Capítulo 2

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O dia 12 de abril amanhece muito cedo, mas os raios de sol só penetram pelas frinchas das persianas do quarto de Ellen poucas horas depois. Quando a jovem sente a luz brilhante nas pálpebras, acorda lentamente. Ela esfrega os olhos e espreguiça-se enquanto boceja.

Assim que afasta o sono, pega no telemóvel, que está na mesa de cabeceira, e vê que são 09h43. Mentalmente, ela agradece por estar de férias e assim poder acordar tão tarde a uma quinta-feira. Aproveita que tem o aparelho na mão e abre o Instagram para ver se há novidades desde que foi sair com os seus amigos na noite passada. Minutos depois de deslizar a tela e viu tudo o que tinha para ver, calça as pantufas e levanta-se da cama em direção à casa de banho para dar início à sua higiene.

Após escovar os seus longos cabelos ruivos, Ellen desce as escadas e caminha até à cozinha. Ao entrar na divisão e sentir o cheiro a pão quente, apercebe-se que Gisele já está sentada na mesa a comer a sua torrada com manteiga e a beber o café que não podia faltar.

— Bom dia, dorminhoca! — cumprimenta Gisele depois de ingerir um gole de café.

— Bom dia. — responde Ellen com uma careta e uma voz sonolenta.

Ela decide comer cereais visto que demora menos tempo a preparar e tem a barriga a resmungar de fome. Ao sentar-se à frente da sua colega de casa com o seu pequeno-almoço, recorda-se da noite anterior e surge-lhe uma ideia.

— Ei, ham... Ontem à noite senti a falta do Isaac e do Anderson. Parece que não é a mesma coisa irmos sair sem eles.

— Hum... Eu sei que sentiste mais a falta do Isaac do que do Anderson. — provoca Gisele, erguendo a caneca até à boca e a olhar de cima para a ruiva. Esta revira os olhos.

— Vai começar... — murmura Ellen, suspirando. Ela enche uma colher de cereais e leva-a à boca.

— Estou a brincar contigo! — Gisele ri-se. — Já percebi que ainda estás com sono. Dormiste mais do que eu e mesmo assim parece que estás a dormir sentada.

— Eu estava muito cansada quando chegámos a casa. Aliás, eu é que estou surpreendida por teres acordado cedo visto que a dorminhoca desta casa és tu.

A morena enruga a cara em forma de brincadeira e levanta o dedo do meio para a amiga.

— Não maltrates a tua melhor amiga. — diz, colocando uma mão em cima do peito.

— Tu é que me provocaste, querida. — Ellen ingere mais uma colher de cereais. Depois solta uma pequena risada.

— Voltando ao teu comentário... Eu também senti a falta dos rapazes. Vê lá tu que eu até sonhei com aqueles sedosos e macios cabelos castanhos. — Gisele recorda-se mentalmente do sonho por ainda estar fresco na sua memória, e coloca as mãos nas bochechas, sorrindo para a janela da cozinha com um brilho nos olhos.

— Dispenso pormenores, Gisele Cooper. — avisa a rapariga de olhos verdes, tentando esconder um sorriso.

— Não tem nada de mal o sonho! — exclama, encolhendo os ombros. — Não que eu não queira mas... — completa num tom baixo que Ellen consegue ouvir e faz-lhe uma careta. — Estou a falar da hipótese de eu o beijar no sonho.

— Claro que sim. Eu acho que tenho uma ideia perfeita e tu vais adorar. — Ellen pisca-lhe o olho.

— E que ideia é essa? — questiona, bebendo o resto do café que já está morno.

— Bem, podíamos convidar os rapazes para jantarmos todos juntos esta noite. O que me dizes? Assim podes ver o Anderson de perto.

Assim que a colega de casa partilha a sua fantástica ideia, Gisele dá vários pulos na cadeira e ao mesmo tempo bate palmas com se fosse uma criança.

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