CAPÍTULO 34

338 59 3
                                    

A boate estava cheia, o cheiro dos corpos suados e o barulho da música incomodaram Simple, mas ele sorriu para duas fêmeas humanas e se aproximou. Elas se balançavam ele dançou perto delas, elas abriram espaço para ele. Simple viu Candid fazer isso várias vezes, de forma natural, seu corpo seguia o ritmo e ora ele ficava de frente para uma, ora para a outra. A loira o beijou, um beijo escandaloso, a outra o mordeu na nuca. Era uma pena, porém. Seu alvo estava no bar. Ele se virou beijando a boca da morena, a loira o tocou por debaixo da camisa. Era tudo muito erótico e a balada sensual ajudava, mas a mente de Simple não parava. Ele não podia dar a entender que tinha notado a fêmea, mas não queria compartilhar sexo com as duas que dançavam com ele.
A morena rebolou até o chão e quando subiu passou o nariz no vulto que seu pau formava dentro da calça apertada, ele rosnou. Candid não resistiria, ele não podia resistir. Por que Noah não se apaixonou por Honest? Seria muito mais fácil de atraí-lo se fosse o caso.
Ele parou e beijou a morena de novo, não dava mais para ficarem ali, então ele mostrou um cartão de hotel para ela, o sorriso dela aumentou.
Quando ele se virou para a outra, ela também sorriu. Ele indicou que elas fossem a frente, elas saíram, os passos rápidos, estavam ansiosas. Porra! Por que seu irmão tinha de ser tão insaciável? Simple já tinha feito sexo com duas, mas não foi tudo aquilo que ele imaginava que seria. Ele preferia o bom e velho sexo carinhoso, com algum sentimento, mesmo que só de amizade. Como Candid dizia, ele era um perdedor.
No hotel, a duas quadras da boate, elas subiram conversando, eram amigas, ele estava silencioso. No quarto, ele as beijou, elas o beijaram, e Simple se rendeu a sensação gostosa de ter uma fêmea lhe beijando a boca, enquanto outra lhe chupava o pau. Elas se esbaldaram com ele, pareciam fascinadas com seus músculos, com o fato de ser bem dotado, uma quase brigou com a outra para chupá-lo. Quando foi a vez dele chupar uma, a loira, ela gozou gritando, a outra a empurrou para que ele fizesse igual. Que não se dissesse que duas bucetas eram muito para ele chupar, Candid diria. Quando penetrou em uma, ela por cima a outra se sentou sobre a sua cara e ele, é claro, lhe deu outro orgasmo. Elas gritavam, o arranhavam e ele ia na onda. Depois de um bom tempo, uma se sentiu cansada e se deitou, a outra ainda tinha energia. Simple a colocou de quatro e veio por cima, a envolvendo com seu corpo e arremeteu com força até ela gozar e só aí ele rugiu sua liberação. A fêmea, era a morena, se deitou ao lado da amiga e adormeceu.
Simple tomou um banho e vestiu a roupa que tinha deixado ali mais cedo.
Ele voltou a boate, é claro que ela estaria lá, ela estava ali como uma isca. Simple se encostou no bar e pediu uma cerveja e um beijo para a atendente, a atendente sorriu e fez um dois com os dedos. Duas horas. Eram uma e vinte. Simple sorriu se desculpando, ela fez cara de triste e foi buscar a cerveja.
"Talvez queira beber bebida de verdade?" A fêmea chamou a atenção dele.
"Sou Nova Espécie, bebida não me cai muito bem." Ele disse, o cheiro do Johnny Walker fazendo sua garganta apertar de vontade.
Ela estendeu a bebida para ele, ele pegou o copo e passou os lábios onde ela tinha colocado a boca e olhou para os lábios dela. Só aí ele bebeu um pequeno gole e fez uma careta.
Era um teste. Os clones sabiam tudo de Cam, ele passou horas com eles, sempre falando, cozinhando e pregando peças. Simple devolveu o copo a ela.
"Eu prefiro a sua boca, não gosto dessa coisa." Ele disse olhando nos olhos dela.
"Mas acho que seu quarto de hotel deve estar ocupado." Ele sorriu, malandro.
