Prólogo

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Rafaella estacionou a BMW em frente a enorme mansão dos Kalimann's. Observou as pessoas que estavam sobre o jardim entretidos em alguma conversa, uma música ambiente tocava e a mineira não conseguiu distinguir qual era pela distância.

Desligou o carro mas não saiu dele, deixou a cabeça cair sobre o volante enquanto respirava fundo e mentalmente se preparava para ver ela. Bianca Andrade, milionária, carismática, ambiciosa, poderosa, gostosa e esposa do seu pai, Rodrigo.

O patriarca Kalimann era um homem bonito, bem conservado como se diziam, no auge dos 49 anos, havia nascido em berço de ouro e herdado uma grande fortuna. Dinheiro esse que não era muito limpo, convenhamos, mas era dos supremos do Rio de Janeiro.

A Freika, maior máfia no Brasil, foi criada em 1990 e passada de gerações a gerações. Eles tinham aliado em cada parte do mundo, acredite, desde polícia até presidente. E o seu principal e mais favorito negócio era o narcotráfico.

Possuíam uma empresa, uma de fachada pro real trabalho, sabe? A Kalimann's Technology e quem ficava mais à frente dali era Renato, o filho do meio.

Bianca Andrade na flor da idade dos vinte e cinco anos, havia se casado com Rodrigo a apenas um ano. A diferença de idade assustou um pouco os Kalimann's e a imprensa, mas Bianca tinha alianças fora do país e que era de bom agrado para os negócios de Rodrigo.

A carioca desde jovem amava o dinheiro e o queria fácil. Não foi difícil entrar em tal meio, soube usar da beleza incomparável e do corpo perfeito para conseguir muita coisa. Em pouco tempo, se tornou a melhor.

A união entre Bianca e Rodrigo era um casamento de faixada por interesses mútuos por trás, bem era pra ser isso... Mas o homem se apaixonou perdidamente na carioca. No fundo, Rafaella entendia bem o porque de tal coisa ter acontecido, aquela mulher também era dona dos seus mais pecaminosos pensamentos e vontades.

Era errado fazer aquilo com o próprio pai? Com certeza. Mas Bianca era o seu inferno particular, apenas ela era capaz de lhe concertar e ao mesmo tempo, lhe destruir.

Rafaella se despertou do transe que estava e saiu do carro trancando o mesmo. Andou em passos calmos até o interior da mansão, cumprimentou com a cabeça algumas pessoas que haviam ali e passou pela grande porta conseguindo ter visão da sala de estar.

Avistou o pai que também lhe viu e fez um sinal com a mão para que a mesma se aproximasse, assim o fez.

"Filha! Você demorou um pouco." Rodrigo proferiu deixando um beijo sobre a testa da mulher. "Aconteceu algo?"

"Oi, pai. Não, está tudo bem." Sorriu pra ele e pegou uma taça de vinho branco quando o garçom passou. "Tem muitas pessoas aqui."

"E ainda irão chegar mais, querida. Hoje negócios serão feitos, Rafa. Tem uma nova demanda chegando e vamos estar nela." O homem exclamou com os olhos brilhando.

Se tinha uma coisa que Rodrigo amava mais depois os filhos era o dinheiro. Ou bem, talvez ele amasse mais o dinheiro do que os filhos, é uma linha bem tênue.

Rafaella até havia tentando ficar fora de tal negócios, mas estava no seu sangue. Nasceu e cresceu amando o poder, a fortuna, aprendeu que sempre tinha que buscar por mais e mais.

"Perfeito." Os olhos verdes rolaram pela sala. "Me deixe por dentro então."

"Sempre, afinal, você é a minha primogênita." Piscou pra ela. "Seus irmãos estavam te procurando."

"Ótimo. O senhor os viu?"

"No bar." Informou cumprimentando de longe alguém que Rafaella não quis saber quem era. "O que estão tramando?"

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