Nosso show. | Filipe Ret.

Cap 80.

Meu coração acelerou pra caralho quando entrei naquela clínica, só respirei fundo.

Fui até a recepção e a mulher que me atendeu na vez passada me encarou.

???: Clara. - Me cumprimentou. - Veio mais cedo..

Clara: Eh.- Ri falso. - Como faço pra desmarcar minha "consulta"? - Fiz sinal de aspas e ela olhou rindo.

???: Não precisa fazer mais nada! Eu mesma desmarco. - Falou rindo e eu assenti. - Que boa escolha, mamãe.

Clara: Obrigada. - Respirei fundo.

???: Esperamos que você seja feliz com sua família.

Eu agradeci e saí daquela clínica me sentindo até mais leve. Bem, já era.

Eu querendo ou não, vou ter que criar essa criança agora. Eu espero que tenha feito a escolha certa.

Daddy tava fora do carro, encostado no mesmo. Ele me olhou e arqueou a sobrancelha.

Daddy: Clara? - Falou vindo até mim e eu senti a voz falhar.

Clara: Eu acho que esses nove meses vão ser abençoados. - Falei rindo, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto.

Daddy: Porra, garota! - Falou alto e me abraçou fortemente. - Eu sabia que você ia fazer a escolha certa.

Clara: Obrigada por isso, de verdade. - Falei limpando o rosto.

Daddy: Quando vai contar isso pro Ret?

Clara: Ainda hoje, eu acho. - Ri falso. - Só preciso descansar um pouco, sabe? Colocar minha mente no lugar. Pra eu ir falar com ele, preciso de paciência. - Daddy assentiu.

Daddy: Tô orgulhoso de você. - Riu.

Nós entramos no carro novamente e ele acelerou pro meu apê, me deixando lá.

Eu subi sozinha mesmo e tranquei a porta, pensando no que tinha acontecido. Caralho, eu realmente tirei isso da minha cabeça.

Mesmo depois de dias, todo mundo falando, eu só percebi agora o quanto eu iria vacilar.

Não só comigo, mas com o Ret também.

Me joguei no sofá e liguei o ar condicionado, só tirando o tênis e tentando relaxar ali mesmo.

Coloquei meu despertador pra 18 horas e apaguei ali.

Acordei com o barulho irritante do despertador do iphone, mas tentendo me acalmar.

Peguei o celular e mandei mensagem pro Daddy, pedindo pra ele pedir pro Ret me desbloquear.

Em questão de minutos, eu vi a notificação chegando e o coração acelerou.

?
(18:06)

posso cvs com você?
(18:07)

não. mais alguma coisa?
(18:08)

tô falando sério, ret.
(18:08)

tb tô. desembucha,
tô sem tempo.
(18:09)

me encontra na praça?
19 horas.
(18:10)

pdp
(18:11)

Coloquei o celular no sofá e levantei, indo tomar um banho.

Lavei e hidratei meu cabelo, o corpo e tudo. Saí do box com a toalha enrolada no corpo e fui pro quarto, procurando uma roupa não muito chamativa.

Optei por um short preto e uma blusa azul escura. Um tênis branco e a bolsa da mesma cor.

Acessórios á parte e o perfumezinho de lei.

Escovei os dentes e penteei o cabelo, secando sem deixar muito bagunçado. Saí do banheiro e fui direto pra sala, pegando o celular.

Percebi que já eram 18:55, então terminei de pegar o que precisava e desci.

Eu não iria nem pedir uber, mas só a preguiça de ir andando até lá já me cansou.

Pedi um uber, que chegou em poucos minutos e nós fomos. Ele até riu por não ser nem 2 minutos andando do meu local até a praça.

Paguei ele normalmente e desci, indo pro branco que nós sempre ficávamos. O coração tava gelando pra um caralho.

Tava mais nervosa do que a última vez que vi ele. É que sei lá, tem semanas que não vejo ele pessoalmente.

De longe vi ele chegando. O cigarro de maconha na mão e os cordões de ouro.

Calça jeans clara e uma blusa do Brasil azul, com o tênis branco. Celular na outra mão e a arma marcando na cintura.

Puta que pariu.