Capítulo 1

1.8K 83 7
                                    

N/T: Comecei a tradução com a intenção de colocar o texto com parênteses. Mas no terceiro capítulo acabei mudando de ideia e continuei com as aspas. Quando eu terminar de atualizar toda a história, reposto os capítulos 1 e 2 (pois tenho que trocar os parênteses pelas aspas, e isso é um pouco chatinho).

"A tempestade está sobre mim, mas estou perseguindo o sol..."

– The Calling, 'Chasing The Sun'.

Foi um verão muito longo.

Severus estava sentado em sua sala de estar na semi-escuridão; as cortinas puídas estavam fechadas e a única fonte de iluminação vinha das brasas fracas do fogo, mantidas queimando por necessidade e não pelo calor na sala escura e sufocante. Ele olhava fixamente para as toras brilhantes e meio consumidas, seus olhos escuros vazios, e ocasionalmente bebia sem entusiasmo da garrafa segura frouxamente em uma das mãos. Levantando a outra mão, um pouco rígido, ele beliscou a ponta do nariz adunco com dedos longos e fechou os olhos por um momento.

As chamas subiram na lareira e ele se inclinou para a frente em sua cadeira, estreitando os olhos enquanto tirava a varinha suavemente da manga; um momento depois as chamas ficaram verdes, e ele relaxou levemente com um suspiro instável, agitando sua varinha vagamente no fogo colorido. — Sim?

— Ah, Severus. Ainda bem que te encontrei em casa. É uma boa hora? — A voz áspera e alegre de Albus Dumbledore ecoou estranhamente, perturbando o silêncio melancólico da casa que poderia passar por paz se você não se permitisse prestar atenção.

Onde mais eu estaria, seu velho bode cansativo? Não é como se eu pudesse sair de férias e não serei convocado até depois do anoitecer. Não que ele tivesse alguma ideia clara de que horas eram no momento, admite. — Claro, Diretor — ele respondeu inexpressivamente, tomando outro gole e recolocando sua varinha no lugar, recostando-se na poltrona surrada e fechando os olhos.

— Eu queria conversar com você antes de falar com o resto da equipe. Sinto muito, mas mais uma vez devo recusar sua inscrição para o cargo de Defesa...

Ele não esperava outra coisa; ele só tinha se inscrito agora por hábito, ou talvez por teimosia. Certamente não foi porque ele pensou que conseguiria o cargo; Dumbledore nunca havia realmente explicado seus motivos, mas ele não precisava que isso fosse explicado a ele. — E como você vai superar seus triunfos anteriores? — Ele perguntou às chamas ironicamente, nem mesmo se preocupando em abrir os olhos. — Você teve dois lacaios do Lorde das Trevas, um pequeno criminoso incompetente e um lobisomem, em cima de uma longa fila de idiotas inúteis e pacientes mentais certificados. O que vem depois?

— A nomeação deste ano não foi obra minha.

Essa declaração, combinada com a perda do tom alegre na voz de seu patrão, fez Severus franzir a testa e erguer um pouco a cabeça para encarar as chamas. — Eu não tenho energia para enigmas. O que você quer dizer?

— O ministro tem insistido em nomear um professor de Defesa.

— O quê? O Ministério não tem autoridade para interferir tão fortemente...

— Eles sabem agora — Dumbledore respondeu, um pouco sombrio. — Não havia outros candidatos, naturalmente, mas acho que não faria diferença se houvesse... A história de Harry não teria sido suficiente, por si só; Merlin sabe que eles tiveram bastante prática em ignorar o menino. Mas você confirmou a história dele, Severus, embora eu tenha certeza de que você nunca quis apoiá-lo; você mostrou a Cornelius sua Marca na minha presença e assim deixou claro que Hogwarts acredita em Harry. O Ministro quer ficar de olho em nós. Sem falar que certos membros do conselho de governadores não ficarão descontentes se nos mantivermos ocupados com as delícias da burocracia no futuro previsível.

Chasing The Sun | SevmioneWhere stories live. Discover now