𝗣𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼

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Monte Branco, Grécia, 1981.

Selene Demetriou estava sentada na cadeira da mesa de jantar enquanto olhava para seu prato, mal havia tocado na comida naquele momento. Estava se sentindo vazia, inconsolável.

Uma coruja chegou naquela mesma manhã, informando para a nobre casa Demetriou que sua a jovem Agatha havia sido assassinada por um bruxo inimigo em uma armadilha, mas ninguém sabia ao certo quem havia feito aquilo. Desde a chegada da notícia, a grande mansão ficou silenciosa, o que não era de costume. A família estava de luto.

Um agudo choro soou pelas escadarias de mármore, chegando quase como um sussurro na sala de jantar, Selene levou alguns segundos para raciocinar sobre o barulho, ela então levantou-se e seguiu seu caminho em silêncio. Assim que subiu as escadas, podia ouvir o choro se tornar mais alto, ela parou de frente a porta branca que havia uma placa de madeira, com uma constelação esculpida na mesma. Selene sentiu seu coração apertar e as lágrimas inundaram seus tão tristes olhos, a mulher respirou fundo e abriu a porta.

Sua visão foi invadida pelo belo quarto decorado para confortar a mais nova criança da família. Havia uma bela porta que levava a uma sacada que tinha total visão do jardim e do campo, e também trazia grande parte da iluminação. Em uma parede estava o grande armário que armazenava tudo que era preciso, o berço se encontrava na outra parede frente ao armário, e ao lado do mesmo estava uma poltrona comprada especialmente para amamentação. Haviam algumas prateleiras com pelúcias posicionadas.

Selene foi em direção ao berço, engolindo seu choro e viu a pequena menina que estava chorando sozinha e com o rosto avermelhado. A mais velha a pegou no colo e sentou na poltrona e tentou acalmá-la, até que outra pessoa também entrou no cômodo, com o cabelos escuros presos em um rabo de cavalo e de aparência cansada, era Dahlia, a morena esticou a mão e entregou uma mamadeira que estava cheia e levemente quente, Selene a pegou o objeto e ofereceu ao bebê que a puxou para si.

Dahlia que saiu do mesmo jeito que entrou, em completo silêncio, fechou a porta, deixando Selene cuidar do resto.

A mais velha olhava para cada detalhe daquela criança, tentando memorizá-la e eternizá-la em sua mente.

– Minha linda menina – Selene disse em um tom embargado. – Minha pequena Lyra, ninguém jamais a tirará de mim, sob estes muros você sempre estará a salvo, o que aconteceu com sua mãe não acontecerá com você.

Lyra mal tinha um ano de vida, jamais saberia que aquilo traçaria algo em seu futuro. Desde aquele dia, nenhuma palavra sobre o falecimento de sua mãe sequer foi citado, ela cresceria apenas para saber que Agatha Demetriou foi uma excelente bruxa e que sua partida foi tão dolorosa.

Ao completar 11 anos no verão grego de 1991, alguém foi na bela mansão dos Demetriou cumprir uma esquecida promessa. Quando Dumbledore apareceu, Selene já sabia o que significava. Agatha pediu ao diretor que guardasse uma vaga em sua escola para sua bela filha, e assim ele fez, indo à residência da família para avisá-los.

Todos ficaram resistentes a ida de Lyra para Hogwarts, mas aquilo havia sido um dos últimos desejos deixados por Agatha, então Theodoros, avô de Lyra, deu a decisão final em respeitar a promessa. Então no início de Setembro daquele ano, a jovem Lyra se despediu de sua família na plataforma assim como os outros alunos e embarcou no trem.

Adeus, adeus, adeus
Você era maior que todo o céu
Você era mais do que um curto período de tempo
E eu tenho muito o que lamentar
Tenho muito o que viver sem
Eu nunca vou saber
O que poderia ter sido, teria sido
O que deveria ter sido você
O que poderia ter sido, teria sido você

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⏰ Última atualização: Jun 24, 2023 ⏰

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𝗟𝗢𝗦𝗧 𝗜𝗡 𝗣𝗔𝗥𝗔𝗗𝗜𝗦𝗘 | 𝗁𝖺𝗋𝗋𝗒 𝗉𝗈𝗍𝗍𝖾𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora