Amor com data marcada - L7nnon

10 | Me poupe

capítulo com tópico sensível e gatilhos.

Lennon Narrando

📍Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
🗓 Sexta-feira, 25 de Março, 2022.

Guardei o celular no bolso e olhei a vitrine da loja vendo o bolo que a Nina gosta e sorri me lembrando dela.

Já tinha semanas que a gente não via e ao menos se falava, ela realmente me excluiu completamente da vida dela sem nenhum peso na consciência.

Eu só queria entender e proteger ela.

Continuei olhando a vitrine da loja afim de comprar um bolo pra levar pra minha coroa e acabei vendo a Nina dentro da loja.

Seus olhos estavam perdidos observando um casal falava alguma coisa com ela que parecia tentar fugir dali.

Sem pensar duas vezes entrei na loja, dei boa tarde pra atendente e caminhei até a Catarina que estava tão aflita que nem notou minha presença.

— ei — chamei sua atenção, mas ela continuou estática no lugar encarando o homem que a olhava com um sorriso sonso nos lábios.

— foi um prazer te ver, Kitkat — ele soou irônico e pegou na mão da loira saindo da loja e olhei a Nina que continuava do mesmo jeito.

— você tá bem? — olhei seu rosto — quem era aquele cara?

— me tira daqui, por favor

— você não vai levar? — apontei pra cesta cheia de doces na sua mão.

— foda-se esses doces, eu só quero sair daqui

— claro, vem

Peguei a cesta da sua mão e deixei em cima da bancada, passei meu braço pela sua cintura a guiando pra fora da loja.

Fomos o caminho inteiro até sua casa em silêncio e ela o tempo inteiro se mostrava impaciente e mexia na perna me deixando incomodado.

— quer que eu fique aqui com você? — perguntei observando ela entrar em casa, mas não obtive resposta.

Ela caminhou pelo corredor sem nem se importar com a porta aberta, então fechei e fui atrás dela que se sentou na cama em silêncio e encarou um ponto fixo no quarto.

Me sentei do seu lado e ela me deu um abraço apertado enfiando o rosto no meu peito e em seguida soltou um soluço alto me assustando.

— calma — murmurei enquanto acariciava seu cabelo.

Pensei que seu choro pararia com o tempo, mas só piorou e suas mãos começaram a tremer contra o meu corpo me deixando assustado.

— olha pra mim — pedi e com muita dificuldade ela olhou meus olhos — respira devagar, puxa pelo nariz e solta pela boca — segurei suas mãos e aos poucos ela foi fazendo o que eu falei.

— eu não consigo — falou com a voz falhada.

— consegue, vai, de novo

A encorajei e ela fez novamente, dessa vez seu choro cessou e ela respirou fundo olhando nossas mãos entrelaçadas.

— quer que eu pegue uma água pra você?

— não, fica aqui comigo

— fico — acariciei sua mão com o polegar.

Ela ficou um tempo em silêncio encarando os pés, parecia tentar assimilar as coisas então não a interrompi.

— ele é meu ex — sussurrou após uns minutos em silêncio e em seguida me olhou com os olhos avermelhados e abri a boca diversas vezes tentando falar algo, mas não consegui — eu vi ele e lembrei de tudo — fungou — eu só tinha 18 anos