Capítulo N°6

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Seg, 28 de mar de 2022

Igor Castilho

Descobrir que tenho uma sobrinha foi algo inevitável, eu nunca imaginaria que tinha alguém da família vivo ou que meu irmão tinha uma filha, esse tempo todo e eu não percebi.

— Bom dia filho - falei.

— Já tô saindo - disse se levantando.

— Pode ficar - falei fazendo ele me encarar.

— Como foi com a Luana? - perguntei.

— Fez graça e pra não fazer merda eu deixei ela lá - disse.

— Tu tá louco Felipe, porra, se algo tiver acontecido com ela tu tá fudido muleque - falei me levantando e saindo.

Peguei a chave do meu carro e fui voado pro condomínio, chegando lá já logo entrei, vi que a porta estava fechada e fiquei com medo de algo ter acontecido com ela.

— Luana - falei entrando em seu quarto.

Vi que ela estava deitada em sua cama dormindo, e nossa esse quarto tá um zona, cheio de malas e coisas jogadas no chão, me aproximei de seu rosto e vi que estava inchado.

— Luana, você tá bem? - falei tentando acordar ela -

— Me deixa aqui por favor - respondeu se virando pro outro lado.

— Luana, oque aconteceu? - perguntei esperando respostas.

— Ele tá super certo, não mentiu em nada, mais acho melhor vocês deixarem a patricinha aqui - disse.

Já imaginei oque pode ter acontecido, Felipe e seu jeito duro, deve ter falado coisas horríveis pra ela e pelo oque eu sei Luana é bem sensível.

— Luana eu sei que o Felipe é complicado, mais não liga pra oque ele fala, eu achei que mandar ele te trazer ia fazer ele deixar o lado ogro dele um pouco de lado - falei.

— Ele só precisa saber que não tem direito de tratar as pessoas assim - disse se virando pra mim novamente.

— Eu vou falar com ele, peço desculpas pelo comportamento do meu filho, agora vamos, vou te ajudar a arrumar essas malas, mas antes vai tomar um banho pra desinchar esse rostinho lindo.

Luana se levantou sem falar nada e foi pro banheiro, minutos depois saiu com uma calça e uma blusa moletom, ajudei ela com suas malas e depois pedi os vapores que tinham vindo atrás de moto pra colocarem no carro.

Minutos depois já estávamos em casa, finalmente e não passa de hoje, vou ter uma conversa séria com o Felipe.

Luana trouxe algumas malas e o resto de suas coisas deixou lá, falei que depois mandava os vapores pegarem.

Deixei ela na minha casa e fui pra boca, mandei chamarem Felipe e Lucas e alguns minutos chegaram.

— Manda o papo velho - Lucas disse.

— Mais respeito com seu pai muleque - falei dando um tapa na sua cabeça.

— É sobre a Luana - falei.

— Novidade, parece que todos só falam de Luana agora - Felipe disse com seu jeito arrogante.

— Aquela menina é importante pra família, e se algo tivesse acontecido com ela nós teríamos problemas grandes Felipe, principalmente entre eu e você - falei.

— E quem ela é pra ser tão importante em? - Felipe perguntou.

— Filha do Luiz e da Juliana - falei e os dois me encararam.

— Como assim?? - Lucas disse sem entender.

— Ela disse isso? Porque se for você sabe que tá mentindo né - Felipe disse.

— Ela não tá mentindo, eu mandei os cara investigarem, e Juliana disse que era pra dizer que amava todos antes de morrer e que tinha algo pra contar - falei.

— Mais e se ela tá pagando os polícias pra mentirem - Felipe continuo insistindo que era mentira.

— Meu filho não tem como, seria anos trabalhando pra mentir, e ela e bem ingênua, não teria mente pra isso - falei.

— Conversei com ela apenas naquela noite, mais realmente Luana não teria tanta criatividade assim - Lucas disse.

— E agora oque vai acontecer? Se alguém descobrir que a patricinha tá morando no morro - Felipe disse.

— Primeiro para de chamar ela assim, segundo vai continuar tudo normal, só que ela vai morar com a gente - falei fazendo Felipe se assustar.

— Deve ser piada né, porque você não manda ela pra fora do país logo? - Felipe disse indignado.

— Felipe, aliás oque te frusta tanto nela em? - Lucas disse para seu irmão.

— Posso ir ou tem mais alguma coisa? - Felipe disse pro mim ignorando seu irmão.

— Ela não sabe nada do morro só que somos uma família comum e que tem seguranças por causa da empresa, só isso já podem ir - falei.

Felipe saiu e o Lucas ficou, já sabia que tinha perguntas vindo aí, e do morro sei que não é, já que Lucas não tem interesse em nada do morro.

— Você também acha que Luana incomoda muito o Felipe? Ou será que ela conseguiu chamar a atenção dele - Lucas disse debochando.

— Meu filho eu não sei responder sua pergunta, mais algo tem aí - falei rindo.

Depois de um tempo Lucas foi fazer umas coisas e eu fiquei na boca resolvendo umas papeladas, horas passaram e eu nem me dei conta, tô sem almoçar até agora e percebi que precisava levar comida pra Luana, passei no restaurante aqui do morro e pedi duas marmitas.

Peguei ela e fui pra casa, chegando lá comprimentei os vapores e fui entrar, mas quando abro a porta me deparo com Lucas e Luana assistindo filme.

— Já comeram? - perguntei disfarçando a cara de surpreso.

— Ainda não, tava pensando em mandar os menor trazer comida agora - Lucas disse.

— Tem comida aqui - falei entregando as marmita pra eles.

Deixei eles comendo e pedi os vapor pra trazerem outra, quando chegou comi e fui pro meu quarto dar uma descansada, parece que depois de velho não aguento fazer nada.

....

No alto da favela Où les histoires vivent. Découvrez maintenant