<cacos de vidro: dois>

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oi! pois é, depois de cinco longos meses... eu apareci. esse capítulo estava sendo escrito há bastante tempo, mas mesmo quando eu terminei de escrever continuei achando que não estava tão bom. e honestamente talvez não esteja, mas gosto de alguns pontos nele e como toda história, precisamos de Momentos De Tensão. dito isso, TW, esse capítulo pode ser um pouquinho pesado pra quem assim como eu foi constantemente agraciado por um dote chamado mommy issues (mainha issues para os íntimos). anyways, espero que gostem. são 11k de palavrinhas :d

also, a música na mídia é a que toca no momento em que vocês verem uma menção à chuva.  a playlist completa de mev está no linktree, na minha bio!

por favor, deixem comentários pra que eu saiba como estou indo. boa leitura <3


🍯


e vc fede a cigarro, respondo, bloqueando o celular e engolindo um sorriso enquanto abro a porta do meu apartamento.

Meu sorriso morre assim que coloco os pés dentro de casa.

Tudo está assustadoramente limpo. O banco que eu coloquei na varanda pra tomar sol de manhã está agora perto da bancada, e a pia onde havia algumas vasilhas de arroz está vazia.

Eu odeio quando minha mãe vem me visitar. Ela tem a cópia da chave, então entra e sai quando bem entende, mexe em tudo como se a casa fosse dela, e tenho certeza que se eu abrir meu armário agora, o pote de arroz vai estar no lugar do pote de café porque segundo ela é assim que tem que ser.

Meus pais se separaram quando eu tinha quinze anos de idade. Eu lembro de não ter contado a ninguém porque senti vergonha. Não de ter os pais divorciados, mas sim porque o motivo das minhas lágrimas naquele dia vieram do fato de que eu teria de morar com a minha mãe.

Juro que ela não é um monstro. Quer dizer... ela é cruel, às vezes. Depois de adulta, eu meio que entendi. Ninguém gosta de uma mulher maluca, mas quem fez ela se sentir assim?

Me sinto culpada. Não só por deixá-la maluca, mas também por querer que ela vá embora.

Em silêncio, eu tiro minhas botas e as deixo perto da porta, caminhando descalça pelo piso de taco barulhento. Preciso tomar um banho e preciso dormir, mas ainda sinto meu corpo formigar pela noite que tive. Por alguns minutos eu questiono se a melhor decisão foi vir pra casa e não ceder a um certo par de olhos de dragão.

Numa tentativa de não deixar aquela sensação gostosa ir embora, eu pego meu celular de novo e me sento no sofá, apreciando o fato de que minha mãe ainda não veio tirar minha paz. Um sorriso ridículo surge no meu rosto assim que vejo suas outras mensagens, e é mais ridículo ainda quantas vezes eu assisti o vídeo dele cantando Getaway Car pra mim.

Porra, eu realmente caí no papo dele. No vídeo, eu vejo de perto cada palavra pronunciada pelos lábios que lamberam e chuparam os meus. Eu coro quando vejo ele encarando alguém além da pequena multidão de pessoas porque sei que a pessoa que ele estava procurando era eu. Eu.

Jimin, diz a nova mensagem em meu celular. Eu puxo minhas pernas para cima do sofá e apoio meu rosto sobre os joelhos, bloqueando a tela e fingindo que não me importo com o que quer que vai aparecer na tela dele, mesmo que eu sinta o sangue repuxar nas minhas veias. eu gostei pra caralho de conhecer você, a notificação surge na tela, iluminando meu rosto aquecido.

engraçado que vc só conheceu a minha boca né, respondo, porque sou insuportável e está começando a me preocupar o fato de que não consigo parar de sorrir. Ele realmente conheceu a minha boca, visto que os cantos dela não param de se erguer.

Jimin!, ele repreende. você entendeu o que eu quis dizer!

Isso engata em uma conversa sobre significados implícitos, conotações sexuais e como intolerância a lactose é simplesmente a revolta mais hilária que humanos como mamíferos podem ter. Eu não sei como exatamente vamos de um tópico até o outro, mas antes que eu perceba, está tarde pra caralho e eu ainda estou trocando mensagens com ele.

mel e vidro {minjoon}Where stories live. Discover now