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                         💕Bárbara Passos💕

                                                          Janeiro, 2022

Minha bebê gosta do Gabriel, ele é um tio muito legal.

— eu sei que você conhece o Bruno a mais tempo e vou entender se você der ouvidos pra ele, mas eu não acho legal a ideia de fugiu do pai do bebê. Ele é um criminoso pode reagir de uma forma muito negativa a isso, e o mais importante, ele é pai dela. Pode não ser a melhor pessoa do mundo mas não muda o fato de que é o pai.

— é tudo muito complicado, eu entendo que ele é o pai da Melissa mas ele chegou a 3 dias e já quer virar a vida da bebê de cabeça pra baixo. Não me importa quem ele seja, não vou ficar longe da Mel. Eu passei por tanto sufoco nessa gravidez não vou deixar ele tomar as decisões por mim.

— você tem razão - ele encara a bebê no co dele- mas você tem que sentar e conversar com ele, o que importa é o bem estar da Mel e eu mesmo já disse que morar aqui em cima não é seguro.

— certo.

— Babi, independente de qualquer coisa quero que saiba que eu amo você e que você é a melhor amiga que eu já tive.

— fofo!- dou um sorriso- eu também amo você, e com certeza a Melissa também te ama.

— pessoa ruins podem ser bons pais assim como pessoas boas podem ser péssimos pais, pelo que você falou ele parece muito interessado em fazer parte da vida da Melissa e isso é bom pra ela. Você é uma mãe incrível mas  vai ser muito melhor ter um pai também.

— ok, eu vou tentar conversar com ele mas não vou deixar ele fazer o que quiser.

— já é um começo.

                                        •••

Vou tentar do jeito do Gabriel, se não der certo a gente parte para a opção da fuga.

Eu realmente quero que a minha filha tenha um pai, mas eu fico preocupada com o fato dele ter sido preso e não falar sobre e também me assunta essa personalidade meio sociopata.

— você quer pegar ela? - Melissa acabou de mamar e agora está encarando o nada e pensando em tudo.

Ele não tem nem a capacidade de soltar um " sim" vai logo pegando a menina.

— olha, você tem razão sobre esse lugar não ser apropriado para a Mel - nossa é horrível dar a razão pra ele- mas eu  não vou permitir  que você tire ela de mim.  Podemos tentar entrar em um acordo mas eu não abro mão de ter ela morando comigo.

— eu quero ser presente no dia a dia.

— eu posso arrumar uma nova casa em um lugar próximo a sua casa mas que ao mesmo tempo não fique longe do meu serviço.

— você vai continuar trabalhando aqui?

— sim, o salário não é dos piores e ele entende que as vezes eu não posso trabalhar porque tenho que resolver algo referente a minha filha.

— e você gosta de trabalhar em lugar lotado de bêbados?

— eu gosto do salário que eu recebo e isso é o que importa, as gorjetas são boas.

- te dão gorjetas boas porque acham que isso vai dar uma chance com você.

— eu sei, não sou tão burra. Desde que não toquem ou insinuem merdas eu estou de boa.

— merda! Você é a mãe da minha filha e é importante pra ela, não posso concordar com isso.

— concordar com o que? É o meu trabalho eu quem tem que estar de acordo. Você não tem o direito de escolher por mim.

— a Melissa tem pouco tempo de vida, acho que você devia se dedicar apenas a maternidade.

— depois da gravidez o meu corpo começou a produzir leite, não dinheiro.

— você não precisa se preocupar com isso.

— não vou ser sustentada por você se é nisso que você tá pensando.

— para de pensar em si mesma e pensa na Melissa, vai ser muito melhor pra ela ter você em tempo integral agora no começo.

— eu estou pensando nela.  Eu mal conheço você, não posso largar o meu emprego e depositar toda essa confiança em você. Foi mal, não dá.

Ele encara a bebê que resmungou.

— Bárbara, ela tá ficando vermelha. Faz alguma coisa.- o coitado tá se desesperando.

— ela só tá enchendo a fralda, deixa a menina. Ah, parabéns papai, - dou um sorriso- quer ser presente vai trocar ela.

— eu não sei fazer isso.

— pois  aprenda, super pai. Você não quer ser presente? Vai ser presente em todos os momentos possíveis.

— mas...

— o trocador tá lá no quarto, fica a vontade.

Não enche a boca pra dizer que é a filha dele? Que faça parte de tudo.

Foi uma situação bem triste, eu já sou desprovida de dinheiro e ele me gasta meio pacote de lenço umedecido e estraga duas fraldas, é foda.

Ele mantém a Mel no colo mesmo depois da pequena pegar no sono.

— você combinou de voltar quando pro bar?

— vou respeitar o meu resguardo , pelo menos por  mais três semanas eu vou ficar em casa.

— certo, você pode passar essas três semanas lá em casa com a Melissa. Um tipo de teste pra você se acostumar.

— a sua casa?- ele concorda- você apareceu a três dias dizendo que tava preso e agora quer que eu vá morar com você?  Você tem noção do quão absurdo isso parece?

— o que você acha que eu vou fazer? Se eu quisesse fazer algo com você faria bem aqui, não ia me dar o trabalho de te levar pra outro lugar.

— valeu! Isso ajudou muito com a minha insegurança.

— lá em casa você vai ter ajuda pra cuidar dela  e pode procurar um trabalho por perto se achar mesmo necessário, mas eu vou cuidar do bem-estar de vocês.

Cuidar do nosso bem-estar?

— com todo respeito, eu não quero alguém estranho me ajudando com a Melissa, já é difícil dividir ela com você que é o pai, imagina com um estranho.

— Gabrielle é uma boa pessoa.

Merda! Minha bebê tem madrasta?

Ah, não! Não foi isso que eu pedi.

Morro de medo dessa história de ter outra figura materna e eu não ser a preferida.

— a gente vai amanhã, eu te dei a opção de aceitar de boa porque me disseram que eu devia tentar ser legal, mas eu não tenho paciência pra isso.

Devil's lairWhere stories live. Discover now