𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒; 𝘯𝘰𝘢𝘩 𝘶𝘳𝘳𝘦𝘢

─ 🥀 phone call

. . .   ❝ 𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚 ❞ . . .

Fazia 4 anos que você havia perdido seu namorado em um acidente de carro, e hoje ele estaria completando 20 anos. E todos os anos você fazia a mesma coisa, ligava para ele e desejava feliz aniversário.

─ Bom dia meu amor, como anda as coisas por aí? Para ser sincera aqui não anda muito bem, as pessoas dizem que o tempo cura tudo, mas quanto mais o tempo passa mais eu sinto sua falta, sinto saudade de ter você aqui comigo. As vezes eu ligo para com a esperança que você vai atender o telefone e dizer "Relaxa meu amor, eu tô bem! Daqui a pouco chego em casa", eu ficaria cheia de raiva por você ter fingindo isso por 4 anos, mas seria a pessoa mais feliz por ter você de volta comigo  ─ Senti minha voz embargar mas respirei fundo e continuei ─ Hoje é seu aniversário, e você estaria fazendo 20 anos. Eu amava quando íamos ver as estrelas no seu aniversário, era um momento nosso, e também seu jeitinho de escapar das festas da sua mãe. ─ sorri fraco ─ Passei na casa da sua mãe hoje, dava para sentir a tristeza nos olhos dela enquanto ela via suas fotografias, mas também dava para sentir o orgulho dela por você, ela te amava Noah, ela ainda te ama, e eu também.

Encostei minha cabeça no travesseiro me segurando para não desabar ali mesmo, eu ia desligar o telefone, mas isso aconteceu

─ Eu também ainda amo vocês meu amor, não se esqueça de mim, e sempre que quiser lembrar de nós dois olhe as estrelas, era o nosso momento. ─ Logo depois a chamada foi encerrada

Era ele

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Seus olhos estavam inchados, vista embaçada e a cabeça prestes a explodir. Você estava inconformada, oque de fato aconteceu no dia interior? Tinha sido apenas um efeito do remédio?

Não

Você se negava a acreditar nisso, não era a primeira vez que você se dopava, e isso nunca aconteceu, não existia mais dúvida nenhuma na sua cabeça, era ele, ele estava vivo e você estava disposta a encontrá-lo

Você estava aparentemente acabada, com semblante triste, cheias de olheiras em seu rosto, mas desde que N/d se foi você não se preocupava mais com isso. Você se tornou uma pessoa triste, não costumava sair muito de casa, e quando saía era para visitar Wendy, mãe de N/d. Era ela que te dava forças nesse tempo difícil.

Você preferiu não contar a ela sobre o ocorrido, ela concerteza acharia que você está ficando louca. Você nunca saiu da fase de negação, por isso começou a se dopar, era a única forma de você sumir da realidade

O dia não estava sendo um dos melhores para uma viajem de carro, estava nublado e chuvoso. Mas você já tinha esperado 4 anos por aquilo, não ia deixar uma mísera chuva atrasar ainda mais

Você abriu a porta da frente com uma força além do que eu queria, fazendo-a bater na prateleira e derrubar algumas peças de cerâmica que estavam ali. Mas já não ligava, tudo que você queria era encontrá-lo o mais rápido possível.

O vento frio toca seu rosto e a chuva gelada molha grande parte do seu casaco, você corre até o carro e entra antes que a chuva te encharque por completo.

Você encosta a cabeça no banco e pensa um pouco no que está fazendo. Sua cabeça está girando e a única coisa que consegue ver são as gotas da chuva deslizando pelo vidro. Você passa a mão no rosto e esfrega os olhos para enxergar melhor, e felizmente funciona. Coloca a chave na inguinição e liga o carro, saindo da garagem.

Chegando lá você para o carro em um canto qualquer, não tinha mais desculpas. Respirou fundo e discou o número dele no telefone

─ Meu amor? Você está aí? Consegue me ouvir? Se você estiver de fato ouvindo isso, me dá algum sinal de que você ainda está vivo, você não sabe o quão ruim tá sendo esses dias sem você, parece que estou em um túnel sem fim, e a luz que eu preciso para sair dele é você! Volta para mim, por favor ─ Dava-se para sentir a dor em sua voz, seus olhos enchendo de lágrimas, tudo oque você mais queria, era poder ter ele contigo outra vez. ─ Só me dá um sinal para qu.. ─ você iria continuar, mas foi interrompida

─ Eu estou mais perto do que você imagina, meu bem ─ Aquela voz soou pelo telefone novamente, te causando arrepios. Essa era a prova de que N/d não estava morto, não é?

Você olhou pelo vidro do carro e avistou oque aparentava ser um rapaz, desceu do carro tão depressa que mal se importou com as gotas de chuvas caindo sobre seu corpo, olhou mais fixamente para o lugar e conseguiu ver um rapaz alto, vestindo uma blusa preta e uma bermuda branca.

A mesma roupa que ele vestia no dia do acidente

As lágrimas desceram descontroladamente pelo seu rosto, você não conseguia acreditar, era ele. Você finalmente teria ele de volta ao seu lado

Você correu até em direção a ele, sem nem se quer se preocupar em saber se era ele mesmo ou para onde estava indo, você só queria está lá e ter certeza que teria seu menino de volta.

Mas uma luz forte se aproxima, deixando sua visão embaçada. A última coisa que você conseguiu ver foi um carro vindo em sua direção