Capítulo 5- o momento, os traumas, a outra yasmin aparece

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03/04/21: arthur estava ansioso com esse encontro, seria o primeiro de verdade com alguém que ele está interessado. "Como eu deveria ir?" Ele não conseguia parar de pensar em ir bonito, queria impressioná-la, ele estava muito animado, precisava conversar com alguém sobre isso:
-já sei , vou ligar pro Ricardo, talvez ele saiba me acalmar.
Ricardo era um amigo virtual que Arthur havia conhecido 3 anos atrás enquanto jogava League of legends. Ao atender o telefone, Arthur logo disse:
- me ajuda,eu preciso escolher uma conjunto de roupas que sejam bonitas. É pra um "encontro".
- oi pra você também haha, tudo bem, me mostra aí como você quer ir, aí eu falo quanta vergonha você vai passar- Ricardo brincava com a situação de Arthur.
-olha eu quero ir assim, uma calça jeans, uma camisa preta lisa, um Nike vermelho e preto, acho que assim tá bom né? Não tenho muitas cores de roupa, a maioria é preta-Arthur ria de sua própria situação.
- você falou que ia num encontro né? Aí tá mais pra um funeral. Brincadeiras à parte, tá bonito, vai assim.
-haha engraçadinho, mas obrigado, ajudou bastante.
- boa sorte nesse encontro aí em, aliás com quem é? Nunca te vi assim por alguém, seja quem for, mexeu com você em.
- é com uma garota do meu colégio, é bonita, um pouco misteriosa, não sei o que, mas alguma coisa nela me atrai, eu ainda vou descobrir o que, obrigado pela ajuda, até a próxima partida.
E desligando a chamada, Arthur foi mostrar para a sua mãe e perguntar o que ela achava:
- vai onde arrumado assim?
- no shopping com uma amiga, posso?
- tudo bem, só não volta tarde, já perdi uma filha e não quero perder outro- e se virando, foi para seu quarto e se deitou. Arthur não gostava de vê-la assim, mas respeitava o espaço que ela precisava, ainda não sabia como ele poderia ajudá-la a viver com o sentimento da perda. "Eu ainda vou te ajudar mãe" esse era o pensamento que ele sempre tinha, eram 14:00 quando ele então, começou a se arrumar, tomou banho, vestiu-se, escolheu um perfume e passou, eram 15:00 quando ele terminou de arrumar-se, e então, foi para o portão de sua casa, e ficou esperando o Uber que havia chamado para ir ao shopping, chegou ao destino ás 15:30 e agora está esperando ela chegar na entrada, olhava sempre o celular para ver o horário, as 15:50, yasmin chegou, ela estava vestida com uma calça de modelagem reta, camisa flanela xadrez aberta, um cropped nadador é um tênis adidas básico. Arthur sentia seu coração acelerar ao ver ela, estava muito linda, ele congelou por um momento. E então foi em direção a ela.
-oi Yasmin, você está linda.
-o-obrigada.
- mas então, onde quer ir primeiro?- Arthur perguntava com uma animação em sua voz.
- vamos andar, eu gosto de andar, e também não tô com fome agora.
- tudo bem, vamos lá.
Ele então ficou ao lado dela e foram andando pelo shopping, por ser novo na cidade, aproveita para conhecer o shopping, eles estavam passando por uma livraria, quando Yasmin para e diz:
-vamos entrar aqui? Eu gosto de ler e quero comprar um livro
- sério? Que tipos de livros gosta de ler?
- livros de romance, ficção, romances colegiais, romance policial, são meus favoritos.
- entendi, legal, vou te mostrar uma coisa amanhã.
- o que?- ela perguntava por uma certa curiosidade
-segredo, amanhã te conto, vamos ver se tem um livro que você queira aqui?- e sorrindo ele a chamou para entrar na biblioteca, ela comprou um livro de ficção e continuaram a andar, Arthur conseguia as vezes tirar um sorriso ou outro dela enquanto conversavam , ele sentia que talvez pudesse ser ele mesmo com ela.
-o quer comer?- ele perguntou assim que viu a praça de alimentação.
- vamos lá, andamos bastante, uma pausa não faz mal pra ninguém.
Ela concordou e então foram procurar um lugar para se sentar, o lugar estava cheio, mas após um breve tempo procurando, acharam dois lugares disponíveis, sentaram se e Yasmin deixou sua sacola na mesa.
- eu vou pegar um hambúrguer e você?- ela perguntou, parecia começar a se sentir à vontade ali
- acho que vou de hambúrguer também.
