Capítulo 5

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Ainda não consigo acreditar que não havia nenhuma digital nas cartas, como pode isso? Essa pessoa é um ninja. Bem, de qualquer maneira hoje vai ser diferente, conseguimos solucionar o caso e vamos prender a Aurora.

Escuto meu celular vibrar em cima da cômoda do quarto, vou até lá e vejo que é uma mensagem da Taylor.

"Thomas, mudança de planos, eu acho... revimos as imagens e o John Dawson e a esposa voltam até o apartamento do Blake logo depois de a Aurora sair."

Puta que o pariu! Isso está pior que ninho de vespa.

Me arrumo rápido, coloco uma calça jeans, uma blusa social azul e tênis. Em seguida, pego meu celular, vou até a cozinha, vejo uma xícara de café em cima da bancada, não me lembro de ter colocado o café na xícara, mesmo assim tomo em um só gole e sinto um gosto estranho, parece até que tem whisky misturado, devo estar ficando resfriado. Preciso chegar o mais rápido possível na delegacia, preciso rever as filmagens, não posso prender ninguém sem ter certeza.

Infelizmente já passei por isso logo quando me tornei detetive, o caso apontava todo para a namorada do menino e, na verdade, quem o matou foi a mãe dela. Como elas não sabiam que eram suspeitas, quando chegamos para prender a filha a mãe confessou detalhadamente como matou o menino, e quando fui rever as provas eu simplesmente pulei algumas por achar que já tinha visto o suficiente para a acusação, então passei a verificar várias vezes para ter certeza.

Quando saio da cozinha e vou em direção à porta, vejo mais um envelope no chão, mas dessa vez não tocaram a campainha. Peguei-o, rasguei e puxei a carta.

"Tic-tac, tic-tac senhor Bruce, o tempo está passando, o assassino está à solta."

Nesse momento eu tenho uma sensação esquisita, parece um sexto sentido. Eu acho que sei quem está me enviando essas cartas. Os Dawson, eles querem jogar a culpa para a Aurora, porque assim se esquivam de toda a suspeita, como eu não percebi isso antes? Eles estão me enrolando, que filhos da puta! Vou pegar esses desgraçados!

Pego a chave do carro e saio do apartamento. Quando estou descendo as escadas, sinto-me um tanto esquisito e tenho a sensação de que tem alguém me vigiando. Olho para trás rápido, mas não vejo ninguém, resolvo subir um lance de escada para ver se está escondido no andar de cima. Subo tão rápido que parece que meu coração vai sair pela boca. Ainda com a carta na mão, seguro-a com força e levo minha mão até a boca porque me dá uma crise de tosse. Sinto meu corpo ficando mole e eu despenco no chão...

– Será que ele vai ficar bem? Até agora o médico não veio falar com a gente – escuto a Taylor falando.

– Não sei, o médico disse que só falaria quando ele acordasse, e isso tá demorando demais. Preciso fumar. – Ouço Adam falando de longe.

Vou abrindo meus olhos aos poucos e vejo tudo um pouco embaçado, sinto alguém se aproximando de mim.

– Adam! Thomas está acordando – diz Taylor.

– Fala meu camarada, como você tá? Vou chamar o médico – diz Adam já saindo do quarto.

– Taylor... o que aconteceu comigo? Eu só me lembro... de estar na escada e agora... estou aqui – pergunto ainda um pouco grogue.

– Também não sabemos. Soubemos que estava aqui porque você não chegava na delegacia, então resolvi vir até seu apartamento, foi quando uma vizinha informou que você estava desmaiado na escada e então ligaram para ambulância, e então você foi trazido para cá.

– O médico disse alguma coisa?

– Não, ele estava esperando você acordar.

Neste momento vejo o médico entrando no quarto e Adam logo atrás nervoso. Fico pensando há quanto tempo ele deve estar sem fumar, porque parece estar numa pilha de nervos, sinto que a qualquer momento ele vai surtar.

Segredos de Water City (Degustação - Completo na Amazon)Where stories live. Discover now