Capitulo 14

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Narrado por Madelaine wolf

Antes de chegarmos no final do corredor Dyn tirou sua camisa e me deu.

- você esqueceu seu vestido lá fora. - ele afirmou-

Eu concordei com a cabeça e vesti a camisa.

Quando chegamos reparei em várias cabanas, mulheres com vestidos curtos e colados e crianças brincando.

Fui até uma menina de pele negra, cabelo cacheado e uma cicatriz na sobrancelha. Ela usava um vestido preto curto.

- oi - eu disse- eu gostaria de falar com Oriana Wolf.

- quem é você? - menina perguntou-

- Madelaine wolf. Sou... filha dela.

A menina me olhou de uma forma surpresa e passou a mão no meu rosto.

- a semelhança é inacreditável.- ela disse - vou chamá-la. Aguarde um momento

Meu coração estava quase saindo do meu corpo. E aquela sensação de falta de ar que eu senti na coroação voltou.

Dyn colocou a mão no meu ombro.

- Ei - ele disse olhando no meu olho - vai ficar tudo bem!

- espero que sim.

Ficamos lá por um tempo até que uma mulher com cabelo ruivo e rosto rígido disse:

- Bem vinda, filha.

Eu simplesmente não conseguia me mexer.

Ela era minha mãe. Na minha frente estava a mulher a qual eu sonhei conhecer desde pequena.

Milhões de sentimentos se misturavam no meu corpo.

Eu não sabia o que fazer, nem o que falar.

- você deve ser o Dyn - minha mãe disse-

- sim senhora - ele respondeu-

- como você  cresceu! Quando eu saí você era apenas um menininho, e agora está tão lindo e maduro!

- obrigado- Dyn exclamou apertando meu ombro-

- vamos para minha cabana. Precisamos conversar - ela disse-

Eu fiz que sim com a cabeça e a segui.

A cabana só tinha uma cama e uma mesinha. Em cima  dela estava espalhado vários papéis que pareciam cartas.

- Sentem-se - ela disse apontando para cama- imagino que tenha perguntas.

- sim, eu tenho - eu exclamei-

Ela abriu um sorriso.

- Por que você sumiu? Por que me deixou sozinha? Eu cresci acreditando que você estava morta!

- Querida, eu sei que talvez você não me entenda, mas foi para o seu bem. As bruxas sempre foram muito perseguidas, e se você não fosse uma seria muito melhor para você não saber a verdade sobre mim.

- eu sofri bastante com a ideia de nunca poder ver você. E sofri ainda mais imaginando  sua morte trágica!

- filha, eu sofri muito também! Quando seu pai morreu...

- espera, meu pai morreu?! Quem era meu pai?

- ele era um homem fantástico. Um soldado chamado Pietro Valler. Ele morrer em uma batalha entre os serpentes e os lobos. - consegui ver uma lágrima escorrer pelo olho dela - eu o amava muito. E ainda amo. Quando ele faleceu eu fiquei arrasada e meus poderes (que até então eu não sabia da existência ) ficaram descontrolados. Eu inundei meu quarto uma vez.
Eu sabia que estava colocando a vida do meu pai e a sua em risco, então falei para Luyse que se você herdasse meus poderes era para ela te entregar uma carta que eu escrevi para você. E fui embora.

- seus poderes são gerados por emoções ruins? - perguntei-

- sim.

- e isso não te afeta? Na carta dizia...

- a carta está certa. Mas eu passei por um tratamento e agora meus poderes não me prejudicam.

- que tipo de tratamento?

- morte.

- morte?! Como assim?! - Dyn interveio na conversa -

- é tudo controlado por poções.  E quando acaba só sua parte frágil morre.

- como isso funciona?- Dyn perguntou -

- ela vai usar os poderes até uma dor incontrolável começar. Isso vai estar desgastando toda a energia dela que vai matar a parte fraca. Deixando apenas a parte bruxa dela. Mas antes ela toma algumas poções para garantir um bom resultado.

- dor?! Ela vai sentir dor?!- Dyn questionou-

- infelizmente sim.

- quanta dor?- ele perguntou-

- uma quantidade suficiente para matar a parte fraca dela.

- não tem outra saída? - ele continuou -

- não.

A menina que tinha nos recebido quando chegamos bateu na porta

- Mãe, o jantar está pronto. - ela disse -

- já vou Miah obrigada. - minha mãe respondeu-

Minha mãe tinha outra filha?! Eu tinha uma irmã?

- ela é sua filha? - perguntei-

- não biologicamente. Mas sim. - ela respondeu- vou comer alguma coisa. Vocês podem vir se quiserem.

- obrigada. Logo vamos.

Minha mãe saiu da cabana.

- o que acha sobre isso? - perguntei para Dyn -

- confuso. Não quero que você se machuque Made.

Fiquei calada.

Apenas  pensando sobre tudo que ela havia falado.

- o que vai fazer? Vai aceitar essa ideia?- ele perguntou-

- e eu tenho escolha?

Ele colocou a mão sobre a minha.

- está com medo? - ele perguntou-

- um pouco.

- eu gostaria de dizer que vai ficar tudo bem, mas não conheço nada sobre isso. Porém prometo que  se algo ruim acontecer com você eu acabo com esse maldito lugar com minhas próprias mãos. Eu juro pela minha vida.

- acha que teria chance com tantas pessoas com poderes? - perguntei irônica -

- eu morreria tentando.

Entre lobos, serpentes e bruxas - por suzzana Jayme Onde as histórias ganham vida. Descobre agora