CAP3: Senhora Metal

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   O homem com túnica e terços sentado a mesa levantou a mão chamando a atenção de Amice, Enguerrand, Ricardo e Gwendolyn.

— Não desperdice o meu valioso tempo, Frederico. Partilhe sem demora sua mensagem. — Disse Enguerrand, deixando de comer seu suculento cereal.

   Enguerrand residia em uma das maiores e mais decoradas cadeiras daquela mesa. O poderoso homen encontra-se na ponta. O seu enorme chapéu dava gosto aos observadores, seu gibão era quase um tesouro de tão decorado.

— Senhor, perdoe-me. Tenho incertezas até esse precioso momento. O senhor tem alguma resposta? — Articulou o senhor.

  Os outros a mesa abaixaram as cabeças e começaram a cutucar seus cereais. A jovem Amice levantou de relance seu rosto para acompanhar Frederico e seu pai, Enguerrand.

— Olhe Frederico, como minha falecida mãe sempre me dizia ... Quem tem o poder, foi merecedor de tal mérito. Á visto disso, a vistoria nas casas dos camponeses advir. — Expremiu o nobre de gibão.

   Amice ergue-se da cadeira, suas sobrancelhas estavam juntas e sua testa franzida.

— Desagrado a minha nução. tenha tal conhecimento. — Declarou a jovem, respirando fundo.

— Amice, tenha compostura! Seu pai está em uma ocasião no que concerne a somente ele. — disse Gwendolyn.

  Amice dispensa sermões e tenta sair o mais rápido daquele grandioso salão onde refeições e reuniões eram debatidas. Seus pisados ecoavam pelo caminho, queria gritar, mas não podia.

Nissarah! ... Achou as velas? — lançou Geórgia, afundada no sofá olhando para a vela quase apagando de tão pequena que estava.

   Trazia quatro pacotes de velas e em seguida, ao chegar na sala, bateu seu dedo na quina da parede com maior força.

— Que merda! Por que tem justo uma parede aqui? — resmungou, colocando as caixas encima da mesinha e jogando-se no sofá.

    Puxou o pé para cima do sofá e sentiu o estrago do impacto com a mão. Fazia caretas quando tocava levemente no dedo, o receio era maior por não ver nitidamente.

— Seu dedo já está batizado nessa parede hein. — Indagou a mãe, acendendo algumas velas.

— E daquela vez no São João? foi horrível, fiquei 3 semanas sem andar. — disse Nissarah, examinando o dedão.

— No meu tempo, eu levava picada de escorpião, mordida de cobra, quebrava o braço. E tô inteira até hoje. — Expressou a aventureira, enquanto levava as costas no sofá.

— Ui! Desculpa te ofender, senhora metal! — zombou a garota.

   As duas trocaram mais algumas indiretas saudáveis. Em meio as risadas perceberam que a energia só iria retornar no dia seguinte. Então se despediram e foram se arrumar para dormir.

  Nissarah foi para seu quarto levando o livro e uma vela. Aquele corredor parecia sempre ser muito extenso quando estava sozinha a noite.

   Na metade do caminho correu e pulou para dentro do quarto em um só suspiro. Colocou o livro no guarda-roupa e a vela na cômoda á fixando bem. Afundou o corpo na cama e dormiu.

   O dia acordou com uma leve neblina. Estava friozinho, os alunos haviam ido para a escola com mais alguns casacos para se aquecer. A grande maioria andava pelo primeiro andar, pois as aulas não tinham começado ainda.

   — Vou arrancar Nissarah daquela biblioteca, Michelle.  — falou Danilo, pintando as unhas.

— Concordo, bora! — Expremiu Michelle, movimentando sua cadeira de lugar.

   Os dois se propuseram a um grande desafio: Arrancar Nissarah da era leitora. A entrada da biblioteca tinha um grande quadro com três pessoas ilustradas. O quadro mostra os fundadores de Brixtia.

   Dentro da biblioteca havia um espaço com cadeiras e mesas, na parte da frente contava com quatro prateleiras. Subindo as duas escadas laterias, os leitores tinham acesso a mais quatro prateleiras.

  A bibliotecária estava no balcão e Nissarah na mesa. Seus olhos viraram para a chegada dos dois sem ao menos mover a cabeça.

— Amada, o livro não tem fim não? Vai fazer 60 anos que tu tá lendo isso. — Danilo reclamou baixinho.

— Uma semana só! — A leitora se pronunciou, não tirando os olhos do livro.

— Senhora leitora, você pode criar uma rotina? Perder as reuniões do clube é sacanagem! — Pronunciou Danilo, logo fazendo careta ao ser chamado a atenção pela bibliotecária.

  Abriu o zíper da mochila retrô preta e guardou o livro. Percebeu as unhas pintadas de Danilo e a insatisfação de Michelle por sua cadeira ficar roçando nas decorações do local.

— Tá, desculpa. E gostei da cor. — Levantou e andou para fora.

   Os três foram até a sala do clube onde Michelle era líder, Nissarah criadora e Danilo a cara do clube. Tinha alguns alunos sentados nas cadeiras em círculo na sala.

   Cumprimentaram-se e Nissarah junto de Danilo se assentaram nas cadeiras. Michelle se moveu até o círculo e abriu sua agenda, cujo a finalidade era coletar reclamações gerais da escola.

— Eduarda, você aqui? — questionou Michelle.

  Eduarda deslocou seus sentidos para Michelle, as olheiras estavam destacadas em seu rosto.
— Eu tô ficando doida, me ajudem! — Disse Eduarda.

   Michelle arregalou os olhos quando Eduarda terminou de falar, nunca havia tido outro problema tão pessoal quanto esse antes.

  O clube tratava de assuntos dentro do ambiente escolar, mas pouco fora do limite da escola.

   Nissarah olhou bem para Eduarda, de repente foi tomada por flashes pouco nítidos sem pé nem cabeça. Coçou a bochecha.

— O que exatamente aconteceu? — disparou Nissarah.
  

  

Nissarah: Em Brixtia Where stories live. Discover now