32- Os condenados

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MARY GREENE

Eu entro em Hilltop já com lágrimas no rosto.

Há minha volta havia várias pessoas, a maioria estava magoada e me olhava com tristeza. A minha cabeça andava às voltas. Onde está Daniel?

— Daniel!? — eu o chamo.

Começo a andar até ao trailer e abro a porta, não havia nada lá. As coisas estavam todas no chão. Levaram a mesa e as cadeiras.

—...Onde estás,filho?

Eu saio de lá ainda a processar as coisas.

Pergunto a umas pessoas se o viram. Uma disse que não, outras nem me olhou e outra foi embora com lágrimas.

— DANIEL!DANIEL!DANIEL! — Eu ando às voltas por aí. — Onde estás!?

Por favor, onde ele está? Eu fui até ao santuário para matar os salvadores, para salvar as minhas crianças. Chego aqui e não encontro nenhuma delas.

Vou até à escola improvisada e vejo uma criança morta. Eu tapo a minha boca e encosto na parede, sem acreditar no que aconteceu.

Eu decido sair dali, contenho o meu vómito.

—...Jesus...— eu vejo meu melhor amigo ao fundo, com a cabeça para baixo e vou até ele.

—...Mary...— Ele me abraça e acaricia o meu cabelo. — O resto do pessoal está nos postos avançados. Ninguém sabia de ti...

—...eu estou bem. — eu falo e olho à volta.— Você viu o Daniel?

— Ainda não esteve com ele? — ele pergunta e eu digo que não.

— Que foi?— pergunto ao ver a sua cara.

— Eu sinto muito...

— Onde ele está!?...Jesus, por favor.

Ele aponta para a mansão e eu corro até lá. Ao abrir a porta eu vejo umas pessoas no chão. Umas estavam mortas, outras tapavam os seus ferimentos. Fui andando com passos pequenos, sentia os olhares em mim mas eu só dava um pequeno e forçado sorriso. Perto das escadas estava um pequeno corpo deitado, acompanhado por uma pessoa.

—...Daniel? — eu pergunto e a pessoa se vira para mim.

É Alden.

— Alden? Porque estás aqui?

— Fugi do posto avançado, me cansei daquilo tudo. — Ele fala e abre espaço.

— Daniel...Não.— eu vejo o pequeno rapaz a tapar com a mão a sua barriga.

Alden me olha com tristeza e fala que Daniel não vai pode viver.

— Eu sinto muito,Mary. Se tiramos a bala, ele morre...se continuar com ela lá dentro, também vai morrer...

Nesse momento,não reconheço as vozes à minha volta, acho que era Alden ainda a falar. Mas uma pequenina voz me chama a atenção.

—...Mamãe? — Vejo ele abrir os olhinhos e eu não me aguento.

Deixo as lágrimas rolarem.

— Eu voltei, meu amor.— eu coloco a minha mão no seu rosto.

— Eu tentei salvar este sítio...— Ele sorri ternamente. — Mas eu falhei...eu não quero morrer. Eu não quero morrer.

— Você foi maravilhoso. —sussurro piscando os olhos,tentando parar as lágrimas.— Eu deveria te ter salvado, isso sim! Não tens culpa, meu amor...não tens culpa.

Love made us crazyOnde histórias criam vida. Descubra agora