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A primeira coisa que Finney faz ao acordar é tentar ficar quieto. Seu pai está em casa e definitivamente não quer ouvir Finney chorar.

O garoto soluça sem querer e tapa sua boca, tentando esquecer seu pesadelo, mas isso não acontece, parece piorar, sempre piora.

Ele olha para seu relógio ao lado de sua cama, três e cinquenta e oito da matina.

Suas lágrimas nunca paravam, ele rezava para que qualquer tipo de força maior fizesse aquela dor se dissipar. Seus pulmões parecem não receber ar o suficiente, ele sente uma vontade imensa de vomitar, e sua vontade incessante de chorar cada vez maior, se possível, choraria até dormir.

Ele queria que Gwen estivesse em casa agora, ele só chamaria sua irmã e eles deitariam juntos, até que Finney parasse de chorar.

Sua garganta parece entalar o choro por um instante, o deixando com uma terrível agonia. Seus olhos se fecharam e ele viu tudo de novo. Toda a merda de pesadelo que não para de relembrar.

Finney já sentia falta de Robin, ele queria se certificar de que aquilo não aconteceu de verdade, que Robin não havia sido espancado até a morte por ser como Finney.

Ele dorme depois de alguns minutos, ou melhor, chora até dormir, assim como queria.

-

"Você parece um merda, Finn" Vance fala dando um tapinha leve em seu ombro.

"Viu Robin hoje?" Finney ignora o fato de que Vance o chama por seu apelido.

"Não, na verdade" O loiro fala e o outro parece preocupado.

"Vance, ter certeza que não o viu?" Finney começa a se desesperar.

"Relaxa aí, cara. Por que quer tanto saber? Vocês nem ao menos se falam" Ele pergunta confuso.

"Esqueça, Vance" Ele se levanta e procura seus amigos, encontrando Gwen na frente da escola.

A garota o vê e parece avisar algo para Donna e Suzie. Então ela corre em direção a Finney e o puxa pelo braço até as arquibancadas da quadra escolar.

"Finn, o que aconteceu?" Ela pergunta preocupada "Alguém te machucou ou algo assim? Suas olheiras estão gigantes".

Ele apenas encosta a cabeça no ombro da garota e lágrimas escorrem por seu rosto.

"R-robin aconteceu" Ela suspira e afaga os cabelos do irmão.

"Ele sempre é o problema, que merda esse idiota fez dessa vez?".

"Eu tive um pesadelo com ele, apenas n-nada com o que você deve se preocupar" Ele funga.

"Já estou preocupada, Finney. Mas não entendo que sonho faria você ficar deste jeito" O loiro respira fundo.

"Acontece que eu fiquei com um pouco de pânico ontem no parque, eu esbarrei nele sem querer e ele insistiu que me levasse para casa" O menino ergue a cabeça e olha ao redor, vendo poucas pessoas terminando de entrar na escola.

"Pode continuar, eu estou de olho se vier alguém indesejado" Ela o incentiva a continuar e sorri calmamente.

"Eu me senti como antes, isso me deixou atordoado. Fiquei com tanto medo de que papai o visse ao lado de fora, mas como sempre, Robin quis entrar e eu o deixei. Tivemos um pequeno desentendimento e acabamos assistindo operação dragão" Ele resmunga triste "Dormi no meio e ele foi tão... Robin".

"Entendi o 'tão' Robin. Então, em conclusão foi bom? O que no pesadelo te deixou tão assustado?" O ar lhe falta por um segundo, assustado era o que definitivamente descrevia "Finn?".

Strangers - RinneyWhere stories live. Discover now