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Setembro, 2007
Ana não sabia bem como aquilo funcionava, mas de repente ela estava no orfanato de Detroit, com seus pais segurando cada uma de suas mãos enquanto eles esperavam seu novo irmão mais velho.
Era engaçado.
Ela já havia nascido há muito tempo.
Quase seis anos!
E sempre quis um irmão mais velho para poder brincar com ela e protegê-las das crianças más e chatas do parquinho, mas todo mundo dizia que ela não podia ter porque já havia nascido.
Mas agora ela teria, seus pais deram um jeito, e eles nem tinha contado que estavam planejando aquela supresa.
Ana nunca esteve tão ansiosa e animada.
Ela usava suas sapatilhas brancas preferidas, sua meia calça branca e seu vestido cor de rosa e brilhante e sua linda tiara de princesa nos cabelos grandes e negros que iam até sua cintura.
_ E se ele não gostar de mim? - ela se viu perguntando.
Estavam na porta do orfanato, esperando os grandes portões se abrirem e ela poder conhecer e levar para casa sua nova pessoa favorita do mundo todo.
Porque ela sabia que ele seria. Ela esteve esperando por ele durante muito tempo.
_ Claro que ele vai gostar, meu amor, você é a menininha mais legal do mundo - seu pai falou, se ajoelhando ao seu lado.
Ana sorriu de forma automática, mas seu sorriso logo se fechou, tornando sua expressão nervosa quando os portões do casarão se abriram.
Grace foi na frente, querendo recepcionar seu menino. Christian e ela tinham uma ligação já, há quatro meses se vendo todos os dias, tendo a certeza de que estariam juntos para sempre desde o primeiro dia.
_ Dra. Grace - Christian sorriu animado, segurava sua mochila nos ombros e corria para Grace.
A pediatra o abraçou no mesmo instante, fechando os olhos ao sentir os braços dele em sua volta, sabendo que agora era para valer mesmo, eles iriam juntos para casa dessa vez.
_ Quero te apresentar alguém - ela sussurrou para ele, pegando em sua mão e logo o levando até o resto da família.
Carrick logo o abraçou também, já tenham se conhecido naqueles meses também e tendo uma boa relação. Apenas preferiram manter Ana longe da situação, não querendo que ela sofresse por antecipação, e também quando tivessem tudo resolvido judicialmente.
_ Oi, eu sou a Ana, e eu sou sua irmãzinha agora - a garotinha falou logo, da forma que havia treinado durante toda a semana em seu quarto.
Christian a encarou de cima abaixo: o pezinho batendo no chão de forma nervosa, as mãos entrelaçando os dedos, os cabelos avoados e no topo da cabeça a tiara brilhante, os olhos azuis demais de uma forma que ele nunca havia visto em alguém, o vestido cor de rosa cheio de paetês que refletiam e até chegava a incomodar um pouco a forma que reluziam luz.
_ Nossa - ele sussurrou, e então sorriu para ela, se aproximando e ficando rente a menina. - Você parece uma princesinha.
***
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