Heriel: O Encanto Do Mar

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Alberto na mídia acima

Alberto - Vou pegar algo pra você vestir.

Heriel - Roupas são invenções dos humanos, isso não existe no meu mundo.

Alberto - Você não está no seu mundo. Eu pego um casaco meu e dou pra ele que veste a contra gosto. Já estou vendo que terei trabalho com ele aqui.

Heriel Narrando

Eu vivia uma vida tranquila no reino das águas, algumas pessoas podem até achar que nós tritões e sereias somos do mal por roubarmos os humanos, mas quem nos roubou primeiro foi eles, a milhares de anos atrás nós vivíamos tanto na terra quanto na água, porém os seres humanos começaram a nos acusar de bruxaria, começou uma caçada que dizimou vários de nossa espécie e os que sobreviveram tiveram que optar entre entrar no mar pra sempre para não sair mais ou continuar na superfície e ser humano pra sempre.

Eu não costumava sair muito nem mesmo nas noites de lua minguante, mas eu estava precisando de algum objeto humano de valor, pois nos nosso mundo esses objetos servem como moeda de troca, mas eu não contava em ser capturado por um pescador e que ele ainda me levaria para a casa dele e nesse momento estávamos na cozinha conversando enquanto eu vestia casaco preto enorme que ele havia me dado, no nosso mundo não usávamos roupas, isso é coisa dos humanos que tem a mente poluída demais.

Heriel - Que tipo de pescador é você que não peixe na geladeira?

Alberto - Eu já passo o dia inteiro vendo peixe. Você acha que ao chegar em casa eu vou querer comer mais peixe ainda?

Heriel - É...até que faz sentido.

Alberto - Caso esteja com fome tem atum no armário. Eu abri rapidamente a lata de atum com o comeu como se fosse a décima maravilha do mundo e era mesmo.

Heriel - Ufa! Agora sim matei minha fome.

Alberto - Não vai escovar os dentes?

Heriel - Escovar os dentes o que é isso?

Alberto - Vem comigo, eu tenho uma escova nova no banheiro..

Ele me deu aquele objeto de plástico com setas macias e colocou um creme cheiroso por cima.

Alberto - Agora você molha um pouco a basta, enxagua a boca e começa a escovar. Entendeu?

Heriel - Acho que sim.

Eu escovei os dentes do jeito que ele me ensinou e percebi que ao final do processo percebi que a minha boca estava mais cheirosa e com uma sensação de limpa.

Heriel - Isso é bom.

Alberto - Nós humanos fazemos isso.

Heriel - O que mais vocês humanos fazem?

Alberto - Como assim?

Heriel - Quais são os hábitos de vocês? Eu sei o que os meus ancestrais me falavam, mas são coisas antigas, sei que muita coisa mudou aqui na superfície.

Alberto - Bem...quando não temos nada pra fazer depois de um dia de trabalho.

Heriel - Trabalho? O que é isso algum jogo novo?

Alberto - Haha você é engraçado, trabalho é um lugar para o qual nós vamos todos os dias durante algumas horas para podermos ter dinheiro, por exemplo o meu trabalho é ser pescador. Entendeu?

Heriel - Então é com dinheiro que vocês compram os objetos de valor que nós pegamos.

Alberto - Sim.

Depois que eu escovei os dentes olhei pela janela e ví que já era bem tarde.

Heriel - Estou com sono. Onde eu posso dormir?

Alberto - Pode ficar com a minha cama, eu durmo no sofá.

Alberto Narrando

Ele se deitou na minha cama e eu deitei no sofá e assim nós dormimos.

No dia seguinte eu levantei cedo e fui na padaria, me certifiquei de que a casa estava toda trancada antes para que o Heriel não fugisse e ao voltar da padaria o Heriel estava sem roupa brincando com a água que saia da torneira. Parecia um doido, um doido com uma bunda deliciosa.

Alberto - O que você tem contra roupas hein?

Heriel - Elas me atrapalham.

Alberto - Trouxe pão e vou fazer um café pra gente também.

Heriel - Pão?

Alberto - Sim é bom, você vai gostar.

Ele colocou a boca na torneira bebendo um pouco da água.

Heriel - Que água estranha. Tem açúcar nela?

Alberto - É água doce, ela vem dos rios e não do mar.

Nós tomamos café da manhã juntos e ele me contou mais sobre o mundo dele e o que eles faziam por lá, Heriel era bastante divertido, eu que achava que essas criaturas não existissem agora estou conversando com um deles bem na minha cozinha.

De noite eu saí para a pesca como sempre e deixei toda a casa bem trancada pro Heriel não fugir, eu ainda estava pensando o que eu faria com ele, se o entregaria para pegar a recompensa ou não no barco eu encontrei os meus amigos Carlos e Fernando.

Alberto - E a tal caça as sereias como anda?

Carlos - Desistimos disso, é muito difícil pegar essas criaturas.

Fernando - Vamos continuar com os nossos peixes que ganhamos mais.

Depois de uma boa noite de pesca eu fui pra casa e antes de abrir a porta eu ouvi um barulho estranho. Eu entrei de fininho na casa e ví o Heriel tentando arrombar uma das janelas.

Alberto - O que está fazendo? Tá tentando fugir!

Heriel - E você quer que eu fique preso aqui dentro?! Eu tenho a minha vida no mar!

Alberto - Você não vai sair daqui!

Heriel - Vou sim, você não vai me impedir!

Eu o peguei pelo braço o puxando pra perto de mim e os nossos rostos ficaram bem próximos um do outro, eu não consegui me controlar e invadi a sua boca com um beijo.