Capítulo 4

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"Luke! Luke, graças aos deuses! Você está bem?"

Aemons salta da cama e salta para a porta antes mesmo que o meistre termine de abri-la corretamente. Ele estende a mão para Lucerys e Luke quase vacila para fora do caminho, mas Aemond deixa cair a mão e apenas olha para ele ansiosamente.

"Estou bem. Melhor do que ontem, pelo menos."

Felizmente, isso não é totalmente falso, Luke se sente melhor. Mesmo depois da longa e tortuosa caminhada subindo intermináveis ​​lances de escada, dos aposentos do meistre até o topo da torre-prisão. Os guardas atrás dele se ofereceram para carregar Luke, mas ele recusou, pegando o braço do meistre e parando frequentemente para recuperar o fôlego.

O bondoso velhinho está dando conselhos até agora, instando Luke a ter mais cuidado, a evitar agitação e movimentos bruscos. Ah, e certamente golpes na cabeça. Ele insiste nisso, pelo que parece ser a milésima vez desde ontem. Luke lança a Aemond um olhar implorando simpatia, mas o encontra se encolhendo. Isso é algo que ele nunca pensou em ver.

O meistre (Luke esqueceu seu nome e está muito envergonhado para pedir por ele, depois de todo o cuidado e compaixão que o homem lhe mostrou) voltou seus protestos para Aemond e ele está pedindo ao príncipe paciência e gentileza e que seja vigilante, também veja que o jovem príncipe Lucerys não venha a sofrer mais danos. Luke assiste incrédulo enquanto Aemond fica menor e mais envergonhado a cada palavra.

De sua parte, Luke está decidido a evitar mais bobagens e concentrar toda sua energia em escapar de Ponta Tempestade. Ele não vai muito longe neste estado, ele deve recuperar alguma força, pelo menos. E ele precisa de Aemond, goste ou não. Mas um olhar ao redor da sala o faz questionar se ele pode contar com seu tio para ser de muita utilidade.

Há uma pilha de entulho em um canto, madeira lascada e estofamento rasgado. Cacos de vidro e penas cobrem o tapete de Myr, Luke pode ver o espelho quebrado pendurado torto na parede, as cortinas da cama estão meio rasgadas, os restos de uma refeição estão espalhados no meio de louça quebrada. É como se uma tempestade tivesse soprado pela câmara e deixado para trás esse náufrago de olhos turvos e desgrenhados. Aemond tem a aparência de um animal que se chocou contra as barras de sua jaula uma vez demais. A maneira como ele fica ali, curvado sobre si mesmo, abraçando os cotovelos e balançando a cabeça em miserável concordância com o conselho do meistre, faz o coração de Luke dar um pulo. As mãos de Aemond estão arranhadas e rasgadas, os nós dos dedos machucados... e Luke de repente está tremendo de raiva. Se os guardas o feriram...

Aemond chama sua atenção e balança a cabeça, como se pudesse ler os pensamentos de Luke.

"Isso é tudo eu", ele acena com a mão em direção ao quarto devastado. "Eu perdi a paciência."

Tal eufemismo atrai uma risada silenciosa de Lucerys e até o meistre ficou em silêncio.

"Aemond, você está bem? Eles machucaram... houve algum problema?" Luke reformula suas perguntas, pensando nos guardas do outro lado da porta.

Aemond balança a cabeça novamente e se vira, escolhendo seu caminho descalço de volta para a cama com muito mais cuidado. É um pequeno milagre que ele não tenha pisado em nada pontiagudo, vendo como tudo o que poderia ser quebrado agora está espalhado pelo chão em pedaços brilhantes.

Luke troca um olhar silencioso com o meistre, então dá de ombros e vai atrás dele, mas o velho toca seu braço e o acena para mais perto.

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