6- As minhas assas de anjo.

73 13 109
                                    

Eu estava flutuando, literalmente.

Meu corpo pairava sobre a borda de um penhasco, o sol da tarde fazia a água do mar abaixo brilhar lindamente.

Eu não estava com medo, pelo contrário, nunca me senti tão tranquila na vida.

Liz

Minha paz foi abalada por uma voz doce e suave.

Liz... Acorda...

A voz continuou a me chamar, olho em volta, procurando pela voz de um anjo. Espera um anjo?

Acordo com um susto.

Minha visão está um pouco embaçado, tento me levantar, mas todo o meu corpo dói.

Olho em volta e desta vez estou na floresta, não me lembro quando cheguei aqui.

Minha cabeça está no colo de Hope, suas mãos estão massageando suavemente as minhas bochechas.

- Vai com calma. - Hope diz. Seu braço esquerdo vai para as minhas costas, me ajudando a levantar.

Minhas costas doem e minha visão parece piorar com a dor de cabeça.

O braço de Hope caí para a minha cintura, me mantendo firme no lugar.

Levo minhas mãos aos olhos em uma tentativa inútil de fazer a minha visão melhorar.

Tento falar alguma coisa, mas não consigo, minha garganta está cega e dolorida, como se eu tivesse passado horas gritando.

Olho em volta mais uma vez e com a minha visão embaçada, consigo ver velas no chão da floresta, está escuro e ventando, mas nenhuma delas está apagada.

São cinco velas, cada um em uma ponta de um grande pentagrama feito som cinzas.

Penso em como eu cheguei aqui, mas não consigo lembrar de nada e o esforço faz a minha cabeça doer ainda mais.

Olho para Hope, ela está preocupada e olhando para algo no meio das velas.

​​Volto meu olhar para o centro das velas, uma luz azul brilhante começa a se formar. Ela me lembra muito o azul dos espíritos.

A mais alguém além de nós na floresta, é a mesma garota da biblioteca.

- O que está acontecendo? - Forço a minha voz, ela sai rouca e nada parecido com a minha voz normal.

- Eu também gostaria de saber.

Olha para Hope, milhões de perguntas rondam as nossas mentes.

Penso em tentar dizer mais alguma coisa, mas um estranho e alto barulho vindo das velas, no centro do pentagrama a luz azul aumentou e se transformou, agora é um grande portal.

Um portal barulhento, vozes e gritos ecoam de dentro dele.

Ao lado do pentagrama, há alguns livros e a minha bolsa.

O que a minha bolsa estava fazendo aqui?

Tendo mais uma vez me lembrar do que aconteceu, mas não consigo lembrar de nada. Levo as minhas mãos a minha cabeça quando a dor aumentou.

- Liz? - Hope pergunta apreensiva e preocupada.

- Estou bem. - Afirmo. Escuto passos vindo em nossa direção. Olha para cima e vejo a garota da biblioteca.

Ela está vestindo uma calça jeans e uma blusa preta florida.

- Ela está bem?

- Sim!

- Não. - Hope diz por cima do meu "sim". Lanço um olhar descontente para Hope que apenas retribui com um olhar "eu estou certa".

- Não que eu queira atrapalhar essa incrível troca de olhares, mas nós temos um portal do véu aberto em nossas mãos.

Marcada pela Morte (Em Pausa Para Reescrever)Onde histórias criam vida. Descubra agora