar mais, chovia muito e meu corpo todo tremia.

Escutei gritos de homens se aproximando, vi um lago e pulei dentro.

Respirei fundo, soltei o ar, respirei fundo, soltei o ar e quando consegui ver um dos homens respirei fundo e afundei.

Escutei vários deles passando em volta do lago, o som era abafado, mas não impossível de escutar e a chuva dificultava.

- Onde está aquela pirralha?!

- Pare de falar assim, se o chefe te escutar ele te desmonta.

- Apenas vamos procurar, se não a acharmos ele cata nós todos.

Eu já estava ficando sem ar, eles começaram a andar e se distanciar. Quando vi era seguro subi para a cima e respirei fundo.

- Pirralha vai ser minha mão na cara de vocês.

Corri para o fundo da floresta até escurecer o dia. Eu já estava cansada e todo meu corpo doía, as surra do meu tia ainda estavam ali e parecia piorar.

Enquanto corria sem enxergar quase nada bati em um tronco de árvore no chão e cai em uma vala batendo a cabeça e perdendo tudo de vista.

Tudo girava e meus ouvidos zuniam, tentei me levantar, mas o máximo foi me arrastar até uma poça de água que era do tamanho de meu corpo.

Meu corpo pesou a chuva piorou e me sentia cada vez mais fraca. Olhei para cima e vi as grandes árvores fazendo uma linda paisagem se juntando com o céu escuro e chuvoso, os sons das árvores, dos animais, e das gotas se chocando com o chão eram lindos.

Uma linda forma de se morrer e em um lugar lindo de se ficar.

Entrando no Inferno Onde as histórias ganham vida. Descobre agora