Capítulo 40

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Heliel vs Cavaleira e Sombra.

Eu nem sei de onde veio o soco. Quando me dei por conta voava para fora da janela do prédio e ia como uma bala de canhão em direção a outro. Só parei depois de destruir três andares com as costas. Quando parei no quarto piso, observei as crateras que criei, no alto da primeira ambos os protetores me observavam.

— Heliel, certo? Roberto tem quantos filhos bastardos? — A Cavaleira tinha o costume de destratar os que considerava inferior.

— Isso não importa. — O Sombra comunicou. Vestido como um ninja num calor incoerente. — Vamos matar ele logo, preciso ir num casamento mais tarde.

A cavaleira saltou da cratera para cima de mim. Empunhava o escudo para baixo, pronta para me esmagar com ele. Rolei para a direita, o impacto dela com o piso me fez voar até a parede, e quebrá-la com as costas.

"Se eu não tivesse colocado grande parte da mana na posterior, provavelmente estaria sem o pulmão agora."

— Escudo de Obá! — A cavaleira invocou a magia. Um escudo materializado de mana veio contra mim.

Fui parar três salas depois, sujo de escombros e sentado no sofá. Quando abri os olhos, o Sombra apareceu. Ele saltou para cima empunhado de uma kunai. Desviei o rosto por milímetros, a lâmina havia conseguido cortar de raspão minha bochecha.

Segurei o braço dele, para impedi-lo de me cortar. Bati a cabeça contra a dele e empurrei o sofá para trás. Quando caímos no chão coloquei a mana nas mãos e pés para saltar e me distanciar dele. Cavaleira já estava pronta para isso. Ela me pegou desprevenido no ar e me deu um soco violento. Em seguida, um chute que me arremessou para fora do prédio.

"Que puta ideia genial. Três contra cinco."

Lívia. Nunca falamos dela pois a dor da morte foi tamanha. A garota era especial e mesmo assim sofreu nas mãos de quem não merecia. Plainei nos céus. — Acho que já estudei vocês o suficiente. — Olhei para dentro do prédio. Onde eles me observavam no buraco que fizemos na parede. — Sabem por quê um Grozny é tão perigoso? — O questionamento ficou vazio no silêncio. — Nunca se perguntaram... — Respondi por eles. — Por esquisito que seja, é uma família que genéticamente acumula mana numa cadência mais elevada que outros magos. Isso significa que ela possui a capacidade de aprender magias mais avançadas em menos tempo.

Abri as palmas das mãos, e as virei uma contra a outra. — Ativação de complexidade. Tronos. — Círculos brancos com diversos olhos me rodeavam e giravam enquanto eu me movia.

— Patético. — Sombra esperou meu momento de vulnerabilidade para atacar. Ele se teletransportou nas minhas costas para rasgar meu pescoço com a kunai.

Só não esperava que fizesse o mesmo. A arma dele cortou o vento. Sentiu algo envolver o pescoço, e quando tocou percebeu uma das rodas brancas da minha magia circulando por lá. Como uma coleira num pitbull.

Ele usou a Kunai para sustentar o corpo numa das colunas de um prédio. — Que porra é essa? — Tentava tirar minha magia do pescoço, mas sem sucesso.

— Tronos é uma entidade celestial que resolveu hospedar meu corpo. O grimório que herdei dela está na língua angelical, então não consigo ler nada. Ela apenas me dá as instruções do que devo fazer.

— É? Que fofo. Ela chupa seu pau também?

— Não. — sorri. — Ela me disse para estalar os dedos para... — estalei. Assim que o fiz a magia que envolvia o pescoço do Sombra apertou o pescoço de uma só vez. A cabeça do Protetor explodiu e jogou sangue pela coluna do prédio. O corpo ficou suspenso alguns segundos, pois os músculos não tinham percebido a morte do órgão.

— Filha da puta! — Cavaleira berrou, ensandecida. Ela saltou para fora do prédio, e dava para ver no rosto dela a vontade de partir meu corpo ao meio com aquele escudo.

Estalo.

Ela berrou de dor ao ver o braço decepado após a explosão. — Tronos pode ficar em mais de um usuário. — Comentei enquanto via o sangue da adversária pingar do cotoco desmembrado. A carne ficava pendurada com as veias expostas.

— Que tipo de aberração é você? — ela perguntou.

Sorri outra vez. — Um anjo. — Estalei os dedos.

O tronco dela descolou das pernas, e a protetora caia até o solo, desacordada, morta, enquanto os órgãos saltavam para fora do corpo. Quando espatifou no chão, só restou-lhe uma massa gosmenta de carne e vísceras. 

Deuses de Sangue [VENCEDOR WATTYS 2022]Where stories live. Discover now