Sou A Senhora Da Morte (Até O Fim Dos Tempos)

CAP.3 Quando foi a aberração

Esse capítulo traz menções a abuso infantil  Cuidado!!!

Freak significa aberração

Ela tinha muito, mas ao mesmo tempo tinha tão pouco.

Freak era uma garota anormal que deveria ser grata por tudo que tinha, sua tia dizia.

Freak tinha um tio, uma tia e um primo.

Valter, Petunia e Dudley Dursley.

Senhor Valter, Senhora Petunia e Primo.

Freak tinha um quarto.

Tia Petunia o chamava de armário.

Seu quarto-armário era apertado e escuro, tinha aranhas como hóspedes e era debaixo da escada, então sempre que alguém passasse por cima, causaria altos estrondos e uma chuva de po

(Seu primo Dudley adorava passar e pular pela escada com todo o seu considerável peso desde que descobriu esse fato)

Freak tinha uma lista.

Listava o que ela não podia fazer e o que ela deveria fazer.

Começou quando ela conseguiu andar e funcionar sozinha.

Mantenha tudo limpo.

Não apareça quando tiver visita.

Cozinhe as refeições.

Não peça nada.

Atenda os pedidos do querido Dudley.

Não pergunte.

Ouça nossas ordens.

Não fale sem autorização.

Elimine sua estranheza.

Não fale a palavra magia.

Não seja uma aberração.

(Não ser uma aberração?
Seu nome era aberração!!)

Freak tinha ganhado de seu tio Valter uma coleção de fitas vermelhas por não conseguir cumprir está lista.
Ela não conseguia adimirar as fitas, estavam localizadas em sua costa, mais sempre que tinha a oportunidade, ela olhava as fitas vermelhas no espelho.

Sempre que ela ganhava outras parecia haver uma cascata de fitas e rios vermelhos fluindo dela.

(Era bonito)

Freak também tinha um segredo.

Ela sabia que não deveria.
Que não estava certo e ela deveria ter dito ao tio e a tia, mais, bem, ela gostou tanto daquilo e era tão bom, e meninas más não tinham direito a coisas boas.

Era por isso que Freak tentava cumprir a lista e ser uma boa garota normal.

Assim eles não levariam o seu calor quentinho embora.

Ela não sabe quando começou.
Talvez sempre tivesse estado ali.

Mais quando ela presisava ou queria algo, havia essa sensação de calor que vinha de dentro dela e era tão bom.

Quando a lista veio a existir, mais ela não conseguia se lembrar mesmo que se esforça-se, e tia Petunia sempre tinha que repetir de novo com seus cascudos que doiam, ela desejou poder sempre se lembrar, ela precisava sempre se  lembrar para mostrar que ela não era inútil.
E então veio o calor, era ótimo e no final, ela sempre se lembrou de tudo.

Quando ela errava e era anormal e fazia coisas de aberrações, e seu tio Valter lhe dava fitas vermelhas tentando tirar todos os erros dela, não importa o quão bonita são as fitas, aquilo doia, então ela desejava que não houvesse mais dor, o calor quentinho dentro dela ouvia e tudo parava.

Ou quando era muito frio em seu quarto-armário e ela ansiava pelo calor de muito tempo atrás, então  o mundo ficava mais quente e ela sonhava com risadas latidas, vermelho que não era suas fitas, mais tão bonito quanto e amor e carinho, a razão pela qual ela tentava ser uma boa menina para seus tios, para que eles cuidasem dela como faziam com seu primo.
Ela queria de volta todo aquele calor que a cercava antes.

Era por isso que ela se esforçava.
Por isso trabalhava desde que se entendia por gente, e fazia tudo em seu alcance para ser boa e normal.

Mais não adiantou.
Nada que ela fez foi o suficiente.

Quando ela completou 6 anos

(Não que alguém tivesse lhe contado ou comemorado com ela.
Mais ela sabia que era da mesma idade de Dudley, e se ele fez 6 anos, ela também tinha, ela não era burra)

Cometeu o erro de aparecer quando tinha visitas na casa.

Ela nunca tinha visto tanto vermelho e sentido tanta dor antes.

Mais o pior de tudo foi finalmente ouvir e entender o que antes, por ansiar ser amada e cuidada novamente, se fez de desentendida.

-Você é só uma aberração, uma garotinha anormal e inútil que não merece coisas boas- realmente, tio Valter nunca tinha lhe dado tantas fitas vermelhas antes.

A surra doeu, mais ela já estava acostumada.

O que mais machucou e finalmente quebrou aquela linda ilusão de aceitação que ela tinha, foram as palavras.

Foi realmente uma pena.

Primrose tinha tudo para ser uma garota doce e gentil, calorosa e amorosa, do tipo que aqueceria e ajudaria a todos sem nem pensar, talvez um remanecente do tempo em que ela foi Prim.

Mais então
O fogo não quiema sem combustível

As árvores não crescem sem luz

E quanto ao amor...
O amor não próspera sem cuidado

As pessoas não nascem com a personalidades definidas
Elas são fruto do ambiente em que crescem

Primrose tinha oque era necessário para ser boa

Mais o tempo em que ela foi Freak quebrou isso.

E ela aprendeu uma lição que levaria para vida.

Tentar ser uma boa garota doia.

Tentar ser normal machucava.

Tentar se encaixar e ser útil aos olhos dos outros não renderia aceitação.

Esse entendimento chegou bem na hora também.

Ela descobriu que levou a maior surra de sua vida até aquele momento porque aquela pessoa que os visitou era um professor de Dudley, e ele perguntou o porque a garota pequena e quieta que ele viu na casa não ia a escola.

E, você sabe, eles não poderiam falar que era porque não tinham interesse em gastar dinheiro ou cuidado na sobrinha.

Foi isso que levou ao dia em que Freak foi lavada, penteada, forçada as roupas velhas e antiquadas da tia, levada até a porta da casa e recebeu outra lista de instruções:

Vá de casa para a escola e da escola para casa

Não conte sobre o que acontece em casa

Não chame a atenção

Não seja uma aberração

Não incomode Dudley

E se alguém perguntar, seu nome é Primrose Potter

Não foi até estar em uma sala de aula cheia de crianças barulhentas e incomodas e uma mulher, sua nova professora, veio ao seu lado e perguntou qual era seu nome, que ela aceitou essa nova identidade

-Eu sou... Meu nome é Primrose Potter-

Foi ali que o nome Primrose veio a vida