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Yára 🇧🇷

Badá vai me arrastando até o carro, sinto meu pulso doer a cada passo que damos, olho para trás e vejo Douglas olhando aquela cena ridícula que Badá esta me fazendo passar. Droga por que tinha que ser assim? Por que ele não age como uma pessoa normal?

Yá- Badá...- ele não responde - Badá para, ta doendo - ele não para só solta um pouco o aperto mas continua segurando a minha mão.

Ele abre a porta do seu carro, uma evoque preta, os vidros fume. Ele me lança para dentro do carro e da a volta entrando, meu vestido mancha pelo sangue que escorre do machucado que arde. Ele esta tão nervoso que nem olha para a minha cara, vejo as veias do seu pescoço saltadas, o olhar firme e escuro para o caminho que tomamos para algum lugar que ele quer me levar.

Não falo nada, não quero ele mais estressado do que já está, mesmo eu tendo mil e um motivos de que ele é maluco e que não deveria estar fazendo isso, olho pra fora do carro, não querendo olhar de mais para ele. Cada curva fechada e a velocidade me passa mais medo ainda.

Chegamos em uma casa que eu não conhecia, deve ser mais uma de muitas que ele tem aqui, nem me espanto. Casa era linda por fora, tudo pintado de branco, algumas pichações no muro referente ao "comando", mas nada que fosse deixar feio de mais.

Badá- desce! - ele manda, novamente. E eu o obedeço, novamente. Por mais que eu não goste de me sujeitar a isso, eu ainda tenho medo, medo dele. E por mais que ele faça tudo isso não consigo contrariar.

Ele vai até a cozinha e eu fico na sala, esperando ele voltar e gritar comigo por vários motivos "nada". Por que é isso que eu fiz, exatamente nada mais ele esta puto por alguma coisa. Ele volta com um copo de whisky e a maconha no dedo, e uma maleta branca pequena na outra mão.

Badá- senta. - me sento e ele vem até mim se sentando ao meu lado, toma um gole, e depois puxa o baseado, logo ele coloca o copo em uma pequena mesinha que tem a nossa frente. - quem te machucou?

Yára- olha não sei o que esta acontecendo ta legal? Mas eu vou embora, não vou mais te incomodar e eu não volto, mas por favor....- não termino de falar

Badá- quem te machucou? - agora ele pergunta olhando nos meus olhos firme, e eu fico encarando como se aquilo me prendesse de certa forma.

Yára- fui catar os caco de vidro e me cortei, mas não foi nada de mais...- ele pega a minha mão, e começa a jogar soro fisiológico e arde um pouco mas permaneci parada, ele vai limpando o local com algodão, as vezes eu dou uma puxadinha por doer mas logo ele trata de segurar mais forte. Ele limpa tudo e depois coloca um band-aid.

Badá- deu pra mim e já foi dando pra outro né vagabundo do caralho - ele se transforma. Ele da um gole que finaliza o líquido meio amarelado que fica no copo pequeno e começa a gritar - mal tinha saido daqui e já foi procurar outro pra sentar.

Yára- do que você esta falando? Eu não dei pra ninguém, droga. - digo revoltada e logo coloca a mão na cara. - não era eu que tava praticamente comendo alguém na piscina onde todos passavam e olhava. Então não vem me chamar de vagabunda por que eu beijei outra pessoa. E dane-se se eu dei ou deixei de dar.

Bada- é diferente porra, tu acha que pode brincar com bandido? Ta cheia dos querer, sempre fui putão mermo. Mais é isso mermo faz o que tu quiser tu não é porra nenhuma minha não, da a porra da tua buceta pra quem quiser, já comi agora da as sobras para esse filhos da puta. - não estava acreditando que estava escutando aquilo. Meu olhos estavam transbordando águas, das mais dolorosas, porra ninguém nunca tinha falado assim comigo antes, me humilhando para exaltar o ego, me arrependo amargamente de ter cogitado a ideia de um dia a gente ter outra noite maravilhosa como a primeira.

Yára- você é podre, não consigo imaginar o que eu tinha na cabeça de me envolver contigo, se não se importa tanto quanto tu diz, por que foi atrás de mim? Por que cuidou da merda do meu machucado? Por que ta dando esse chiliques de ciúmes? - me levanto abrindo os braços - quer saber, não precisa dizer mais nada, vou voltar pra onde eu vim e vou da "a porra da minha buceta" para o cara que merece. - logo após isso ele joga o copo na parede que logo se espalha em milhares de pedacinhos fazendo eu me assustar.

Badá- vai porra - diz apontando o dedo pra minha cara - queria saber tanto quanto você do por que esse sentimento de posse estar me consumindo, de não conseguir ver outro filho da puta te tocando como eu te toco. Se eu ver você com esse cara de novo a mãe dele vai chorar em cima do caixão dele, ta avisada.

Yára- ta maluco? Ele é meu amigo, você não é nada meu seu doente, para com isso, Badá olha pra mim - digo chegando perto dele e colocando as mãos no rosto dele - deixa ele em paz, não faz nada com ele por favor, eu nunca mais volto aqui ta legal? Eu saio, mas não toca nele.

Badá- ta defendo ele por que? Gostou do filha da puta? Ele te tratou bem? Mas fica ligada que é só pra te comer, e se ele pensa que isso vai acontecer ele amanhece com a boca cheia de formiga.

Yára- hipócrita, é isso que você é, você só me viu como mais uma que pode transar e descartar, e quado soube que era virgem, seu ego aumentou não é?! Quer saber eu vou embora.

Vou em direção a porta e logo abro ela a fechando em seguida e escuto algumas coisas quebrando. Vejo o menino que faz a contenção confirmar alguma coisa no rádio, quando vou passar sou barrada.

Pele- pô dona, pode passar não...

Perdição | MWhere stories live. Discover now