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THEODORO TRAJANO

Não havia nada que me irritasse mais do que os constantes atrasos e distrações de Ava. Exceto, é claro, o infeliz do seu ex-namorado que mais cedo ou mais tarde conheceria o estrago que um eficiente punho fechado causaria ao seu valioso rosto.

Um atorzinho de merda, era o que eu o considerava.

Um filho da puta arrogante que não perdia a oportunidade de tocar na mulher que não o pertencia. Porque Ava era minha. Ao meu modo, e nos meus termos, mas era. O fato de que Brandon tenha continuado a ignorar esse importante detalhe, enfurecia-me um pouco mais a cada dia.

Deixando-me sempre a um passo de cometer uma loucura.

A possibilidade de uma resposta tão irracional, as constantes tentativas do atorzinho de me ver perder a cabeça, irritou-me de tal forma que cheguei inclusive a considerar colocar um fim definitivo ao meu caso com Ava. Uma decisão que por inúmeras razões, acabei por adiar.

Não porque eu não a desejasse, porra, eu era louco pela garota!

Tão obcecado que escolhi ignorar cada uma das promessas feitas a Rebecca, e me deixei envolver por uma ninfeta de pavio curto e temperamento caótico.

Razões para deixá-la não faltavam, e a cada vez que a culpa me atingia eu listava razão por razão, em uma tentativa de me persuadir a pôr um fim nessa loucura. Nesses momentos, um único motivo se sobressaía a todos os outros, fazendo-me sempre mudar de ideia: eu ainda queria Ava na minha cama.

Era por ela que as minhas viagens ao Brasil, tornaram-se cada vez mais curtas. Porque tornei-me incapaz de a arrancar da cabeça. A garota de apenas vinte anos era o meu novo vício, minha última conquista. Um desafio que homens como eu, com tanto a perder, não deveriam se arriscar. Até porque, se não tomasse o devido cuidado, o caso que tínhamos destruiria cada alicerce da minha planejada e estruturada vida.

Manter o meu passado longe da mídia, foi e ainda era um problema. E já me culpava o suficiente para ainda ter que ver minha vida sexual exposta aos quatro cantos, como se fosse um homem, realmente, livre.

— Brandon Evans. — O nome escapou-me da boca, em um grunhido áspero. — Por que tenho a impressão de que você insiste em tocar no que é meu... quando está ciente de que não deveria?

— Ava não é sua. — O moleque rebateu, fazendo-me sorrir com ironia. Ainda que o meu rosto tenha permanecido congelado, sem o mover de um só músculo. — E se não se recorda, ela e eu estivemos juntos por quase um ano antes de você aparecer e...

Com um único passo à frente, eu o fiz se calar. Não com um soco como teria gostado de tê-lo feito, mas por quem eu era. Atrás de mim, Roger, um dos responsáveis pela segurança e locomoção de Ava, também se fez presente. Mostrando ao atorzinho que, se continuasse com a provocação, ele seria o único a sair prejudicado.

Eu teria ficado satisfeito com o medo que enxerguei no rosto de Brandon, se Ava não tivesse se adiantado e se colocado entre nós dois. Com a mesma petulância e atrevimento com que costumava me empurrar ao limite, mas que também levava a crítica ao delírio.

De acordo com o relatório que recebi a seu respeito, Ava Theron, nascida e criada em Ohio, e uma das atrizes mais jovens e promissoras da Broadway, possuía um futuro brilhante pela frente como atriz. Ela era incrivelmente talentosa, um conjunto completo de corpo escultural, beleza erótica e atordoante, e uma voz rouca e sussurrada... capaz de deixar de pau duro a um padre.

Se a combinação já não fosse explosiva, Ava Theron era extremamente impulsiva. Além de indisciplinada com tudo o que não se referia a sua carreira. Ansiosa e agitada em um nível que me deixava louco.

DEGUSTAÇÃO: Banqueiro (Homens no Poder) Where stories live. Discover now