What Could Have Been

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Pov. Draco

   Se eu pudesse pontuar os motivos de ter acabado nesse caminho, eu não teria certeza por onde começar. Pode ter iniciado quando minha mãe simplesmente se foi e me deixou para trás. Ou quando envolvi os nós dos meus dedos ao redor do gatilho de uma arma, atirando a sangue-frio no meio da testa de um homem pela primeira vez. Ou quando fiz um acordo com Lucius e me prendi novamente a esse lugar. Haviam tantos caminhos que puderam me levar a esse instante, que eu jamais conseguirei saber qual deles, ou a junção deles, levou-me ao meu estado atual.

   — Chefe, ele está acordando. — uma voz estridente choca com os meus ouvidos. Ouço ruídos. Ouço risadas. Ouço palavras, tudo meio embaralhado. — Posso brincar? Posso?

   Merda. Penso.

   — Toque nele e eu enfio uma bala no meio da sua garganta.

Acorde, Draco.

   Sentia o ar ao meu redor seco, desrespeitando a época do ano que estávamos, o que fazia minha garganta arder enquanto forçava lufadas de ar a invadirem e preencherem meus pulmões. Minhas pálpebras estavam pesadas, minguando entre abrir ou não uma fresta para a luz invadir minha retina e formar alguma imagem do meu arredor. Brevemente conseguia ver alguns fragmentos. Homens. Armas. Pouca iluminação. Pedras. Sangue. Nenhuma saída. Era óbvio aonde eu estava, não que eu não quisesse estar ali, contudo essas circunstâncias não eram favoráveis; eu realmente havia perdido o controle das minhas próprias ações e estava enfrentando minhas consequências.

   — Hora, hora! Acorde, Malfoy. — uma voz egocêntrica ecoa bem próxima ao meu rosto. — Estive te esperando por horas.

   Forço meus olhos a abrirem completamente, lutando contra a sensação de letargia que pesa sobre mim. O rosto diante de mim é familiar e detestável, um sorriso maligno contorcendo seus lábios. Lucius. Seu semblante radiante de superioridade me dá náuseas.

   — Finalmente — ele continua, a satisfação evidente em sua voz. — Achei que fosse dormir para sempre.

   Tento mover minhas mãos, mas descubro que estou preso, amarrado com correntes que mordem minha pele. A dor é um lembrete brutal da minha situação. Olho em volta novamente, absorvendo cada detalhe. As pedras irregulares do chão, a escuridão opressiva quebrada apenas por algumas lâmpadas fracas penduradas no teto, o cheiro metálico de sangue no ar.

   — Greyback — cuspo o nome como se fosse veneno. — O que você quer?

   Ele ri, um som frio e sem humor.

   — Quero ver até onde vai sua determinação

Horas antes

Havia coletado um arsenal e estocado pelo meu corpo. A Glock 43x estava enfiada no coldre, ao seu lado duas Sig Sauer P365 carregadas e em minhas costas uma submetralhadora HK MP5. Algumas pistolas e granadas colocadas em um suporte envolta de mim. O meu corpo estava completo de cartuchos para repor as balas que seriam perdidas e além disso, estava guardando minha faca predileta no lugar mais acessível do meu corpo, preparado para invadir. Eu não sabia muito sobre o lugar que estava indo, somente sabia o básico que eu havia lido com os Weasley, espero que isso seja o suficiente, contudo não estou pensando demais sobre, apenas quero estar lá dentro, golpeando o máximo de número de indivíduos dispostos a ir contra mim.

Os pensamentos não entravam em minha mente, eu tinha dificuldade em raciocinar. Era como se minha cabeça estivesse vazia, incapaz de formar uma linha clara de pensamento. Não havia nada que pudesse me fazer parar; minha vontade de continuar era uma força bruta, movendo-me apenas pela raiva e pelo desespero.

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