Serendipity | Violet Baudelaire

CAPÍTULO I

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SERENDIPITY
Capítulo I
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Se por acaso estiverem em busca de histórias com finais felizes, é melhor ler algum outro livro. Essa história não contém um final feliz, como também é notável a ausência de um começo feliz, os acontecimentos felizes são raros. Os relatos que serão contados falam sobre os Quagmire, especificamente os quadrigêmeos da família. Coraline, Quigley, Duncan e Isadora, crianças cujos os cabelos eram bastantes escuros, carregavam consigo feições encantadoras e uma extrema inteligência, porém uma falta de sorte, levando-os a uma espécie de infortúnio, sofrimento e desespero.

Em uma noite que não parecia ser fora do comum, suas infelicidades tiveram início. Os quadrigêmeos moravam com seus pais em uma bela mansão em meio a tão movimentada e poluída cidade, na maioria das vezes eram suas únicas companhias já que seus pais passavam a maior parte do tempo em viagens de trabalho. Nessa noite em particular, os irmãos estavam reunidos na biblioteca junto a seus pais que acabavam de voltar de uma viagem do Peru. Duncan e Isadora ocupavam o sofá entretidos em seus próprios hobbies, Duncan era um aspirante a jornalista enquanto Isadora escrevia poesia como ninguém. Já Quigley e Coraline ocupavam as poltronas em frente a seus irmãos, Quigley sendo o cartógrafo da família brincava traçava um caminho com o dedo no globo iluminado ao lado, ao mesmo tempo que a mão de Coraline deslizava pelas páginas de seu livro de lugar-comum desenhando uma paisagem que virá mais cedo em uma viagem de bondinho.

— As coisas parecem ruins — A voz da mãe dos irmãos, Katherine Quagmire, atravessou a sala atraindo a atenção das quatro crianças.

— Qual era a manchete de hoje? — Questionou Quigley em um tom baixo.

— Eu não tenho ideia — Duncan respondeu no mesmo tom fazendo Coraline suspirar, se seu irmão jornalista não sabia, dificilmente conseguirão as respostas que queriam. Mesmo que todos estivessem remotamente interessados, seus pais ainda se mantêm de costas para eles, protegendo o papel de suas vistas. A expressão ‘estar no escuro’, que devem conhecer, refere-se não apenas a arredores sombrios, mas a segredos a seu redor, o que descrevia perfeitamente o estado dos quadrigêmeos que não conseguiram as respostas para aquilo que tanto os intrigava.

— É como se eles não quisessem que soubéssemos — Coraline deixou seu caderno de lado escutando Isadora falar.

— Quando parece ser ruim, costuma ser pior ainda —  A voz de Howard Quagmire se faz presente logo em seguida, mantendo um rosto sereno com pequenos detalhes que entregavam que algo estava o perturbando. Coraline observou atentamente, não sabia se poderia ser o machucado na perna que seu pai alegou ter conseguido enquanto fugia de uma prisão no Peru ou algo além de seus conhecimentos, todavia resolveu não questionar. Mesmo que sua mente estivesse faminta por respostas, especialmente quando a situação apresentada parecia minimamente intrigante, não queria despertar algum tipo de aborrecimento em seus pais.

Coraline não era a única interessada no possível mistério, ao ouvirem a fala seus irmãos desviaram a atenção rapidamente do que estavam fazendo para olharem para seu pai, os grandes olhos demonstrando preocupação e uma grande curiosidade.

— Há incêndios ao nosso redor, literal e figurativamente — continuou Howard.

— Devemos montar uma corporação pelo salvamento das chamas — Katherine prosseguiu.

É seguro dizer que o assunto daquela noite na residência Quagmire tinha sido o fogo e o que quer que ele tenha queimado tinha deixado o Sr. e a Sra. Quagmire bastante nervosos, o que intrigava ainda mais os irmãos, especialmente Coraline e Quigley que se entreolharam enquanto sinalizavam com as cabeças quem deveria perguntar.