Capítulo 11

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— VOCÊ SABIA, SABIA TODO ESSE TEMPO E ESCONDEU A VERDADE DE MIM!

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— VOCÊ SABIA, SABIA TODO ESSE TEMPO E ESCONDEU A VERDADE DE MIM!

Meu banheiro parecia um tribunal, só que com duas pessoas colocando todas as cartas na mesa, onde o juiz era um hipócrita que também ocultava as verdades da sua vida, tentando se passar de bom-moço.

— Eu não tinha que te contar nada! — debato. — Isso é problema meu, uma coisa minha. Minha morte não é sobre você, é sobre mim.

— QUE PORRA TÁ DIZENDO, MILA?

Ele estava muito furioso.

— ESTOU PEDINDO PARA VOCÊ NÃO SE ENVOLVER, CARAMBA! — Berro na mesma altura que ele.

— Como tem coragem de me pedir isso? — Ele range os dentes para mim, com a face do diabo, me encarando duramente.

— E-eu não sei, Benjamin... — amoleço.

A verdade, é que nem mesmo eu estava pronta para lidar com isso. Nunca estive. Talvez nunca esteja.

— Como assim não sabe? — Questionou indignado. — Você mora com ele, almoça com ele, conversa com ele, dormem juntos na porra da mesma cama...

— EU SEI!

"Deus, eu não estou pronta para isso agora..."

— Sabe? — Retrucou. — Sabe mesmo? — Disse fixando seu olhar, nos meus olhos. — Se você sabe, então me explica que merda você está fazendo? Porque eu ainda não entendi como consegue dormir ao lado do mesmo homem que te matou.

Ele tem razão, sei que tem.

— Eu... eu... — não consigo dizer nada.

— Não sabe o que dizer, não é?

A mesma sensação que senti há dois dias começa a borbulhar dentro do meu estômago, como se estivesse se preparando para causar uma fatalidade. Ela me causa uma fraqueza que aos poucos vou perdendo o argumento e todas as explicações que tinha para dar ao Deus grego.

Decidida a impedi-lo, não desisto de esclarecer minhas opiniões na tentativa de acalmá-lo e mantê-lo aqui dentro. Isso faz com que eu mantenha minhas pernas funcionando e o pouco de força que tinha, circulando meu corpo.

— Entenda... — peço — entenda, por favor!

— Não tem nada para entender! — Ele deixa o banheiro, e de toalha, corro atrás dele, tentando segurá-lo.

— BENJAMIN! — Tento agarrá-lo.

Se eu não conseguir segurá-lo, ele vai destroçar o Thomas.

— ESPERA! — Agarro sua blusa, mas um solavanco me faz o perder novamente.

— SE AFASTA DE MIM, MILA!

Não era uma luta, até porque eu nem tinha chances contra ele, mas o caos que se instalou no meu quarto registrava duas pessoas gritando uma com a outra, enquanto um, tentava abrir a porta, e a outra não desistia de puxar seus braços, deixando-o escapar entre os dedos diversas vezes.

A Escolhida (COMPLETO)Where stories live. Discover now