Capítulo 33

816 122 38
                                    


- Você não deveria estar aliviada? Agora que o assassino se suicidou você não corre mais riscos - Júnior dizia enquanto caminhamos pela praça de alimentação do shopping.

Havia se passado 1 semana desde a notícia da morte de Marcos Linder. A investigação foi rápida, logo culparam ele por todos o assassinatos - apenas 2 não tinham digitais- uma vez que Jason foi afastado da investigação ele não conseguiu voltar para a mesma. Ele tentou manter a investigação em aberto, porém quiseram encerrar o caso, deixando muitas lacunas.

Jason e eu compartilhavamos o mesmo sentimento de dúvida, estava tudo tão fácil e óbvio.

- Ah junior é complicado. Em um momento eu estava assustada e com medo de morrer, em outro veio a notícia que o assassino estava morto.

- Devemos comemorar, agora você pode sair novamente sem medo.

A verdade era que eu sentia muito medo ainda, não parecia ser real o fato que o assassino estava morto.

- Acho que ainda vai levar um tempo para que me acostume. - Entro na fila do BK - Vai lá pegar seu MC.

- É pra já! - Junior se afasta e vai na direção contrária em que estávamos.

Meu celular começa a tocar e sorrio ao ver o número do Jason na tela.

- Oi Jay, tudo bem?

- Sim Nina, como foi a entrevista? - Mais cedo eu havia feito uma entrevista para uma clínica veterinária.

- Foi tranquila... na verdade fiquei um pouco nervosa. - Deixo um casal passar na minha frente para fazer o pedido.

- Me desculpe não poder te levar, tanto que insisti o comandante deixou eu voltar para a delegacia.

- Nina já fiz meu pedido - Junior aparece fazendo eu levar um susto.

- Onde você está Nina? Ouvi a voz do Júnior. - Jason ainda estava inseguro com minha amizade com Nio, mesmo eu dizendo que não havia mais nada entre a  gente.

- Ele me buscou na entrevista, e viemos no shopping almoçar.

- Entendi. Tenho que ir, te vejo mais tarde?

- Claro. Você vai me ajudar a levar minhas coisas para casa, já não aguento mais ficar com o Gogo.

- Combinado pirralha. Te amo, beijo.

- Tchau. Te amo tbm, beijão. - Desligo o telefone a tempo de ver o Júnior fazendo cara de nojo.

- Quando eu começar a namorar não serei meloso desse jeito.

- Ah, cala boca Nio - Acerto um soco fraco em seu braço.

Peço meu lanche e vamos para mesa aguardar o pedido ficar pronto. Junior fica reclamando de como ele parecia mais um secretário do departamento do que um policial quando está na delegacia.

- Se tem  que buscar uma impressão, adivinha quem eles pedem pra pegar? - ele suspira - Isso mesmo, eu!

- Pelo menos você está trabalhando, eu que estou desempregada vivendo com a mesada que Gogo me envia todo mês.

- Agradeça por seu irmão te bancar.

- Eu só queria ser independente. Demorei meses pra conseguir um emprego, mal comecei ele e o perdi.

- Relaxa, você vai passar na entrevista. - Ele diz antes de ir buscar o  pedido.

Tenho a  sensação estranha  de estar sendo observada, olho a minha volta mas ninguém me olhava. Cruzo os braços de forma protetora, eu estava ficando paranóica.

Está certo que esses últimos meses foram mais que turbulentos, mas eu não podia ficar com medo e reclusa para sempre. Quando minha vida voltaria ao normal?

- Adivinha quem foi chamado para ir até a delegacia? - Júnior aparece atrás de mim, me fazendo pular e soltar um gritinho. Algumas pessoas a nossa volta me olham com reprovação. - Te assustei, desculpa Nina. .

- Júnior você não sabe chegar como uma pessoa normal? - eu realmente estava de ficando  paranóica.

- Desculpa Nina, de verdade. Vou ter que ir pra delegacia, quer uma carona até em casa?

- Não precisa. Meu lanche ainda está sendo preparado, eu pego um Uber. - Sorrio para o tranquilizar. - Vai logo.

- Desculpa acabar com o passeio. Me liga quando chegar em casa.

- Ok.

Ele sai apressado, decido aproveitar que estava no shopping e escolher um presente para Jason.

Ando por muitas lojas até achar o presente perfeito. Era um relógio com pulseira de couro, não era caro e nem tinha marca famosa, mas eu tinha certeza que Jason não ligava pra isso.

Sinto os pelos do meu braço se arrepiarem, a sensação de estar sendo observada novamente me invade. Me viro rapidamente a tempo de ver um homem se virar e entrar em um corredor.

Tento ligar para Jason mas ele não atende, disco mais uma vez o celular dele e  ele atende.

- Pirralha, já chegou em casa?

- Jay ainda estou no shopping, acho que estou sendo seguida.

- Estou indo para aí agora, qual shopping? Não desligue o celular e não saiu dai, fique em um local movim...

Só podia ser armação do universo, a minha bateria acaba no momento em que eu mais precisava.

Conto até 10 calmamente, só era eu esperar Jason em um lugar seguro. Ninguém ia tentar nada comigo em um lugar movimentado.

Ao me virar bato de frente com alguém, sinto uma dor alucinante e insuportável em meu abdômen. Levo a mão para minha barriga e sinto um líquido quente e viscoso. O homem que esbarrou em mim continua  andando, tento segurar a manga de sua blusa, mas não consigo.

A dor era insuportável, seria esse o meu fim? Meu corpo fica mole, e logo ouço alguém caindo no chão, ah era eu.  Havia  gritos a minha volta, meus olhos estavam fechando e a última coisa que vejo é a pessoa que esbarrou em mim se afastando.

* * *
Eu fico ansiosa com o final do livro e ficando postando os capítulos descontroladamente. 🔪 (Sei que vocês gostam haha)

Lembranças Esquecidas Where stories live. Discover now