Na Residência dos Dahmer's
Descia a escada lentamente, os degraus rangendo sob meus pés, quando as vozes flutuantes das garotas chegaram aos meus ouvidos. Curioso, inclinei-me sobre o corrimão, observando-as lá embaixo, reunidas com suas mães em um círculo apertado de conspiração e segredos. Parei, um espectador silencioso, capturado pela cadência de sua conversa.
Kiara, com sua voz firme e decidida, quebrou o murmúrio coletivo.
— A gente vai na festa da fogueira querendo ou não, — ela declarou, uma centelha de desafio brilhando em seus olhos. — Qual é o problema? Só vai ter adolescentes naquela festa.
Brishya, com uma ruga de preocupação marcando sua testa, respondeu com um tom maternal.
— Você sempre diz isso, mas a gente fica preocupada. Nunca se sabe o que pode acontecer.
Riley interveio, sua voz um bálsamo de tranquilidade.
— Mas mãe, nunca aconteceu nada. Relaxa, a gente vai voltar antes. A gente sempre toma cuidado.
Brishya, ainda não convencida, impôs sua condição.
— Vocês só vão se a Carolyn for com vocês duas.
Rowena deu seu veredito final com uma mistura de autoridade e afeto.
— Carolyn vai, então podem ir, meninas. Oh, e não é para voltar quando o sol estiver amanhecendo, ouviu?
As irmãs, Kiara e Riley, responderam em uníssono, suas vozes transbordando de excitação.
—Sim! —E então, com passos que mal tocavam o chão, elas se apressaram em direção à porta, onde Carolyn já as esperava, uma figura serena e confiável.
As três saíram, deixando para trás um rastro de risadas e promessas de uma noite inesquecível. Brishya e Rowena trocaram olhares carregados de tensão não dita, cada uma se retirando para seu próprio refúgio de pensamentos e preocupações. Foi então que senti uma presença atrás de mim.
— Ouvindo a conversa dos outros, irmão? — A voz de Louis, meu irmão mais novo, soou com uma nota de zombaria.
Virei-me, oferecendo-lhe um sorriso travesso, uma máscara perfeita para minha curiosidade mal disfarçada.
— Jamais, irmãozinho. Estava apenas descendo quando ouvi. Parei por um instante, só para saber onde aquelas piranhas estavam indo.
Louis me lançou um olhar cético, um sorriso irônico brincando em seus lábios.
— Sei, — ele disse, passando por mim com uma facilidade que só aumenta minha curiosidade.
— Ei, espera aí, seu pamonha! — exclamo, descendo as escadas em um ritmo que mal acompanha o dele.
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Os laços de sangue - O Renascer da híbrida
FantasyDá saga "A linhagem amaldiçoada" Heptalogia livro 2 Há certas coisas no mundo que não foram feitas para serem encontradas. A vida imortal de Kayo Dominguez, um vampiro atormentado pelo amor perdido. Sua história começa como humano, apaixonado por...