Próxima parada: Bloomington

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Hawkins, Indiana. 7:57am.

— Tá, e você tem certeza que essa menina vem mesmo com a gente? Porque ela vai ter que ir quase junto das nossas malas e dos instrumentos.

— É. É. Você e o Gareth podem ir dirigindo enquanto eu vou atrás com ela pra garantir.

Eram mais ou menos umas oito da manhã e nós estávamos todos a espera de Nancy para partir rumo a cidade de Bloomington onde faríamos nosso show seguinte. Jeff perguntava de forma quase insistente acreditando que talvez fossem tomar um bolo da jornalista simpática e que apesar dela ter confirmado, nunca se sabe.

— 'Cê sabe que só porque ela é bonita e foi simpática com você não significa...  — Nessa hora ele mal conseguiu terminar de falar porque fomos cortados por uma outra voz feminina.

— Não significa o que? Eu cheguei. Por um acaso acharam que eu não viria?  — O menino que conversava com Robin de repente ficou em silêncio e foi fazer outras coisas com os meninos enquanto Steve tirava minha mochila do porta malas.

— Esse seu amigo não tem casa não? Toda vez ele vem junto, parece cachorro.

— Ele tem jeito mesmo, quando a gente ficava ele era um cachorro.  — Por algum motivo essa frase não foi boa de ouvir. Afinal, o que uma garota como a Nancy viu num garoto "cachorro" como ele?

— Beleza, a gente vai ou não?!  — Os meninos perguntavam quase em uníssono para nós e com isso ficou bem claro que em breve deveríamos ir.

Depois de todas as malas e coisas estarem devidamente instaladas no carro a morena foi se despedir do amigo cabeludo para poder se juntar ao grupo de adolescentes da van branca.

A formação dessa aventura foi:

Jeff e Gareth no banco do motorista/passageiro brigando pra ver quem vai colocar música no rádio do carro

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Jeff e Gareth no banco do motorista/passageiro brigando pra ver quem vai colocar música no rádio do carro. Eles quase batem a van numa placa no meio da estrada.
Mike e Dustin nos bancos do meio enquanto comem porcarias e jogam videogame. 
Por fim, Nancy e Robin nos assentos improvisados juntamente as malas e instrumentos sem visão alguma da paisagem lá fora.

O que poderia dar errado? Afinal. São só 6 adolescentes numa viagem de carro. 

Bloomington, Motel 6. 13:00pm.

 — Criançada, chegamos!  — Finalmente depois de longas horas tendo que medir cada posição para não chutar o rosto um do outro na parte de trás dos bancos os meninos avisam que chegamos

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 — Criançada, chegamos!  — Finalmente depois de longas horas tendo que medir cada posição para não chutar o rosto um do outro na parte de trás dos bancos os meninos avisam que chegamos.

 — Graças a deus. Não aguentava mais.

De repente dou um tapinha na cabeça de Dustin e reviro os olhos escutando dizer que estava cansado.

 — Pelo menos você não teve que vir junto das tralhas e sem visão alguma da paisagem. Fica na sua hein. 

Nesse meio tempo os meninos estacionam a van na vaga e todos vamos em direção a recepção para pegar nossos quartos durante os próximos 3 dias. 

 — Boa tarde, bem vindos ao motel 6, como posso ajudá-los?  — A atendente foi simpática e nos mostrou folhetos com breves descrições do lugar e alguns mapas da cidade com indicações de coisas para aproveitar.

 — Queremos 4 quartos, por favor.  — Robin disse com um sorrisinho e a moça foi checar a disponibilidade.

 — Hm... Temos 2 quartos disponíveis. É do agrado de vocês?  — Ela pergunta e concordamos com a cabeça. Não parece tão ruim assim. Com isso nós balançamos positivamente a cabeça e ela volta a nos falar  — Certo. Temos um quarto com duas beliches e um quarto com cama de casal. 

 — Não tem quarto com camas de solteiro?  — Nancy pergunta intrigada e a moça logo nega com a cabeça.

 — Infelizmente não. Esse é o nosso pacote família. Seus quartos serão vizinhos e podem deixar os meninos dormindo juntos enquanto as duas mocinhas dividem a cama de casal.  

Se aquela mulher soubesse o peso que suas palavras tinham... Por deus. Ela só estava fazendo o seu trabalho e como não tinham escolha eles decidimos aceitar. Ao fim daquela conversa foram pegar as chaves do quarto e guardar as coisas antes de decidir o que fazer. 

Basicamente todo mundo já tinha uma noção de como queria aproveitar o passeio. Os meninos iam aproveitar o dia provavelmente em algum fliperama ou na piscina do hotel, Nancy tinha em mente a ideia de conhecer algum ponto turístico da cidade de acordo com o mapa da recepção e Robin queria dormir. Só isso. Dormir até o mundo acabar.

 — Então... A gente vai dividir a cama. Pode ficar tranquila que eu não vou te chutar, roncar, derrubar da cama ou sair fazendo maluquices igual sonâmbula. 

 — Eu não estava preocupada com nada disso, mas agradeço a preocupação, e também não farei nada disso enquanto durmo. 

 — Ah, bom saber... Vai que você começa a falar enquanto dorme e aí eu grito de medo e acordo todo mundo daí a gente é expulso daqui e tem que procurar outro lugar em plena madrugada. Que doideira. 

De repente a boca de Robin estava se movendo mais rápido que seu cérebro e tudo que tinha de constrangedor pra dizer acabou saindo, com sorte, Nancy não daria risada da situação ou talvez sim. Quem sabe. Nesse ponto as duas estavam meio que em silêncio sem saber o que dizer pois a única coisa que conseguiam pensar é 'vamos dividir a cama'.

Moss • RonanceWhere stories live. Discover now