"Que não se diga que não satisfaço as minhas fêmeas." Ele disse, ela estreitou os olhos.
"Podemos ir para o meu hotel." Ela disse, ele a encarou.
"Não é daqui?" Ele perguntou, fingindo inocência.
"Qual o problema, você também não é. Está até muito longe de casa. Está sozinho?" Ela perguntou.
"Não. Estou com minha irmãzinha. Mas ela dorme cedo, então..." Ele falou em Livie como sua irmãzinha, os olhos dela piscaram rápido.
"Vamos pro meu hotel?" Ela deixou o copo com o resto do uísque no balcão. Simple fez sinal para ela ir na frente.
O cheiro dela era diferente, estava camuflado, assim como ela falava com a boca meio fechada, e estava com lentes de contato. Simple sorriu, Samantha era uma filha da puta, usava e abusava de seus Novas Espécies. Simple sentiu uma nova onda de excitação. Muito mais forte do que a que sentiu com as duas humanas. Ela era perigosa.
No hotel, o recepcionista sorriu embasbacado para ela, Simple notou que ele estava sugestionado. Seria outra habilidade dela? Estava ficando ainda melhor.
Eles subiram, ela o olhava através das lentes escuras, Simple fazia uma imagem mental dela com a cor verdadeira de seus olhos. Ela era linda! O cabelo também estava pintado, ainda dava para sentir o cheiro da tinta.
Eles entraram no quarto e Noah estava lá. Agora sim, seria o teste. Se ele percebesse que não era Candid ali, tudo iria por água abaixo.
"Então você finalmente não é mais virgem, Noah. Parabéns, pena que depois de mim, ela não vai mais querer você." Ele o encarou, os olhos frios, vazios.
"Queremos Livie." Ele disse.
Simple riu.
"É sério? E eu que pensei que você sentiu a minha falta! Eu, quer dizer nós sentimos a de vocês." Ele disse, o clone piscou.
"Ou diz onde Livie está, ou morre." Ele disse.
"E quem iria me matar? Você?" Simple usou toda a arrogância que Candid tinha de sobra.
A fêmea se aproximou e beijou Simple de surpresa, ele provou os lábios dela, eram deliciosos, mas logo sua boca estava dormente. Ele a olhou arregalando os olhos, ela sorriu.
"Posso te levar... Te levar..." Ele disse, ela balançou a cabeça.
"Ao meu pai? Não, obrigada." Ela acariciou o rosto de Simple, passando uma de suas unhas e rompendo a pele. Simple paralisou.
"Livie, diga onde ela está." Simple mexeu a boca, mas não sentia seus lábios. Ele só balbuciou.
"Vai me deixar ..." Foi o máximo que ele conseguiu. Noah o olhava sem expressão, mas seu olhar estava um pouco mais quente, havia um pequeno brilho bem lá no fundo.
Simple foi caindo, seu rosto ardia como se estivesse com a cara dentro de um forno.
"Honor." Ele disse.
"Vendido. Samantha quis vingança. Seu irmão Pride a fez ficar uma semana num inferno de pesadelos, ela se certificou de que Honor pague com juros."
"Vou... Morr...?" Dessa vez a fêmea foi quem respondeu.
"Você devia ter morrido da outra vez, só estou consertando um erro."
"Por... Que... Eu?" Simple sentia o corpo começar a arder também.
"Porque você está aqui. Não nos importamos com vocês, pra nós vocês não são especiais, só uma coceirinha irritante. Sabíamos que não levariam Livie para a Reserva, sabíamos que você não ficaria sem sexo. Então foi só esperar Noah lhe ver. Sabe o que ele viu?" Ela sorriu, suas presas mais finas, não eram tão grandes, dava para escondê-las, mas ela fez questão de mostrá-las. Simple não podia perder a oportunidade:
"Lábios grossos e presas finas? Assim eu apaixono." Ela rosnou, talvez ele tenha falado demais.
Simple olhou para Noah, ele olhava para suas mãos.
"Você é mais forte que isso. É mais forte que ele." Simple disse, a fêmea fez um barulho de raiva. Ela puxou Simple do chão, o beijou dessa vez chupando os lábios dele, ele não resistiu e enfiou a língua na boca dela. Ela então sugou a língua dele, ele mordeu os lábios grossos dela, até que Noah os separou.