Os dois então foram ao local para fazer o pedido, enquanto andavam, uma pessoa esbarra em Arthur propositalmente, Arthur então diz:
-por que esbarrou em mim?
- não lembra de mim, Arthur? Ou deveria chamá-lo de bombinha? Parece irritado, vai me machucar igual também?- a voz do jovem era uma voz de puro deboche. Arthur então começou a se lembrar de momentos que ele preferia esquecer, ele se sentia meio tonto, Yasmin não estava entendendo nada, então perguntou:
- desculpa, mas vocês se conhecem? E quem é você?
- seu amiguinho não contou que ele é uma bomba relógio ambulante?
Ele estava em pânico ouvindo o que o jovem falava, de repente, ele segura a mão de Yasmin e começa a correr junto com ela
-nós vamos nos encontrar novamente bombinha, vou fazer acontecer o que eu te prometi- se ouvia ao fundo essas palavras. Arthur continuou correndo até encontrar uma fresta entre duas paredes e entrou junto a ela. A fresta não era grande, e por conta disso, eles ficaram com os rostos bem próximos, ela sentia a respiração ofegante dele em seu rosto, pela primeira vez, ela sentiu seu coração acelerado, a adrenalina corria em seu sangue, de repente ela sentiu como se estivesse apagando e dormindo:
-quer me dizer o porque de você ter corrido feito doido e me puxado junto em?- Arthur estranhava, o jeito de falar, não parecia o mesmo de 20 minutos atrás, o comportamento era diferente, assim que saíram da fresta, confuso, perguntou:
-tá, quem é você? Parece a Yasmin, mas a personalidade tá meio diferente.
- como posso explicar, eu sou a Yasmin, só que a versão com segurança, uma versão forte que ela criou dela mesma na cabeça, eu sou a tdi dela.
-foi você que me ajudou naquele dia com os valentões e depois na briga?
-sim, fui eu, de nada aliás.
-agora quer me explicar o motivo dessa corrida de um estranho?
-já explico, mas a "yasmin de verdade" ela vai lembrar disso?
- eu sei e lembro de tudo sobre ela, eu faço parte dela, mas ela não lembra o que eu faço ou falo.
- então você escreveu aquela carta pra mim? Por que?
-eu escrevi, e digamos que eu quero que ela seja mais segura, sem precisar que eu assuma esse papel.
-então entrar na vida dela, foi o que? Uma aposta sua?
-uma muito certeira aliás. Ela te achou gatinho, achei que talvez você poderia fazer ela se entender melhor, por mais que eu exista, ser criada por um trauma, não é muito bem um sonho, então por favor ajude ela.
E idêntico ao aconteceu quando ela apareceu, a yasmin original estava de volta.
-É, por que corremos? E por que ele te chamou de bombinha?.
-não lembra da conversa que acabamos de ter?.
Ignorando a pergunta, ela voltou a perguntar, ele percebeu então que tudo que foi falado, era verdade, um pouco apreensivo, começou a falar:
- você sabe que eu sou de outro estado né? Na minha Antiga escola,  eu também não tinha muitos amigos, e sempre me zombavam por isso, eu ignorava, só que um dia, descobriram sobre a minha condição psicológica, eu tenho Transtorno explosivo intermitente (TEI), e depois disso começaram a me apelidar de bombinha, e todos os outros tipos de apelido, eu sempre me controlei bem, mas perdi o controle uma vez quando um professor me perguntou algo na sala, e falaram "vai lá bombinha solitária" e continuaram a repetir isso, eu me descontrolei, derrubei carteira no chão, joguei mesa no chão, e esse professor foi tentar me segurar, ele não conseguiu e eu ataquei ele, eu acabei batendo muito nele, esse professor ficou hospitalizado com vários ossos quebrados e muitos outros hematomas, e depois que eu "voltei a mim" eu percebi o que tinha feito, me senti muito culpado, e o filho desse professor, estudava na sala junto comigo, e um dia antes de eu ir embora, ele havia feito uma premissa pra mim "vou te fazer passar pelo mesmo inferno que eu passei, isso é uma promessa, sua vida vai ser um inferno" e como haviam me expulsado, eu conversei com minha família pra morar aqui em São Paulo, minha irmã me apoiou e então nos mudamos cá.
Enquanto ele falava, Yasmin notava que lágrimas saiam dos olhos dele, ele estava tentando esconder mas não conseguia, então rapidamente ela o abraçou e disse
-isso é passado, você tá aqui agora, e agora pode contar comigo .

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