1.

110 8 4
                                    

Seis anos atrás;
Lea

Nem acredito que finalmente consegui a vaga. Entrar pra companhia de teatro mais famosa de Hollywood é, de longe, uma das melhores coisas que já me aconceteram. É incrível saber que até a Maryl Streep, uma das minhas maiores inspirações, já estudou aqui, nessa mesma academia. Eu tô vivendo um sonho.

Dá pra ver que o local passou por uma reforma recente, mas, ainda assim, tem a mesma essência de 50 anos atrás, quando tinha acabado de inaugurar. Pesquisei tudo sobre essa academia. O processo pra entrar, os testes, as provas... Foi tudo tão difícil e estressante. Mas saber que tenho a chance de realizar meu sonho de ser uma atriz profissional faz, com certeza, tudo valer a pena.

— Com licença, estou procurando a sala da turma iniciante. Pode me ajudar? - Pergunto à atendente, que está na sala de recepção.

— Claro! Segundo andar, sala um. Só subir as escadas, seguir o corredor e virar a primeira direita. Você vai ver algumas salas, entra na sala um. - Ela responde, amigavelmente.

— Muito obrigada! - Digo, me afastando e indo em direção às escadas.

— De nada, seja bem-vinda!

Sigo as instruções da moça e subo as escadas. Acho que devo ter entrado na sala errada, pois está vazia.

— É... Licença, aqui é a sala pra turma iniciante? - Ouço um garoto perguntar e me viro pra ele.

— Acredito que sim, mas acho que chegamos um pouco cedo demais. - Sorrio pra ele, que sorri de volta pra mim.

Ele tem um sorriso lindo. Foi a primeira coisa que consegui reparar. Depois foram os cachos em sua cabeça. Ele parece fofo.

— É, talvez chegar dez minutos antes do combinado não nos faça parecer pontuais demais, e sim desesperados. Nervosismo, eu diria.

Ele mantém o sorriso no rosto ao dizer isso. Dou uma leve risada do comentário.

— Eu concordo. - Digo, ainda sorrindo.

– Ah, eu sou Josh. Joshua Bassett. - Ele se aproxima e estende as mãos.

– Lea Denver. - Aperto suas mãos. - Prazer em conhecê-lo.

— O prazer é meu. Qual seu nome todo? - Ele pergunta, com uma expressão de curiosidade.

Pessoas do mundo teatral são estranhas. Excêntricos demais. Não entendi o motivo da pergunta, mas respondo mesmo assim.

— Lea Carolina Denver. - Nem pergunto o porquê.

— Carolina. É um nome muito bonito.

— Obrigada. Gosto dele também. Alguns familiares me chamam de Carol, às vezes.

— É um apelido legal. Alguém te chama de Lina?

— Não que eu saiba. - Sorrio.

— Legal. Então, eu vou te chamar de Lina. - Ele abre seu sorriso novamente. É bem encantador. - Você vai ser minha parceira a partir de agora, Lina. O destino nos trouxe até aqui. Fomos unidos pela pontualidade excessiva.

Ele diz isso como se fosse a coisa mais normal do mundo de se dizer. E, enquanto isso, mantém seu lindo sorriso no rosto.

— Você é bem estranho, Joshua Bassett. - Digo, com um sorriso de canto.

— Todos nós somos. O teatro só nos faz mostrar mais desse lado. Atores, no geral, são estranhos.

Eu sorrio.

— Tudo bem, Bassett. Vamos ser parceiros. Mas se desistir de mim depois de eu mostrar meus lados estranhos, eu vou atrás de você. Mantenha as portas de casa trancadas. É melhor que isso não aconteça.

TIME TO DIE - Joshua BassettWhere stories live. Discover now