twelve - O12

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August  19, 2018.
22:52 PM.

Jay p.o.v

Já eram tipo umas dez horas da noite, eu e o casal que estava se beijando de cinco em cinco minutos do meu lado estávamos no mesmo bar de sempre. Eu bebia até que controladamente e torcia para encontrar Jungwon por aí. Era estranho o tanto que eu pensava nele, mas era realmente inevitável.

Os dois falavam algo entre si enquanto eu escutava e observava o garoto chamado Geonu cantando no palco, e posso dizer que ele cantava muito bem. Na hora, me lembrei de Jungwon, mas o garoto ali encima não cantava músicas tristes de coração partido e essas coisas.

— Jay, você 'tá bem? — Yeonjun questionou depois de Heeseung me chutar por debaixo da mesa para chamar minha atenção.

— E por que eu não estaria? — eu disse num tom duvidoso até para mim.

— Sei lá, você parece meio que muito pensativo. — Heeseung deu de ombros, deixando um selar na bochecha do namorado.

— Ah, então 'tá. — falei pousando meus olhos no tal Geonu que terminava de cantar sua última música ali.

Ele realmente foi muito bem, então não pude deixar de bater palmas para ele. Eu segui olhando para ele até que ele chegasse a uma mesa com dois outros garotos. Um deles o abraçou e o outro, coincidentemente e muito felizmente, era o Jungwon.

Eu evitei muito ficar olhando, não queria parecer obcecado, mesmo que eu estivesse um pouquinho.

Depois de um tempo e de mais alguns drinks, eu continuei a conversar com os dois pombinhos que estavam sentados junto comigo e também continuei com o meu trabalho de ser a vela entre os três.

Eu torcia para que o Jungwon simplesmente levantasse e viesse falar comigo, mas ele não fez isso. Ele só levantou, veio em direção a nossa mesa, esbarrou em uma cadeira, pediu desculpas e seguiu para o banheiro. E como um cara de atitude, que eu me esforcei muito para ser, simplesmente me levantei e também segui para o banheiro.

Talvez hoje eu conseguisse conversar com ele decentemente sem estar podre de bêbado ou de ressaca.

— Oi, Jay. — ele disse me olhando e eu sorri.

***

— Então você curte dançar? — Jungwon questionou esboçando um sorriso irresistivelmente lindo.

— Nas horas vagas eu curto sair para dançar nessas baladas dos subúrbios. — falei dando um gole na minha garrafa d'água.

Se eu fosse beijar ele, eu queria estar consciente para um caralho, de verdade.

Fazia algum tempo que estávamos conversando, já tinha passado da meia-noite com toda a certeza e eu não estava dando a mínima para o horário. Fiquei entretido demais com o papo que estávamos tendo sobre sonhos, hobbies e essas coisas. Jungwon era incrivelmente interessante.

— Eu também curto dançar, sabe? Um dia poderíamos sair para uma dessas baladas e tal.— ele disse num tom de sugestão, o que me deixou certamente empolgado.

— De fato, seria maneiro. — eu assenti com a cabeça.

— Eu ia detonar você na dança. — ele sussurrou com um sorriso provocativo, o que me fez soltar um riso.

— Nem nos seus sonhos! — eu levantei as sobrancelhas, sorrindo de volta para ele.

Ele bebeu um pouco da minha água e me encarou, olhando diretamente para os meus olhos. Uma das sobrancelhas dele estava arqueada e ele tinha um sorriso pequeno nos lábios, sinceramente, aquela visão era incrível.

— Você costuma ficar de vela para os seus amigos sempre? — ele perguntou ainda me olhando.

— Na verdade, sim. — eu disse dando de ombros. — Heeseung meio que desaprendeu a sair sem o namorado dele e eu não tenho ninguém para me ajudar a não ficar de vela para os dois.

— Te entendo. — ele balançou a cabeça. — Eu também sou muito bom sendo uma vela para o Jae e o Sunghoon.

— Encontrei eles na rua esses dias. — falei mordendo o interior da bochecha e depois ri soprado. — Na verdade, esbarrei neles sem querer.

— Você curte bastante esbarrar nas pessoas né? — ele riu baixo e eu sorri meio sem graça.

— Bem, eu curto esbarrar em pessoas e você em cadeiras.

— Eu fiz aquilo de propósito. — ele admitiu e, para ser sincero, estava ficando eufórico. — Queria falar com você, mas estava com vergonha, então só esbarrei na cadeira e deixei que você fizesse o resto.

— Obrigada por esbarrar na cadeira, foi uma atitude corajosa. — eu ri e escorei minhas costas na cadeira.

— De nada. — ele sorriu de canto ainda perfurando a minha alma com aquele olhar.

— Seria muita loucura dizer que desde que acordei no chão da sua casa, não paro de pensar em você? — eu perguntei meio inseguro da fala, segurando o ar inconscientemente.

— Na verdade, também penso em você desde que você acordou no chão da minha casa e, cara, foi literalmente inevitável pensar em você por alguma razão. — depois disso eu soltei o ar com força e me senti aliviado.

Pulei uma cadeira para o lado e pude lhe olhar mais de perto. Dessa vez o rosto dele estava nítido para mim, nada de borrões e falhas, apenas um rostinho angelical demais. Se o paraíso fosse uma pessoa, sem dúvidas seria o Jungwon.

— Preciso te perguntar uma coisa. — eu falei mordendo o lábio meio ansioso.

Muito ansioso, na verdade.

— Pode perguntar. — ele disse calmo.

— Como posso te perguntar, posso te beijar? — eu disse rápido e por incrível que pareça, não gaguejei. — Sinceramente, você ficou na minha cabeça, sua voz cantando é como um eco eterno. Não posso e realmente não quero sair desse lugar sem beijar você. Talvez eu esteja sendo meio apressado e ansioso demais, mas...

Jungwon me observou atentamente durante minha fala e depois simplesmente se aproximou e me beijou. E, meu deus, os lábios dele eram tão macios. Eu segurei seu pescoço enquanto ele segurava meu rosto. Naquele momento, não precisei estar fodidamente bêbado para esquecer meu nome.

O cheiro dele me envolveu e eu com certeza pensaria sobre ele pelo resto da semana. Ele me beijava lentamente, podia sentir o gostinho de soju durante o ósculo. Eu mordi seu lábio e o puxei entre os dentes, deixando um selinho ao final do beijo.

Ele sorriu, eu sorri e o tempo simplesmente ficou congelado. E, felizmente, ele me beijou de novo.

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ENTAO, BESTIES, A UNICA COISA QUE EU TENHO PRA FALAR É PUTA QUE PARIU.

beijao

what ties us to someone; jaywonWhere stories live. Discover now