Capitulo 13

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Obs: Este capítulo fora dedicado exclusivamente para Denise, para que todos os lados sejam muito bem esclarecidos.

Denise
Manhattan, 9:45 manhã. ( o dia do ocorrido)

Você vai continuar com essa merda Marcela? Eu já disse um milhão de vezes sobre eu não aguentar mais você enfornada naquele lugar e nunca ter tempo pra nada !
— Denise não adianta você vir com jogos psicológicos pra cima de mim, aquele restaurante não anda se eu não estiver lá!
— Mas seu irmão está assumindo agora! Deixa ele um pouco e vamos tirar férias! Quero poder conhecer praias com você, o litoral.
— Já conversamos sobre isso, meu Deus do céu, você pensa que foi uma escolha minha trabalhar igual uma louca? Eu queria sim que viajássemos, mas ainda não é o momento...
— Olha eu vou deixar muito claro pra você, se você não voltar pra casa cedo e mesmo depois de toda nossa conversa isso continuar, acabou! Eu não vou mais me humilhar pra você pedindo o mínimo que é atenção.
— Sabe o que você faz então? Pega suas coisas e vai embora, quando nos conhecemos você já sabia como era minha vida e aceitou porque quis, agora vir com jogos pra cima de mim querendo que eu faça x coisa se não você vai cair fora? É o cúmulo para mim aguentar. Não te seguro mais pra nada a partir de hoje, e se quiser que vá, porém não volte mais.
          Marcela repete aquilo com sua doma em seus braços e sai batendo a porta de casa, meus olhos se enchem de lágrimas e não me conformo com a maneira que estamos nos tratando. Eu já perdi as contas de quantas vezes eu tentei uma atenção ou tempo para fazermos algo juntas. Todas as noites parece que é um sexo rápido e depois voltamos para o cotidiano, quero muito mais que isso, quero recuperar de volta a nossa vida.
   Depois daquela cena toda, me recupero e subo para o quarto reforçar minha maquiagem, ao adentrar-me no banheiro vejo que em baixo de um frasco de perfume tem um papel que já foi amassado e retiro-o de lá. Tem um número de telefone marcado com uma caneta de ponta fina, os traços eram diferentes da letra de Marcela e porque estaria bem ali como se fosse escondido? Meus batimentos já começam a acelerar, pego meu celular e tremendo digito cada número. Aperto rapidamente para chamar e coloco em meu ouvido olhando para meu reflexo no espelho, chama várias vezes, mas ninguém me atende do outro lado da linha. Resolvo adiciona-lo para ver se no WhatsApp aparece algo e bingo! Não possui foto, mas o nome " Melanie " já entrega. Não acredito que de novo ela está conversando com ela, já cansei desse jogo e da última vez quase grudei ela pelos cabelos. A responsável por sempre por coisas na cabeça de Marcela e sempre que ela ficava estranha era depois de sair para conversar com ela, com certeza as nossas desavenças eram por isso e esse papo de só trabalhar para mim não caia de jeito algum. Resolvo mandar uma mensagem muito educada para aquela ridícula, para assim saber onde estava pisando novamente.

WhatsApp
Para o número: +1 212 745-9056
Quem é viva sempre aparece não é mesmo? Estava demorando para você reaparecer por aqui, saiba que eu já estou sabendo e que não foi de nada agradável a forma como chegou até mim. Já que você quer guerra, então teremos. Se eu souber de um A teu com a Marcela você vai engolir o alfabeto completo.

