Cap 35: Não posso

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— Eles não interromperam. Foram ótimos. — E Mew tomou a mão dos meninos, que haviam largado às suas, e guiou-os para a porta descendo os degraus. — Corram até a praia! — Ele levantou as mãos deles e, quando assultou, saíram todos correndo, gritando, berrando até Mai, que não podia ter entendido.

   Kaownah ficou ao lado dele.

— Crianças malucas. Pensam que foram soltas na ilha da família Robson. Obrigado. Desculpe se incomodaram.

— Está tudo bem — Mew disse outra vez.— Eles são ótimos.

  — Que bom que você pensa dessa forma — disse Kaownah, depois lhe tocou o braço. Quando Mew levantou uma sobrancelha inquisitiva, Kaownah se virou e apontou para o grupo que se aproximava.

  O grupo incluía os Isogawa mais velhos um casal mais jovem que Mew presumiu serem seus filhos, com mais dois netos, muito menores que Mai.

   Um menino pequeno, que estava aprendendo a andar se segurava em Lhong de um lado e em Art do outro, enquanto dava passos hesitantes em direção à praia. Lhong e Art riam e faziam ruídos encorajadores.

  Outra criança estava aninhada aos braços de Gulf.

— Ele está em seu elemento agora — disse Kaownah, observando Gulf com um sorriso no rosto.

  E Mew, observando, teve que concordar.

  Ele sempre soube que Gulf era louco por Edward o filho pequeno de Mild e Théo. Cada vez que Mild levava o filho, Gulf jogava o menino para o alto e dançava com ele por todo o escritório, soprava beijinhos na barriga dele, e fazia que risse ele contava histórias infantis em verso.

— Gulf será um bom pai — Kaownah lhe assegurou.

— Sim. — Ele seria.

  Gulf havia aproveitado todos os outros dias e claro que adorará as noites, mas o dia da família foi o melhor.

  Ele brincou com os netos dos e Isogawa. Observou Mew brincando com os meninos mais velhos. Como seria quando eles tivessem os próprios filhos algum dia, mesmo sabendo que ele havia chocado todo mundo quando Art lhe perguntará quantos filhos queria ter e ele responderá:

— Oito.

  — Ha! —Todos riram.

  Kaownah estremecerá e dissera:

  — Antes você do que eu!

  — Gulf poderia cuidar deles — Kate disse com firmeza.

  Mas o olhar no rosto de Mew era tão consternado que Gulf apressou-se a tranquilizá-lo.

  — Na verdade eu não quero oito — disse rapidamente. — Sei quanto trabalho as crianças dão hoje. Penso que três ou quatro seria maravilhoso. Até mesmo um ou dois. Quanto tivermos, eu acho. Esse não tivermos nenhum, poderemos adotar.

   Alguma coisa estava errada, Gulf podia jurar. Quando as crianças foram jantar com os pais, ele e Mew comeram com Lhong e Art, que de repente estavam agindo mais como recém-casados do que ele é Mew. Art transbordava de entusiasmo quando falavam dos netos de Isogawa. Longe de afastá-lo dá ideia de ter filhos, o dia havia despertado seu apetite. E Lhong não parecia opor-se a ideia.

  Gulf estudou Mew em silêncio durante a refeição. Ele tomará mais sol nesse dia que nos outros. Não houve reuniões, apenas diversão e jogos na praia. Talvez tivesse pegado demasiado sol. Talvez não se sentisse bem.

— Penso que por hoje está bem — disse ele quando terminou de comer. — Tenho que fazer as malas antes que o voo saia amanhã. Você quer vir? — Perguntou a Mew. — Ou quer ficar aqui um pouco mais?

  Mew empurrou a cadeira para trás e se levantou.

  — Eu vou.

  Eles se despediram de todos. Lhong deu apertos de mão entusiasmados. Art abraçou Gulf e Mew com força e sussurrou:

  — Vocês são os melhores. Se tivermos um bebê, lhe daremos o nome de um dos dois.

  Gulf riu.

  — Acho que você devia discutir isso com Lhong, primeiro.

  O avião deles sairia de manhã bem cedo. Os outros ficariam outra semana, para terem um tempo juntos.

   Os Isogawa se inclinaram e depois abraçaram Gulf, provavelmente porque ele os abraçou primeiro.

  — Sei que talvez não seja o mais adequado a fazer — ele lhes disse. — Mas esta foi a semana mais maravilhosa da minha vida. Assim, Muito obrigado. Muito obrigado.

— Obrigado a você por tudo — disse o senhor Isogawa. — Você é parte de nanumi agora. Você regressará. — Depois ele fez uma reverência e apertou a mão de Mew. — Não é uma despedida. É um novo começo para todos nós. Eu lhe agradeço. Espero vê-lo logo em nanumi.

  Mew se inclinou e deu um aperto de mãos. Também disse obrigado. Inclinou-se para a senhora Isogawa, disse boa noite a todos os outros e saiu da sala com Gulf.

  Ele lhe ofereceu o braço para que ele não tropeçassem enquanto caminhavam pela trilha. Ele não falou. Nem Gulf. Gulf bebia a beleza, saboreava as memórias, sabendo que as recuperaria e as repassaria pela mente repetidas vezes.

  Mew abriu a porta da bure para ele. Gulf passou por ele para entrar, então se virou e o envolveu nos braços. Por um segundo Mew enrijeceu. Mas então os seus braços o envolveram com força e ele apenas ficou abraçado.

  — Foi maravilhoso — disse Gulf. — É maravilhoso.

  Mew lhe deu um pequeno aperto e descansou o rosto contra o cabelo dele. Apenas ficou ali, sem soltá-lo. Até que Gulf finalmente soltou-se e afastou-se meio passo para poder olhá-lo nos olhos.

  — O que está errado?

  — Nada. — Mew engoliu em seco. — Estou bem. Eu... — Ele parou, tomou fôlego, e começou outra vez. Parecia pálido e havia linhas de tensão em volta da sua boca. — O que você disse sobre filhos...

  Gulf riu.

  — Eu estava brincando! Não se preocupe. Não teremos oito.

  — Não, não teremos.

  — Mas quero que todos os que tivermos se separeça com você.

  — Não.

  — Sim. Eu sempre tive uma coisa com você. Toda a minha vida. E não posso imaginar nada mais maravilhoso que uma porção de pequenos malandros de cabelos escuros, exatamente iguais a você.

   Mew balançou a cabeça.

  — Não, eu não posso.

  — O que? — Gulf o olhou, espantado. — Não pode o quê?

— Não terei — corrigiu ele. — Não quero filho nenhum.

Bodas de FelOnde histórias criam vida. Descubra agora