Capítulo 20

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HENLEY MAYFIELD

Era agradável ver aquela movimentação tão cedo. Elora e Ada palavreavam animadas com a presença de uma da outra. Enquanto eu não para de pensar nos acontecimentos passados.

Como Hector foi capaz de omitir tamanhas peripécias da sua família. A reação de Ada foi de pura tristeza e decepção, não consigo nem imaginar o que Elliot irá fazer.

Posteriormente à refeição, Elora teve que partir pois Alguém precisava cuidar da sua casa. Colton adentrou ao meu escritório seguido de Elliot que carregava a sua filha.

— Vossa graça. — tentou curvar-se mais a criança no seu colo não permitiu.

— Ele já chegou? — minha esposa indagou.

Assim que viu o irmão, saltou para o seu colo cobrindo o seu rosto de beijos. A criança apenas ria e brincava com os cabelos da tia.

— Minha pequena Leary! — exclamou mordiscando a bochecha gordinha da criança.

— Imagino que o motivo de eu estar aqui seja muito grave, e eu agradeceria que fossem assertivos. Henrietta não consegue mais sair da cama, e o médico recomendou que eu não saísse do seu lado.

— O assunto é sério, meu irmão. — Ada se sentou ao seu lado.

Deixei que conversassem durante o tempo que fosse preciso. As expressões de Elliot demonstravam que a sua reação seria totalmente o oposto a de Ada. Como Elora precisava partir  apenas deixou uma carta direcionada ao seu neto. Pediu desculpas por ter escondido tudo por tanto tempo, e explicou como queria que tudo fosse mais para frente.

Ada teve que tirar Leary do colo do seu irmão pois Elliot perdeu as estribeiras e destruiu metade do meu escritório. O seu rosto ardia em raiva, seus punhos estavam fechados enquanto ele respirava de maneira abrupta.

Eu conseguia entender a sua dor. Não deveria ser nada fácil descobrir que seu pai era um mentiroso compulsivo, e que era capaz de tudo apenas para se dar bem. Evangeline fora apenas uma vítima daquela farsa.

— O que faremos agora? — indagou tentando se controlar.

— Não sei o que tens em mente, mas eu pretendo falar com nosso pai, e talvez procurar por Sebastian.

— Irás procurá-lo? Foi por culpa dele que perdemos a nossa mãe.

— Ele era uma criança, assim como nós. Não podemos simplesmente virar-lhe as costas e continuar com as nossas vidas.

— Faz o que achares melhor, mas eu nada quero com esse tal de Sebastian. 

Elliot recebeu a sua filha, e a acolheu em seu colo. Ada ainda estava estagnada olhando para o seu irmão mais velho. Por um lado, eu conseguia entender a dor de Elliot, mas, Ada estava certa. O que aconteceu não fora culpa de Sebastian, o único culpado de toda aquela história era Hector.

— Ele é nosso irmão.

— Não, Ada. Ele é filho de Hector, mas não é meu irmão, lamento, mas agora eu tenho que partir. Henrietta não pode permanecer sozinha durante muito tempo.

— Elliot... —

— Não insista, Fadinha. — toquei no seu ombro. — Essa história não está sendo fácil para nenhum de vós.

— Mas mesmo assim eu quero conhecer Sebastian, por que ele não quer o mesmo?

— Cada pessoa reage de uma forma diferente.

Num piscar de olhos, as mãos de Ada estavam a volta de meu pescoço, e a sua cabeça apoiada no meu peito. Eu podia sentir as suas lágrimas encharcando as minhas vestes, mas limitei-me a devolve o aconchego.

— Protema-me, Henley, que não me deixarás sozinha. Está história é dura demais para que eu a enfrente sem ajuda.

— Não és tu a selvagem?

Ela riu de uma forma desajeitada.

— Sou sim, uma selvagem. Mas neste momento, apenas desejo ser a sua fadinha.

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Capítulo curtinho (^^)

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Mut e Ámon - Os MayfieldWhere stories live. Discover now