"É uma boa forma de morrer." Simple disse sorrindo, ela fez o mesmo barulho estranho.
Como o beijo não deu resultado ela tentou cortá-lo com as unhas, mas Simple segurou as mãos dela, Noah observava, parado, era uma missão da fêmea pelo que parecia. Ou o fato dele acreditar que era Candid fazia com que ele tivesse uma luta interna com o filho da puta do tal de Adriel.
Simple era Candid, ele não teria paciência, ou brios de bater numa fêmea, então Simple a socou. Bem no rosto. Ela caiu para trás, mas um soco era muito pouco para fazê-la parar. Ela voou nele as garras estavam maiores, se cortassem Simple poderia ser fatal.
Noah rosnou e aparou um bote dela e disse:
"Montanhas." Simple suspirou e correu. Não havia nada mais a fazer ali, ele correu em velocidade máxima até o carro alugado, rezando para a fêmea não matar Noah. A região montanhosa era gigante, mas eles tinham o faro dele e o do tio V.
Ele dirigia em alta velocidade pela estrada, até que estava longe, a duas cidades daquela. Ele parou o carro no acostamento e ligou.
"Livie?" Ela atendeu mas não respondeu.
"Vá para onde combinamos, Brass vai te buscar." Ele disse.
"Não. Eu já disse que não vou. Eu não vou colocar meus filhotes em risco." Ela disse.
"Você não tem escolha." Simple disse.
"Você acha que sabe de tudo, mas não sabe, Simple. De tudo não." Ela disse.
"Você vai para onde?" Simple perguntou. Mais essa! Onde aquela desmiolada iria?
"Diga para todos que eu os amo. Mesmo sem me lembrar, eu os amo. Vou achar Honor." Ela disse e desligou.
"Que porra!"
Samantha tinha uma fêmea Nova Espécie venenosa, um super telepata e sabe-se lá o que mais, e Livie, outra arma poderosa tinha decidido sumir.
Candid ia rir da cara dele, ele fez tudo errado.
Simple suspirou e dirigiu como um louco pela madrugada indo para onde tinha deixado Livie. Ele a rastrearia, ela não fugiria dele.
A casa estava vazia, mas o rastro dela estava fresco. Simple dirigiu até o aeroporto, numa grande cidade perto de São Francisco. Ele entrou no aeroporto, sentiu o portão onde ela embarcou, ela voltou para a Inglaterra. Que merda!
Simple se sentou numa cadeira do saguão, suspirou e ligou para o tioV.
"Oi, Leãozinho." A voz do seu tio o deixou pior.
"Livie voltou para a Inglaterra. De lá ela pode ir para qualquer lugar." Seu tio suspirou.
"Ela tem medo de invadirem a Reserva, já aconteceu antes." Seu tio disse.
"Eu vou pegar o próximo vôo, eu..."
"Não. Você vai voltar. Vamos contar que Honor foi capturado."
"Eu encontrei Noah. Ele meio que me salvou, acho que ele realmente pensou que eu era Candid. Ele me deu uma pista, podemos..."
"Vamos voltar para a Reserva, ficarmos seguros e planejar nosso próximo passo. A força tarefa ficou na Reserva, não encontraram nada, mas ainda assim Fury e Darkness se colocaram a disposição. Vamos lutar juntos, não dá pra ser só nós dessa vez, Leãozinho." Simple suspirou, o veneno ainda lutava contra o antídoto, ele estava eufórico.
"Honor foi vendido. Livie foi atrás. Eu não sei como ela pensa encontrá-lo. E tenho a suspeita de que se usar suas habilidades o telepata a localizará. Temos de impedí-la, tio!" A única coisa diferente que aconteceu no castelo foi Livie ter usado sua mente para matar a humana. Talvez o telepata a localizou por isso, foi muita coincidência.
"Livie tem de lutar suas próprias lutas, Leãozinho. Se acharmos Samantha ela estará segura."
Simple suspirou.
"Estou voltando. Diga a Honest que o antídoto dele funcionou. Ele salvou minha vida."
"Vou dizer. Agora não demore e me deixe dormir." Ele resmungou.

BESTIALOnde histórias criam vida. Descubra agora