Capítulo 20 - Daisy

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Perdão pelo sumiço. O notebook que eu usava pra escrever deu pane e eu perdi tudo que tava lá, até os capítulos de fanfics em andamento, incluindo esta, que eu não tinha atualizado no Drive, e só agora eu usei um dinheiro que não deveria pra comprar um note usado.

~

– Daisy? Você tá acordada?

A voz familiar e o tom – estranho para ele – de preocupação me fizeram abrir os olhos para contemplar um cenário desconhecido que logo me tirou de qualquer sonho que eu pudesse ter tido antes.

As paredes de concreto cinzentas e os candelabros cheios de longas velas acesas pareciam um tanto quanto deslocadas em contraste com as cortinas de um vermelho berrante. Eu estava em uma cama macia, um cobertor preto felpudo sobre meu corpo e travesseiros fofos às minhas costas.

Agradável, agradável demais...

– Onde estamos? – tentei fazer minha voz sair, sentindo a garganta arder com a sede avassaladora. Sam se sentou na cama ao meu lado, os olhos quase arregalados sobre mim, segurando minha mão. Arqueei uma sobrancelha, desconfiada com o gesto. – O que aconteceu?

– Não tenho certeza de onde estamos e nem como trouxeram a gente. Daisy, você... – engoliu a seco. – Tava desmaiada lá na casa – pigarreou. – Perdeu muito sangue, e...

Eu imediatamente levei as mãos ao meu ventre, mesmo conseguindo ouvir os batimentos do bebê. Ela estava mais quieta, de fato, mas talvez apenas estivesse dormindo em vez de se mexer de um lado para o outro.

– Ela tá bem – ele tentou me tranquilizar. – Vocês duas tão bem, a médica examinou tudo direitinho...

– Que médica? – franzi o cenho.

A porta se abriu e nos viramos para ver quem entrava.

Engoli a seco quando reconheci aquele rosto.

O baixinho meio calvo com sorriso convencido tinha uma voz que vez ou outra me assombrava em pesadelos, quando eu conseguia dormir, mas eu nunca tive certeza de quem ele era e como nos conhecíamos.

Parecia diferente da foto que eu tinha dele, onde ele mostrava uma espessa barba negra e alguns fios grisalhos. Mas é claro que a parte mais inesquecível dele era o demônio escarlate que habitava aquela casca.

Minha mão automaticamente foi em direção ao meu pescoço em busca do relicário, mas ele não estava ali.

– Procurando por isto? – o estranho sorriu, tirando do bolso a gargantilha que eu usava sob as roupas.

– Isso é meu!

– E ficará comigo – ele deu de ombros, guardando-o de volta no bolso, e outros dois demônios apareceram atrás. – Senhor Winchester, preciso ter uma conversa a sós com a minha convidada. Queira acompanhar meus homens para o seu quarto.

Imediatamente segurei o pulso de Sam, o surpreendendo.

– Ele não vai a lugar nenhum. O que quer que queira me dizer vai ser dito na frente dele.

– Não é assim que funciona, amor. Vocês são meus convidados e estão sob a minha proteção, mas se não se comportarem, apenas arrastarei os dois para o inferno e os entregarei à Lilith, fui claro? Levem o menino-rei daqui – ordenou.

Encarei Sam frustrada, mas ele apenas assentiu, como se tivesse algo em mente para tentar contornar o problema que tínhamos. Sem escolha, acompanhou os dois outros demônios, não perdendo tempo em dar um soco no primeiro que tentou pôr as mãos nele, mas seguindo caminho assim mesmo.

Bad CompanyWhere stories live. Discover now