𝟬𝟭. 𝗯𝗲𝗴𝗶𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴

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o vento soprou o cabelo solto da menor em um movimento voraz, lágrimas caiam em seus olhos enquanto encarava a janela do quarto.

— eu não quero ir, mãe! — exclamou, se virando em direção ao cômodo que sua mãe estava. — vocês não se amam mais?

Katherine, A mulher ruiva, via o rosto da sua filha em um tom vermelho de tanto chorar. Ela entendia, entendia o choro da filha pela separação.

— Querida, sente aqui um minutinho. — pediu, dando batidinhas na beirada da cama.

A menina respirou fundo e fez o que a mãe mandou, esperando ela começar a falar.

— eu e seu pai nos conhecemos em um dia de verão. — começou. — foi minha primeira vez em outer banks, lembro que eu fui em um... restaurante, e eu o encontrei.

— aí vocês começaram a namorar, né? — perguntou a menina, arrancando um sorriso da mãe.

— é, é parecido. nos conhecemos e conversamos até o anoitecer, e no outro dia, eu fui embora. — Katharine desviou o olhar para o chão, pensando que nunca tinha contando essa história para a filha. — mas aí, eu descobri que estava grávida.

— Mas mamãe, você gostava do papai?

— sim — concordou.

— então porque foi embora! E porque não deixou ele me conhecer...

— querida, eu não podia ficar. foi paixão a primeira vista, sabe? aquele momento que você sabe que é a pessoa certa... — a pequena ruiva a olhou confusa, ela ainda não entendia essas coisas, era quase uma adolescente, mas nunca foi de querer saber sobre romances. — enfim, eu tive que ir embora.

— e depois, mãe?

— depois, como eu disse, estava grávida. — a mulher pegou uma foto em cima de uma mala que estava arrumada, uma foto dela e de John. — seu pai não sabia que eu tinha você, mas ele sempre me procurou. Ele se apaixonou por mim no mesmo momento em que eu me apaixonei por ele. — a mulher engoliu seco — antes disso tudo acontecer, seu pai já tinha um filho, seu irmão.

— O john! — Falou animada.

— Sim, O john. — Katherine riu — às vezes confundo o nome dos dois, seu pai resolveu dar o mesmo nome que o dele. — ela revirou os olhos. — então, como eu ia falando, seu pai já tinha outro filho antes de você, e outra esposa também, mas ela... bom, ela foi para outro lugar.

a garota assentiu, já sabia que a mãe de John havia deixado ele sozinho com o pai, e isso não é no modo "morte" e sim no modo "fui embora, beijos."

Eu voltei para esse lugar três anos depois, você já tinha seus três anos e seu irmão quatro, o seu pai se "separou" da sua ex-esposa um ano antes, e quando eu voltei ele ficou tão confuso. Ele soube naquele momento que a filha era dele, mesmo não deixando eu explicar, ele soube.

— como? — perguntou a jovem

— os olhos. Seus olhos tinham o mesmo olhar que o dele. — disse. — e depois disso, nós voltamos. Você conheceu seu meio-irmão e depois disso não se desgrudavam mais, exceto quando ele ia brincar com aqueles três amigos deles e você preferia ficar em casa.

Angelina se lembrou dos amigos de John, eles sempre viam brincar com ele, mas toda vez a ruiva sempre se escondia, ela nunca nem conheçeu eles, nem na escola.

A ruiva não gostava muito de socializar com pessoas, tinha vergonha ou insegurança na maioria do tempo.

Ela só tinha o seu irmão de amigo.

— vivemos tempos felizes, filha. — a mulher guardou a foto na mala de viagem novamente. — mas eu e seu pai não temos mais o que tínhamos antes, apenas há um desejo de amizade.

— eu entendi, mamãe. — a ruiva baixou a cabeça, sua mãe não ama mais o seu pai. — então é por isso que vamos nos mudar?

