Inevitable | Percy & Hermione

02

Na luz fria e racional da manhã seguinte, Hermione decidiu que a noite anterior tinha sido uma aberração de bêbado. Ela não iria ter um - não, ela nem mesmo pensaria na palavra. Isso não ia acontecer. Ela e Percy seriam amigos. Ela gostava da companhia dele, nada mais.

Lembrou-se de como ele havia se tornado educado depois do último encontro. Ela se perguntou se teria que esperar isso dele novamente agora. Se assim fosse, não seria nada mais, nem menos, do que ela merecia.

Ela respirou fundo e se acalmou e saiu da cama, preparando-se para o dia que estava por vir.

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Ela não viu Percy naquele dia e nem no seguinte, confirmando suas piores suspeitas. Ele a estava evitando. Ela se perguntou quanto tempo deveria deixar passar antes de confrontá-lo sobre isso, ou se deveria confrontá-lo de fato. Talvez fosse melhor ficar longe. Ela já havia ficado vários meses sem vê-lo antes, e não havia problema, não é mesmo?

(Não, na verdade não; mas isso entrava na pilha cada vez maior de coisas que ela não se permitia analisar com muito cuidado).

Duas semanas, ela resolveu. Ela deixaria passar duas semanas antes de falar com ele. Mais do que isso seria estranho para duas pessoas que eram nominalmente colegas de trabalho. Ela brincou com a ideia de marcar um X de lembrete em seu calendário para a data, mas depois decidiu não fazê-lo. Não havia necessidade de chamar a atenção.

No terceiro dia, ela estava imersa em uma pesquisa particularmente complicada quando ouviu um toque silencioso na porta. "Entre", ela chamou, mal levantando os olhos de seu tomo. A porta se abriu para revelar Percy Weasley, pálido e de lábios finos, segurando uma sacola de papel marrom.

Hermione pousou a pena com cuidado, tentando ignorar a adrenalina que a percorria. É apenas Percy, ela disse a si mesma com firmeza. O irmão de Ron. Apenas amigos.

"Eu estava, ah, pensando se você já tinha almoçado", disse ele. Hermione levantou uma sobrancelha. Da última vez que eles tiveram um encontro, ele havia fugido por seis meses. Dessa vez, ele estava em seu escritório três dias depois, convidando-a para almoçar. Embora ele parecesse estar prestes a fugir a qualquer momento.

Seria muito fácil para ela dizer a ele que já tinha planos para o almoço, que já havia comido naquele dia. Obrigada, mas não, ela poderia dizer.

Não deveríamos ficar sozinhos juntos, ela poderia dizer.

"Eu não", disse ela. "Isso é um convite?"

Seus olhos se suavizaram. "Somente se você pretende aceitar", disse ele, com um sorriso brincando nas bordas da boca. O coração dela gaguejou traidoramente.

É claro que não. É claro que ela não deveria aceitar.

"Eu aceito", disse ela. Como a maioria dos funcionários do Ministério, ela embalava seu almoço todos os dias. Ela segurou sua própria sacola de almoço e perguntou: "Conhece um bom lugar?"

Ele disse.

"Você vai querer prestar muita atenção", ele disse a ela, "pois não é muito fácil encontrar o lugar para onde estamos indo". Ele fez com que ela o seguisse por uma série de corredores e escadas, incluindo uma porta invisível que precisava ser tocada em um padrão de diamante duplo para ser aberta. Ele a fez praticar sozinha duas vezes, embora Hermione já tivesse certeza de que não queria fazer isso sem a presença dele. Ela acrescentou isso à lista cada vez maior de coisas em que não iria pensar.

Finalmente, eles chegaram a um pátio ensolarado com uma dúzia de mesas e cadeiras de ferro forjado espalhadas em intervalos estranhos. Percy não era o único que conhecia esse pequeno esconderijo, pois cinco ou seis das mesas já estavam ocupadas. Mas era notavelmente espaçoso e não estava lotado para o Ministério. No saguão principal, sempre havia pessoas tentando encontrar um lugar para sentar e almoçar, e era por isso que Hermione normalmente comia em sua mesa.