17 - Arco-íris

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JACOB

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JACOB

  Depois de sair do escritório, liguei para Ty enquanto pegava o elevador.

  — Onde vocês estão? — perguntei assim que ele atendeu.

  — "Estamos no terceiro andar, Mady entrou na sala de reuniões e não quer abrir a porta do banheiro, ela está mal, cara." — Turner falou bastante preocupado e eu me senti um merda por não cuidar bem dela, como sempre.

  — Já chego aí. — Digo ao apertar o botão para o terceiro andar e depois desligar.

  Me encostei na parede fria e metálica para tentar pôr meus pensamentos no lugar. Mas a cada segundo eu me culpava por não pensar direito quando o assunto é aquela mulher, por não cuidar da minha irmã e por me sentir um fraco, porque mesmo depois de tantos anos ainda sinto que sou controlado por ela, que eu não mereço mesmo ser amado e que no fundo eu queria uma mãe de verdade... Que ela fosse uma mãe de verdade.

  Sou tirado da avalanche de pensamentos torturantes quando ouço o barulho do elevador indicando ter chegado ao andar selecionado.

  Saio rapidamente dali, deixando meu caos para trás. Eu praticamente corri quando avistei a sala de reuniões. Estiquei minha mão para a maçaneta e a vi trêmula.

  — Agora não, agora não! — respirei fundo e fingi que estava bem. Assim que fechei a porta, Tyler apareceu no meu campo de visão, em pé, olhando para a porta do banheiro.

  Me aproximei dele e toquei seu ombro, ele me encarou e entendeu quando eu balancei a cabeça para ficar a sós com ela.

  — Qualquer coisa eu estou no corredor esperando por vocês. — Ele sorriu forçadamente e eu agradeci sem precisar pôr em palavras.

  Quando ouvi a porta da sala fazer um leve "click" eu apoiei minha testa contra a porta de madeira do banheiro e falei baixinho, mas audível o suficiente para Madison me ouvir.

  — Me desculpe, Arco-íris, me desculpe. — Pedi, sentindo meus olhos arderem, mas como de costume, sem nenhuma lágrima.

  Escutei ela fungar. Meu peito se comprimiu tanto com esse simples som que senti mais raiva ainda por não poder tomar sua dor para mim.

  — Me desculpe por não ter te protegido, por não ter estado por perto e por ter me fechado tanto com você. Eu... Eu... — minha garganta fechou, me impedindo de terminar qualquer outra palavra.

  Mady ficou em silêncio, ou ao menos tentou, pois parecia que ela estava sufocando o choro.

  — Abre a porta. Me deixe tentar fazer algo por você... — espalmei minha mão na porta e a fechei em punho. Eu senti minha dor de cabeça dar as caras.

  Maldita noite!

  A porta se abriu lentamente e me afastei para não cair. Quando vi seu rosto, ele estava pálido em contraste com seus olhos vermelhos pelo choro, e seus olhos, os mesmos olhos que pareciam tanto com os meus, infelizes; sua maquiagem borrada escorria entre as lágrimas; seu batom, que antes era uma camada brilhante desenhando um sorriso, agora era apenas uma leve mancha ao redor e nos lábios em si, como se tivesse sido esfregado em uma tentativa de sumir a cor dos mesmos. Tudo isso me bombardeou de uma maneira astronômica. 

Meu eterno amigo/amorWhere stories live. Discover now