Capítulo 10 - Confronto direto

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Oi! Só queria falar que ri muito com os surtos de vocês no último capítulo. :)

Boa leitura e até o próximo!

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Dez anos atrás.

O dia estava horrível em São Paulo, acontecia uma forte chuva e alguns trovões. Ao lado do irmão, Rafaella observava o caixão que continha o corpo de sua mãe ser descido devagar até a cova.

Não chorava, pois até achava que não tinha mais lágrimas para isso, também não esboçava nenhum tipo de reação. Os óculos escuros impedia que as pessoas presentes conseguissem ver seus olhos vermelhos.

O caixão de madeira foi finalmente posto dentro da cova e o rapaz de uniforme começou a jogar a terra no seu devido lugar. Alguns minutos depois, a cova já tinha sido tapada e Rafaella nunca mais iria ver o rosto da mãe.

A Kalimann tão focada na imagem a sua frente que nem notará a movimentação a poucos passos de si. Foi tirada dos devaneios por Renato que cutucou de leve seu braço.

"Rafa, a Tia Ana." Apontou para o lado direito com a cabeça.

Rafaella então olhou para lá vendo a mulher de vestido preto e óculos segurando um buquê de rosas brancas na mão. Soltou-se do irmão e caminhou rapidamente até ela.

"Titia." Proferiu com a voz embargada abraçando fortemente a mais velha.

Ana retribuiu seu contato e apertou os braços ao redor da sobrinha, depositou variados beijos sobre seu cabelo enquanto dizia o tanto que a amava.

"Como você está, minha pequena?"

"Minha mãe..." Rafaella não conseguiu terminar a fala e o choro lhe tomou conta.

"Eu sei, querida, eu sei. Você pode vim comigo?" A mulher perguntou encarando Rodrigo do outro lado que também observava as duas.

"Sim." Deu de ombros olhando de relance para o pai. "Renato!"

Rafaella chamou pelo o irmão fazendo um gesto para ele que se aproximou e cumprimentou a tia num abraço apertado. Os três saíram do cemitério de mãos dadas, caminhando tranquilamente até o carro de Ana que estava estacionado do lado de fora.

Entraram dentro do veículo, Renato no banco de trás e Rafaella no banco do passageiro do lado da tia. A mais velha então se virou para a sobrinha depois de fechar a porta agarrando suas mãos.

"Como vocês estão, meus pequenos?"

"Sobrevivendo, tia." Renato falou baixinho.

"Eu achei que não iria vim." A mineira disse encarando a mulher. "Antes dela morrer, não falava muito mais de você."

"Eu falei com ela um dia antes, Rafa..." Suspirou. "Eu liguei procurando saber se estava tudo bem, ela me falou de vocês e a voz dela era tão feliz."

"É."

"Você sabe, eu nunca quis-"

"Se envolver nisso tudo." Rafaella completou já sabendo o que ela iria falar.

"Estar perto era estar envolvida, não era o que eu queria. Mas eu me arrependo tanto de não ter ficado mais próxima da Laura, é como se eu tivesse perdido minha alma gêmea."

"Eu sinto essa sensação também."

"Você viu não foi? Alguns vídeos vazaram. Foi horrível." Apertou a mão da sobrinha.

"Eu vi." Soltou um pequeno riso. "Eu juro que tentei, mas foi rápido demais. Eu não consegui ver nada, não esperava, eu não..."

"Rafa." Renato segurou em seu ombro. "Não é sua culpa."

SupremaciaOnde histórias criam vida. Descubra agora