Capítulo 1

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Notas Inicias:

Lembrando que isso não é uma propaganda da Ford, pessoal.

*


—Vai ser legal, Chris vai estar lá!

Seu sorriso era aberto e largo, obviamente animada.

—Sinceramente, eu preciso terminar esse trabalho. Não estou com ideia para festa, obrigada.

Respondo, enquanto me sento na mesa grande do computador.

—Amiga, esses trabalhos são para entregar depois das férias.

Pareceu-me indignada.

—E o que tem?

Pergunto simplesmente.

—As férias nem começaram e você já está terminando o terceiro trabalho de cinco.

Sorrio.

—Mas é meu dever como aluna, deixar tudo extremamente organizado e em dia, para que eu possa contornar com calma qualquer problema ou imprevistos.

Dou de ombros e ligo o iMac.

—Por favor, deixe de ser nerd. Pelo menos nessas semanas, okay? É férias, dê um tempo para si. Olha, o Chris vai estar lá, a galera toda vai.

—Como minha mãe diz, eu não sou todo mundo. Eu realmente preciso terminar esses trabalhos, é questão de vida ou morte.

—Se eu deixar você levar seu laptop, você vai?

Penso um pouco, eu não estava com vontade de ir neste lugar. Mas o que não fazemos pela amizade?

—Tá bom, acredito que dê para eu fazer o trabalho por lá.

—Só não fique TODA hora fazendo esse trabalho, por favor. Seja sociável também.

—Okay, verei o que posso fazer.

Começo a juntar as minhas coisas e transfiro o trabalho para um pen-drive, por segurança.

—O Chris vai estar lá!

—Quem caralho é Chris?!

Pergunto de saco cheio.

—Um cara muito top, amiga. Gente boa demais, divertido ao extremo. Ele é meio louco, mas é um gatinho.

Reviro os olhos, essa daí só sabe falar de pau e macho.

—Ai, que seja. Vamos logo com isso.

[...]

—Linda! Que bom que veio!

Um cara esquisito, de boné pra trás, segurando um copo de bebida, cumprimenta a garota a minha frente com um abraço e um beijo na bochecha. Apenas observo. Ele vai dirigir, enquanto bebe?!

—Não podia perder essas férias, não é?

Ela sorri de forma gentil e retribui o cumprimento.

—Realmente, a viagem promete!

Estávamos estacionados no acostamento do asfalto, uma estrada reta, plana e quase deserta. Havia um posto de combustível e uma loja de conveniência alguns metros à frente.

—Quem é a "Maravilha"?

Ele pergunta, se referindo a mim, que estava encostada na lateral do carro de Linda, de braços cruzados. Suspiro e continuo em silêncio. Me pergunto o motivo de o fazer se referir à Linda pelo nome próprio e quanto à mim, um apelido muito ridículo. Okay, sei que ele não me conhece e pouco sabe do meu nome, mas não poderia usar uma palavra mais comum para se referir à mim? Tipo 'moça'?

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