Digito aquilo me controlando ao máximo para não ser ainda mais direta e pego minhas chaves saindo trabalhar. Em meu carro jogo meu celular no banco ao lado e dirijo-me até meu estabelecimento. Na minha cabeça só passava tudo aquilo, era impossível manter meus pensamentos alinhados, pois conciliava tudo e nada fazia sentido, como que de repente voltaram a se falar? Por que ela não me avisaria sobre isso? Alguém estava me fazendo de otária e se realmente isso for verdade eu vou adorar mostrar quem eu sou. Chego em meu serviço adentrando-me e checando a cada cinco minutos se aparece alguma resposta. Vou até o balcão onde Luiza está e dou um bom dia um pouco forçado.
— Bom dia Denise, aconteceu alguma coisa ?
— Não, não. Quero que cancele minha agenda hoje, vou tirar o dia para resolver umas coisas.
— Você sabe que tem a senhorita Silver hoje não é?
      Fecho uma de minhas mãos sob minha testa e olho pra cima respirando fundo, aquela era uma das pacientes mais importantes da clínica e eu não podia cancelar de forma alguma.
— Quer saber Luiza, deixa tudo aí! Hoje vou atender todo mundo. Só por favor, peça um café daqueles fortes que o dia será longo, muito longo.
Entro em minha sala e em minha mesa abaixo o quadro em que Marcela e eu estamos. Olho para ele caído e o pego e coloco dentro da gaveta, não contente, retiro-o e jogo dentro do lixo e sento-me em minha cadeira. Numa fresta de segundos tenho diversas atitudes impulsivas, mas são tantos sentimentos que me cercam que não consigo controlar nada. Aquela vagabunda da amiga dela vai ter o que merece, nem que eu tenha que ir pessoalmente até a casa dela pra ela saber onde está pisando. Pego meu celular e resolvo ligar para Marcela, deixo no viva voz e começo a andar pelo espaço pequeno entre o balcão e a janela.
— Alô?
— Albert o que está fazendo com o celular da Marcela?
— Oi Denise, ela está ocupada.
— Pode por o celular perto dela? Preciso falar com urgência.
— Tem certeza que é urgente mesmo? Da última vez...
— Albert, por favor, só pede pra ela me ouvir!
Digo aquilo irritada e passo minhas mãos em meus cabelos.
— Denise, o que foi que aconteceu?
— Marcela, eu vou perguntar uma vez e aí de você se gaguejar comigo. Quando foi que começou essa putaria toda de voltar a amizade com aquela vagabunda da Melanie?
— Denise eu não estou crendo, que parei o que estava fazendo pra ouvir você me falar isso.
— Marcela, você não me respondeu! Estou com mais de dez clientes pra atender e deixei tudo pra tirar isso a limpo!
— Denise, eu nunca vou deixar de falar com a Melanie por sua causa, se você enfia coisas na sua cabeça o problema é todo seu!
— E você escondeu o número dela porquê embaixo do frasco de perfume? Você pensa que sou otária!
— Lógico que não escondi, você é doente! Estou voltando para a cozinha, tenho que trabalhar ao contrário de você...
— Você não desli...
E mais uma vez ela desliga o telefone na minha cara, mais uma vez fico sem respostas. Que merda eu sou na vida dela para nem ao menos me respeitar! Olho para a mensagem que mandei mais cedo para Melanie e vejo que não obtive nenhuma resposta. Fecho meus olhos e respiro fundo, o dia é longo e tenho muita, muita coisa pra fazer. Luiza entra na sala com meu café e já me avisa que uma das pacientes chegaram, apenas aceno com a cabeça e vou para o atendimento. A pior coisa era trabalhar com a cabeça cheia, mas sabia que não tinha escolha naquele momento.
Passo o dia todo fazendo preenchimentos labiais, analisando algumas pacientes com retorno e iniciando novos tratamentos em outras. A senhorita Silver que era uma das clientes mais exigentes e ricas que eu tinha também estava presente, o caso dela por ser mais detalhista demandava mais tempo e maior concentração da minha parte. Ela gostava de falar e falar o dia inteiro e eu apenas concordava não vendo a hora de olhar meu celular. Ao terminar com sete pacientes vejo que já excedeu meu horário para almoçar. Retiro meu uniforme e pego meu celular e a chave do meu carro.
— Luiza vou almoçar.
— Antes de ir deixa eu avisa-la, as duas pacientes da tarde desmarcaram, você tem apenas uma pós almoço.
— Ah é? Qual procedimento é o dela?
— Ela vai fazer peeling.
— É algo simples, fala para a Courtney assumir o pra mim. Beijos.
Saio da clínica e vou até o restaurante de Marcela, estaciono em minha vaga e ainda sem sair repasso meu perfume, para deixa-lo mais presente. Estava toda de preto com um salto, desço do carro e ajeito meu vestido colado. Abro a porta do restaurante e caminho até as mesas, quando vejo Albert próximo ao balcão no fundo.
— Oi Denise.
— Oi Bert, tudo bem?
— Sim, a Marcela né?
— Não, não eu quero uma mesa. Se conseguir já peça pra me trazer uma água com gelo e limão. Obrigada.
Sento-me próxima a janela, pego um espelho em minha bolsa e retoco meu batom. A água chega em menos de um minuto por um garçom e não demora segundos até ver Marcela se aproximar.
— Veio almoçar e nem me avisou?
— E preciso? Você vai se sentar pra conversar comigo ou vou ter que te esperar chegar em casa?
— Denise, por favor aqui não. Já disse pra você que a Melanie é minha amiga...
— Amiga o seu nariz! Você vai parar com essa palhaçada agora! Eu não vim aqui pra ser tirada de idiota.
— Se você se alterar aqui dentro, vou te deixar falando sozinha.
— Marcela, não estou brincando com você. Você sabe muito bem que todas as vezes que terminamos era com ela que você se envolvia.
— Eu apenas saía com ela, já te disse umas mil vezes que ela gosta de homem!
— E você de mulher! Não me testa, porquê o telefone dela estava num papel embaixo do perfume?
— De novo isso?
— Me responda!
— Eu nem me lembro de ter deixado lá Denise, ela veio aqui no restaurante ontem e como não tinha mais o contato ela me passou o número novo. Se fosse pra esconder de você eu nem teria colocado lá.
— Você vai embora?
— Quê?
— Que horas você vai sair? Quero fazer alguma coisa.
— Você é completamente bipolar, já disse. Tenho muito o que fazer hoje. Peça o que quer comer e depois vai pra casa, quando eu sair te mando mensagem.
— Eu avisei você que se não vir pra casa antes de escurecer acabou!
— Então faça o que quiser, preciso trabalhar. Até mais então.
Ela me deixa ali como sempre e vai até a cozinha, seguro meu copo com força e me controlo para não surtar ali dentro. Peço uma massa rápida para comer enquanto mando mensagens para Bethany, nossa amiga.
WhatsApp :
Para Bethany:
Oi Bethy, preciso de você. Consegue me ajudar?

