6: Robin o salvaria sozinho.

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A tarde parecia durar uma eternidade. Robin estava frustrado com tudo que tinha acontecido.

O Entregador tinha dito que Gwen iria acertar a casa. Então por que ela errou?

Será que a ansiedade realmente tinha a confundido?

Sua mãe nunca chegava em casa. Já tinha passado do horário, talvez ela estivesse fazendo hora extra?

Costumava avisar quando se atrasava.

O tempo parecia ter parado.

O relógio soou, avisando que já eram seis horas da noite. Robin não tinha feito nada o dia inteiro, além de resmungar e olhar pro teto, esperando por uma ligação.

A espera pareceu valer a pena quando ouviu um dos telefones tocar.

— Finney. - Robin murmurou, se levantando da cama, que se encontrava jogado anteriormente, e saiu correndo até o telefone da mesa.

As mãos do garoto pegaram o telefone de forma tão rápida, que acabou o deixando cair. Robin deu um gritinho de desespero e agarrou o objeto caído novamente.

— Alô, alô? Eu tô aqui, eu tô aqui. - Falou desesperado.

Mas o telefone desligou.

— Alô? Bruce? Entregador? - Robin chamou, ansioso. — Mas... Mas eu atendi...

A porta de entrada da casa rangeu, anunciando a chegada de sua mãe.

Mierda de telefono. - O mexicano resmungou, colocando o objeto de volta ao gancho.

O espírito de sabe-se-lá qual garoto tentou o ligar, mas sua mãe chegou e isso fez com que desistisse? Ou apenas foi uma forma de enganá-lo?

Robin nunca saberia.

 Robin, ven a cenar! Yo traje comida. - Sua mãe gritou das escadas, lembrando Robin do maior desafio da noite.

Sobreviver à sua mãe.

××××

Casi morí. - Robin suspirou, a frustração apenas não o atingindo porque o castigo que tinha recebido era inútil no momento.

Ficaria um tempo sem ver Operação Dragão, mas não é como se ele estivesse se importando com isso naquele momento. Não conseguiria ver sem lembrar de Finney.

O relógio marcou que já eram oito horas. Maior parte do jantar foram gritos, discussões, broncas e xingamentos, igualmente ao que tinha acontecido no carro.

Robin engasgou no meio da janta ao tentar se defender.  O sentimento furioso de sua mãe tinha evaporado e se transformado em preocupação. Maldito burrito. 

Ele, literalmente, quase morreu. Mas o mexicano não tinha certeza se estava falando das broncas ou se estava falando do momento em que engasgou.

Dios me bendiga la próxima vez. - Robin fez sua prece, embora não acreditasse em Deus.

Mas acreditaria em qualquer coisa se isso desse sorte para salvar Finney.

Para sua infelicidade - e felicidade da senhora Arellano -, não tinha sido suspenso pelos próximos dias, então teria que fazer as tarefas pendentes para o dia seguinte. Ainda era quarta-feira.

Qué horror... - O mexicano resmungou, pegando sua mochila jogada e a colocando em cima da cama. De dentro dela, retirou os cadernos, um deles sendo de matemática, e o estojo. Sabia que estava ferrado.

××××

Maldito sea el señor Johnson! - Robin deu um berro de raiva. Já eram dez horas e ainda estava preso na tarefa de matemática. Tantos números e tantas contas, nas quais o Sr. Johnson parecia ter explicado apenas para a parede. 

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