Capítulo doze - Incomuns

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-Os seguranças do Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington, afirmam ter visto dois garotos de cabelos pretos com o diamante hope em mãos e depois sumir de suas vistas como um passe de mágica -A jornalista dizia na televisão, relatava sobre o que havia acontecido ontem. -O diamante não foi roubado, e muito menos foi substituído por outro enquanto os suspeitos estiveram lá dentro. Os detetives acreditam que tudo foi apenas alucinação dos seguranças que haviam dormido em seu local de trabalho depois de beberem e ativado os alarmes acidentalmente, garrafas de bebidas alcoólicas encontradas no canto da sala confirmam essa teoria.

Um alívio enorme apareceu novamente quando eu mesmo pude confirmar de que tudo estava bem e havia dado tudo certo.

Reita e eu éramos os únicos acordados no dormitório. Pelo o'que o mesmo disse, desde que eu e Yumi o largamos para irmos sozinhos ele não conseguiu dormir, estava assistindo televisão desde então.

Depois de sair do terraço, eu voltei pro quarto e consegui descansar o suficiente. Agora, estou acordado novamente, me arrumando para sair com a prateada já que havíamos combinado desde que chegamos em Okinawa que iríamos em uma cafeteria. Deve ser cinco da manhã agora, ninguém deve estar acordado e as ruas da cidade não devem estar cheias para atrapalhar o passeio.

-Pelo visto vocês conseguiram achar o colar de novo juntos, então porque não o está usando? -Ele me perguntou, parecendo entediado com a reportagem e trocando de canal.

Eu e Yumi nos separamos dele muito antes de irmos para o museu, então obviamente ele não sabia que a jornalista estava se referindo a nós e também não sabia que eu escolhi meus poderes invés de ser alguém normal... não perderia meu tempo para explicar tudo para o mesmo.

Eu não respondo, continuando me arrumando. Decidi usar roupas simples. Um moletom branco, calça jeans e all star pareciam a roupa ideal para sair a essa hora.

-Onde está indo? Nunca vi você se arrumando pra alguma coisa por vontade própria. -Ele me faz outra pergunta, jogando o controle de lado e me olhando enquanto achava uma posição mais confortável no sofá.

-Vou em uma cafeteria famosa no centro, com a Yumi. -Eu respondo dando de ombros sem querer dar tanta informação, caminhando em direção a porta para sair.

-Você e aquela menina chata estão muito juntos pro meu gosto. Você nunca saiu pra fazer alguma coisa comigo e eu também sou seu amigo paranormal. Você está passando tanto tempo com ela que está esquecendo dos seus amigos de verdade. -O mesmo falava de forma indignada, revoltado com tudo aquilo.

"Eu conheci o Saiki primeiro, e por mais que aquela garota seja uma gostosa ela está fazendo com que o ele se afaste de mim" -Ele pensou, mostrando que eu podia ler a mente das pessoas perfeitamente como antes, um alívio crescendo em meu peito.

Eu ignoro seus protestos, saindo do quarto e começando a andar pelos corredores silenciosos do hotel. Eu passo direto pelo dormitório das garotas sabendo que Yumi me esperava do lado de fora, assim que entro no elevador frio e vazio deixo meus pensamentos dominarem minha mente.

Estar com os poderes novamente é como recomeçar outra vez, me sinto novo mesmo não tendo usado muito. A sensação de que tudo voltou ao normal me faz relaxar com o fato de que poderei fazer as mesmas coisas que antes e não ser um inútil quando coisas começam a acontecer. Afinal de contas, eu nasci como um psíquico e não poderia continuar sem os poucos privilégios que eu tinha me acostumado.

Parando para pensar, fazia uns dois dias que eu não comia gelatina de café, que pode parecer pouco tempo mas fazia muita falta, ir em um passeio para uma cafeteria com a prateada veio em um bom momento.

Outra Psíquica - Kusuo SaikiOnde histórias criam vida. Descubra agora