— sim, querida. — concordou. — mas não fique triste, você vai poder fazer ligações com seu irmão e seu pai, e visitar eles futuramente também. — Katherine passou a mão na cabeça da menina, fazendo um carinho.

— que bom! Eu quero conversar todo dia com eles. — ela sorriu, vendo que sua mãe tirou a mão de sua cabeça para dar uma olhada no relógio. — vou me despedir deles.

E assim, a garota de treze anos começou sua vida longe de outer banks.

❘ 𝗣𝗨𝗠𝗣𝗞𝗜𝗡


— Porcaria! — desligo a câmera do notebook e fecho ele com uma certa força, fazendo um som alto.

Faz nove meses, nove meses que Jhon b não me manda uma porra de mensagem, uma ligação, ele não me ligou uma única vez desde meu aniversário de dezesseis anos.

E adivinha quando foi? Nove meses atrás.

— Ele deve ter perdido o telefone. — falou Marrie, uma amiga minha.

— dúvido muito. — bufo. — conheço muito bem aquele cara, alguma coisa aconteceu, tem que ser.

— ainda bem que sou filha única — ela coloca a mochila nas costas — esse lance de irmão deve ser muito trabalhoso. — Marrie vem em minha direção e me dá um beijo na testa — espero que consiga falar com ele, amiga.

Vejo a morena sair de perto de mim e abrir a porta do quarto, dando de cara com minha mãe, Katherine, que estava prestes a bater na porta.

— Ei! Tia kat. — Ela sorri — Já estou de saída.

— Ah, sério? — A mulher demostra desanimação, e logo abraça a jovem — volte sempre, querida, sabe que é bem-vinda a qualquer momento. — diz.

— certo! — Marrie sai do abraço da minha mãe e acena para mim. — Tchau, angel .

— Tchau! — sorrio para ela, e depois a garota vai embora.

— se divertiram muito? — minha mãe Finalmente adentra o quarto, olhando a pilha de jogos que foi utilizada ontem a noite.

— ficamos dançando Just Dance a maioria do tempo. — respondo, olhando para o notebook.

Minha mãe deve notar minha certa desanimação, porque ela vem para perto de mim e se senta ao meu lado na cama.

— sem falar com eles de novo, né?

— faz nove meses, mãe — suspiro, balançando a cabeça — o que será que aconteceu?

— querida, eu realmente não sei. — responde. — eu também não consigo falar com eles, e eu estou pensando na possibilidade de voltar para...

Nesse exato momento, algo no meu celular faz barulho. Eu logo penso no John, eu estava tentando ligar para ele pelo celular também. - mesmo que no notebook seja o mesmo afeito, ele vai atender pelo celular do mesmo jeito -

Ligo o meu celular e quase tenho um ataque do coração, seria...

— É o john! — exclamo, e minha mãe se assusta com o meu grito

Atendo o telefone e de início, só consigo ouvir alguns barulhos, meu irmão não estava aparecendo, havia só uma sala de estar de fundo.

— John? — franzi a testa, será que era erro de conexão?

— Ei, Angel, está me escutando? — ouço uma voz no fundo, e logo a câmera se vira para um garoto de pele bronzeada.

— Ei, estou. — concordo, tentando não parecer ansiosa... — Como você... como...

— Me desculpe por não ter te ligado. — Ele diz, olhando para a mulher ao meu lado, a quem ele tem um grande carinho. — Mãe!

— Oi, Querido — coloco a câmera para mais perto dela — quanto tempo... — Katharine limpa uma lágrima que caiu de seu olho. — Você está parecido com seu pai. — falou.

— Meu pai... —  ele sussurra — Angel, eu tenho que te falar algo.

— Aconteceu alguma coisa? — questiono, mas ele ainda continua em silêncio. — aconteceu alguma coisa com o papai?

— ele sumiu. — falou. — sumiu faz nove meses.

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⏰ Last updated: Feb 03, 2023 ⏰

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