Bethany digitando...
Oi Denise, o que houve?

Para Bethany:
Vem pra minha casa daqui a pouco, precisava desabafar sobre a Marcela. Não estou nada bem e precisava de um ombro amigo.

Bethany digitando...
Brigaram de novo? Já falei pra você cair fora dessa, vou te esperar lá então.

Termino meu almoço e aviso ao garçom para por na conta de Marcela. Saio de lá sem me despedir e vou pra casa, aquela história com Melanie me deixou perturbada, pois as duas já haviam se pegado uma vez antes de me conhecer e pra mim não existe essa de que nunca mais irá acontecer. É inadmissível aceitar uma amizade assim. Independente dela querer sair com metade dos homens da cidade, não suportava nem ouvir o nome daquela incrédula.
Me aproximo de casa e vejo Bethany encostada ao lado de seu carro. Desço quase chorando de raiva e a cumprimento com um abraço.
— Nossa como você está cheirosa, amei essa roupa.
— Obrigada, pena não receber certos elogios de quem eu precisava.
— Me fala o que houve de novo.
Abro a porta e sento com Bethany no sofá, estava precisando muito conversar com alguém, para ter certeza de que eu não estava ficando louca. Explico todo ocorrido para Bethany e quase chorando.
— Eu já não sei mais o que fazer Bethy, ela sabe que me dói essa amizade e mesmo assim prioriza.
— Sai fora dessa mulher, já falei pra você. Tem alguma bebida aqui? Quero que você fique bem e se distraia.
— Eu nem estou com cabeça pra beber e se ela chegar aqui vai acabar piorando se estivermos bebendo.
— Ué, o que tem a ver uma coisa com a outra? Sempre bebi com vocês e ela nunca disse nada. A Marcela nem tem ciúmes e mesmo se tivesse não tem nada a ver.
Acabo concordando com Bethany e pego um vinho do armário. Coloco na taça com alguns cubos de gelo e dou continuidade ao meu desabafo.
— É muito difícil pra mim ter que lidar com tudo isso, sempre pareço ser a louca da história. Porque sempre estamos brigando por algum motivo.
— Ela deveria valorizar quem tem do lado, você é um puta mulherão e se rebaixa assim, era pra ela te por num pedestal.
— Eu sei, ela está trabalhando agora e vai ficar até tarde mais uma vez, mesmo eu pedindo a ela pra vir mais cedo pra casa.
— Mais tarde que horas ?
— Eu não sei, as vezes ela vem depois das nove e outras quase uma da manhã.
— E você acredita que ela está trabalhando?
— Eu tenho acesso a câmera do restaurante então sei bem o que ela faz.
Ficamos jogando conversas afora, eu já estava na segunda garrafa de vinho e começando a ficar um pouco alterada. Olho para Bethany e a sinto um pouco próxima demais, com minhas mãos dou um toque leve em seu ombro na tentativa de afastá-la um pouco.
— Você fica muito sexy alterada sabia? Papo de amiga mesmo.
— Ah, obrigada. Melhor pararmos.
— Vai me dizer que está bêbada já ?
— Estou um pouco zonza apenas...
Ela se aproxima de mim e entrelaça uma de suas mãos por trás dos meus cabelos me puxando para sua boca, estava tão mole naquele momento que acabo cedendo sem forças para impedi-la. Tento pedir para ela parar, mas por ter um físico um pouco forte ela me puxa de uma forma em que não tenho muito movimento. Ela se deita no sofá e me joga por cima de seu corpo, com um pouco de força levanto me saindo de seu abraço e é quando ouço um barulho de porta se abrindo. Quando olho a minha frente, avisto Marcela com um buquê de rosas nas mãos e uma garrafa de vinho me olhando paralisada, com os olhos completamente congelados.
— Marcela, por favor me escute antes de qualquer coisa!

Sob seu caminho  ( Lésbico )  +🔞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora