XIV

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Sobre as areias da ilha lá estavam os sobreviventes Targaryen. Príncipe Viserys estava com os olhos avermelhados, o menino havia passado a madrugada inteira chorando, pois sor Arthur informou as crianças sobre o que aconteceu com Rhaella durante o parto. Visenya e Rhaenys de mãos dadas observavam os guardas colocarem com delicadeza a rainha sobre uma pilha de lenhas. A recém nascida Daenerys ficou no castelo aos cuidados de Adina.

Marilyn amarrou seu cabelo frouxo o suficiente para desarrumar, ela sentia-se tão vazia, perdida e desesperada por algo, talvez o que ela realmente queria era o colo de sua mãe. Arthur segurou a mão da lady, sem dizer nada ela apenas olhou para ele.

O meistre aproximou-se deles com um semblante triste, todos naquele momento estavam assim, nos últimos tempos muitas pessoas haviam sido assassinadas, como o príncipe Rhaegar, lady Lyanna também faleceu durante a batalha do Tridente, sem contar inúmeras outras pessoas.

–Minha senhora... –ele sussurrou, o que não adiantava pois as crianças olharam rapidamente. –deseja falar alguma coisa antes de... a senhora sabe.

Viserys cego pelas lágrimas olhou para Marilyn, ela entendeu que era de sua responsabilidade em decidir aquilo. Quando a lady retornou seu olhar para a pilha de lenha o céu mudou, aquele nublado mudou para um azul indescritível, ela sabia que até a própria rainha estando em outro plano, gostaria de uma despedida.

Suspirando ela segurou nas mãos das gêmeas e juntamente caminharam até a pilha de lenha, Viserys acompanhou atrás e sor Arthur ficou apenas olhando. Um dos guardas segurava ao lado do corpo da rainha uma tocha embebida em resina produzindo fogo.

–Aqui jaz Rhaella Targaryen, Rainha e Mãe para sempre. –ela fez uma pausa. –Sempre foi uma pessoa tão alegre, protetora e amorosa. E eu sei que ela não gostaria de nos ver sofrendo. –enquanto falava, Marilyn olhou para Viserys. –Existe um pequeno pedaço da senhora nessas crianças, sua lembrança continua viva em nossos corações.

Quando concluiu sua fala, a lady concordou com a cabeça para colocarem fogo no corpo da rainha. Quando o fogo tomou conta das lenhas, ganhou força, produzindo uma labareda enorme com luz e cor intensa. O vento balançava o cabelo das meninas, Visenya com os cabelos soltos desviava seu olhar daquela cena, não é fácil ver a pessoa que mais ama ser queimada. Rhaenys ao contrário, fez sozinha uma simples trança e séria olhava fixamente para as chamas, Viserys também.

–Vamos crianças.

Marilyn pegou nas mãos das gêmeas caminhando em direção ao castelo, mais atrás Arthur colocou uma de suas mãos no ombro de Viserys, acompanhando o jovem príncipe.

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Após o jantar que absolutamente ninguém daquele castelo comeu, Marilyn pediu para que as crianças fossem dormir com ela no mesmo quarto. Ao lado de fora continuava uma chuva calma fazendo com que tanto a pequena bebê Daenerys quanto as gêmeas dormissem. O fogo da lareira aquecia o ambiente e Viserys sentando próximo a uma das janelas olhava as gotas da chuva escorrendo pelo vidro.

–Cansado? –ela aproximou-se do príncipe.

–Não sei dizer ao certo. –o menino respondeu suspirando.

As três meninas Targaryen estavam deitadas na cama de casal de Marilyn e pelo pedido da mesma Arthur também estava no quarto.

–Eu sei o que você sente.

–Sabe?

–É o mesmo que senti quando perdi minha mãe. –ela respondeu sentando na cama, ficando próxima de Visenya que estava deitada em um sono profundo. –Você sente aquele vazio junto com a angústia, e eu nunca acreditava quando as pessoas diziam sobre aperto no peito até eu sentir. O meu coração doía tanto, queria ficar sozinha, e até não queria olhar para meu irmão caçula...

–Ela morreu no parto, não é? –o príncipe perguntou.

–Sim, mas não culpe sua irmã. Simplesmente teve que ser assim.

–Como vou viver sem minha mãe? –a coroa de Rhaella estava nas mãos dele.

–Você vai ficar bem, eu sei que vai. No início não é fácil... –ela ficou olhando a chuva através da janela. –você quer contar como foi seu dia, as coisas que você aprendeu a fazer, e contar sobre os belos pássaros que voavam no meio da floresta. Mas eu lhe garanto, que ela vai estar sempre te escutando.

–Eu espero muito que sim. –Viserys respondeu suspirando.

–Agora vá dormir.

O príncipe deitou nos pés da cama, as meninas eram pequenas ainda então havia muito espaço. Quando as crianças aparentavam estar em um sono profundo Arthur aproximou-se de Marilyn, ela ficou em pé.

–Precisamos sair daqui, agora mais do que nunca. –disse ele.

–Amanhã de manhã nós vamos. –a lady segurou nos braços fortes do guarda.

–Temo que Stannis Baratheon chegue...

–Vamos conseguir tirar as crianças daqui, eu prometo.

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Porto Real

Com o desfecho da batalha do Tridente, na qual Rhaegar Targaryen foi assassinado por Robert Baratheon. Tywin Lannister pai de Marilyn declarou lealdade ao rei Aerys, pedindo para que os portões fossem abertos.

O rei sentado no Trono de Ferro suspirava com certa raiva, cerca de doze mil soldados se apresentaram nos portões da cidade, Varys, o Grande meistre Pycelle e Jaime Lannister, se encontravam próximo ao rei.

–Meu rei, sugiro para que não abra os portões. –disse Varys.

–Não, não! –o Grande meistre retrucou. –Devemos abrir os portões.

–Se abrir os portões todos irão morrer! –respondeu Varys.

–Pois eu acho o contrário!

–Calem-se! –Aerys levantou-se do Trono. –Diga-me meistre, por que devemos abrir os portões?

–Bem... –o meistre pigarreou. –a guerra já foi perdida, meu rei. A casa Targaryen está acabando. Vamos abrir para os Lannister.

Jaime olhava para o rei.

–Pois muito bem! –disse Aerys. –Abram a cidade para os leões!

O rei começou a caminhar pelo castelo ansiosamente, até que viu em uma das janelas os Lannister iniciarem o saque em nome do rei Robert. Ao ver todos os soldados vestidos com mantos dourados e sacando todo local possível da cidade, Aerys estremeceu.

–ROSSART! –gritou o rei.

–Sim, meu rei. –aproximou-se um homem, o qual era a mão do rei.

–Incendeie a cidade!

Aerys seguiu para a sala do Trono e Rossart correu em direção a saída do castelo, mas Jaime não permitiu. Assassinando a mão do rei antes mesmo de conseguir sair do castelo.

Jaime sozinho entrou na sala do Trono, o rei sentado olhava em direção ao rapaz entrando, os olhos de Aerys ficaram ainda mais roxos do que costumava ser.

–Se renda. –disse Jaime.

–Nunca! –respondeu Aerys. –Mate seu pai, mate o exército. Os Targaryen nunca caíram!

Quando o guarda chegou perto o suficiente tirou sua adaga.

–Hoje é o seu fim! –Jaime atravessou sua adaga no peito do rei.

Pouco depois, Robert Baratheon reivindicou o Trono de Ferro. A Dinastia Targaryen, que reinava sobre os Sete Reinos por trezentos anos, chegava ao fim.


1080 palavras


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olá, amadinhos como estão?

então, esse é o penúltimo capítulo... muitas coisas irão acontecer no próximo e último capítulo!

que vcs n me matem, amém

──★ O RUGIDO DA LEOA | rhaegar targaryenWhere stories live. Discover now