Twenty Eight

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CHAPTER 28, RAIN


O clima frio era a definição de um dia perfeito para Renjun. O céu acinzentado com nuvens escuras eram como uma pintura linda que ele poderia admirar sem qualquer pressa. E até faria isso, se hoje não tivesse acordado com vontade de desenhar.

Assim, novamente sentado abaixo da árvore de seu colégio, tinha seu caderno de desenho apoiado sobre as pernas levemente estiradas, havia deixado o lápis de lado e agora usava a ponta do dedo indicador para esfumar algumas partes do desenho onde sentia necessidade.

Estava focado e completamente disperso das diversas vozes de outros alunos que o cercava.

Repentinamente, uma bola surge ao seu lado fazendo com que o garoto instintivamente olhe para a frente sentindo um déjà vu atingi-lo em cheio. Mas diferente da última vez, dessa, era o próprio Jeno quem jogara a bola ali de propósito.

Vestido com o uniforme de seu time, provavelmente voltara do treinamento de basquete. Era bom vê-lo vestido daquela forma, principalmente depois de tudo que havia acontecido.

Com um sorriso de canto a canto ele se aproxima em direção a árvore.

─ Opa! ─ O tom da voz fingindo surpresa. ─ Desculpa, não foi minha intenção.

─ Olá para você também, Nono.

O garoto senta-se ao seu lado após pegar a bola do chão e deixá-la próximo as pernas.

─ Estava tão concentrado que nem me viu chegar. ─ Estica o pescoço para olhar o que o outro estava fazendo. ─ Desenhando?

Em resposta, o chinês levanta o caderno em frente ao seu peito virado para ele, na folha, o desenho da vista de sua escola e o céu estavam estampados ali.

─ Caramba, você é ótimo. ─ Agora sim uma surpresa verdadeira era perceptível em sua voz. ─ Posso ver os outros?

Uma pausa antes de responder:

─ Não acho que temos intimidade suficiente para isso.

Durante alguns segundos Jeno segue o olhando sem ter certeza do quando daquela frase era verdade e o quanto era brincadeira. E acontece que tratando-se de Renjun, ela poderia facilmente ser completamente verdadeira.

─ Sério?

O garoto pondera rapidamente antes de estender o caderno para ele:

─ Só me promete que não vai julgar.

Afirmando com a cabeça, ele pega o que lhe foi entregue.

Com o silêncio que se toma entre eles, há somente o som das páginas se virando além da multidão ao redor.

Ainda que o sol não estivesse sobre eles, muitos estudantes aproveitavam o ar fresco para conversarem com seus amigos enquanto esperavam o início das próximas aulas ou simplesmente até o horário de irem embora.

No caso de Renjun, simplesmente tirara um tempo para desenhar antes de ir para casa.

─ Então... ─ Desconfortável com o quão quieto o momento havia se tornado, procura em sua mente um assunto. ─ Como foi seu dia?

Obviamente não acha qualquer assunto interessante para começar.

─ Horrível. Tive que ouvir o professor Jung declamar um sermão chato sobre responsabilidades e estudos. ─ O coreano o responde sem tirar os olhos das páginas. ─ Foram péssimos trinta minutos. Só não vão ser pior que as horas que vou ouvir do meu pai.

─ Parece que alguém vai ficar sem mesada. ─ As palavras saem de sua boca antes mesmo que possa as filtrar.

─ Na verdade já estou sem. ─ Dá de ombros.

apenas me toque com suas mãos - norenOnde histórias criam vida. Descubra agora