Capítulo sete

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[...]

Infelizmente o filho da puta careca não veio para a merda da prisão ver se a merda da retardada drogada estava bem. E o que ssio significa? Significa que eu não vou sair hoje. Talvez nem amanhã.

Castillo é um filho da puta vacilão que só aparece quando não é necessário, e quando é necessário, ele aparece e vai embora como se tivesse lembrado que deixou uma panela de arroz com milho no fogão.

No momento sigo aqui, olhando para os dois milhões de desenhos e mensagens de outras prioneiras com mentes conturbadas, ficando louca por não se é dia ou noite, já que a luz acende e apaga do nada.

A comida também é servida de forma aleatória, pelo menos sinto que como mais vezes do que estou lá fora. O lado bom de estar aqui, se é que posso chamar isso de bom, é que tenho mais tempo para assimilar e conectar tudo.

O mistério da semana e talvez de tudo é Macarena. Volta do nada, fica drogada do nada e tudo acontece do nada quando se trata dela. Deve estar ficando louca, mas esse comportamento ta afastando todos dela.

O que me resta é ficar aqui até uma pessoa milagrosa chamada Castillo resolver aparecer e procurar por mim. Só assim poderei tomar banho mais cedo que todos e comer a comida quentinha que é servida pra quem está na frente.

Como eu adoro a paz.

TROCA DE PERSONAGEM ON

— E você veio contar isso agora?! Sabe pelo menos se a mulher teve alguma sequela relacionada a isso? Porra, vocês são uns incompetentes de merda!

Os homens responsáveis por trazerem a ex-paciente Macarena Ferreiro, acabam de revelar que por descuido, bateu a cabeça da mulher fortemente no cilindro de oxigênio.

O lado ruim disso ter sido exposto agora é que a mulher já foi liberada, e qualquer alteração em sua personalidade não será mais tratável, já que não teremos mais acesso a ela.

O padrão do hospital em caso de negligência é reduzir o salário pelos próximos meses do anos, mas nesse caso em específico, eles serão demitidos e não poderão mais trabalhar no ramo.

— Você estão oficialmente demitidos! Foram negligentes e não sabemos se ela se tornou uma ameaça a sociedade ou uma ameaça a si mesma. — Após os dois assinarem a demissão, eles saem pela porta, com o salário dos dia trabalhados e suas coisas em mãos.

TROCA DE PERSONAGEM OFF

— Finalmente um copo de água, porra! Acha que só porque estou aqui que não preciso mais das necessidades básicas de um ser humano? Espero de coração que você se foda muito na vida, e se foda bem gostoso.

Falo para sei lá quem que esteja me entregando a comida, que depois de muitos tabuleiros, veio com um resto de água que nem para molhar a garganta dá. Além de vir num copo usado.

— Agradeça, idiota. Você está presa, esqueceu? Aqui não é hotel cinco estrelas, muito mais sua casa. Quem sabe se eu não cospi aí? Ou melhor, quem sabe se essa água não foi batizada? Eu teria cuidado... É de um estranho.

— Realmente, um completo estranho. Tão estranho que quando sua mão te teve, ela só não te deixou no orfanato por saber que ninguém iria adotar essa coisa horrenda que você é. É por isso que até hoje você se acha lindo, pelas palavras mentirosas de sua mãe.

A cela se abre, revelando um Fabio raivoso, segurando um cacete em uma mão e um frasco vazio em outra, indicando que minha água tinha realmente sido batizada.

— Sua mãe parece não ter te ensinado que aceitar coisas de estranhos é tão perigoso quanto entrar numa cova de leões... É uma pena que já tenha bebido, queria tanto experimentar sonífero também...

Começo a rir, e bem alto, para mostrar quem realmente está no comando desse conflito idiota.

— Acha que eu tenho medo de você Fabio? Sabe quantas pessoas tentaram me matar e acabaram caindo na própria armadilha? Sabe quantas pessoas tentam me manipular? Tentam me fuder? Você não é o primeiro, nem o último.

Pego o copo de água que estava perto de mim, conseguindo imobilizar o homem, fazendo-o beber o copo com o sonífero que ele mesmo colocou.

— Mamãe me disse que aceitar coisas de estranhos é perigoso, Fabio. Por que bebeu essa bebida? Você é tão teimoso... Mamãe não vai gostar de saber que seu filhinho é idiota a esse nível.

Rapidamente o homem apaga, enquanto saia da cela para provavelmente pedir ajuda.

Posso sim fugir daqui, pois a cela ficou aberta. Mas acha mesmo que eu vou? Vão me deixar por um ano se eu fugir, e passar um ano aqui seria uma das coisas que eu mais odiaria. A primeira é Macarena.

Para não deixar a cena do crime em meu território, arrasto o homem para mais longe da cela onde estou, colocando a bandeja de comida para dentro, fechando a porta novamente e me livrando do copo e do frasco de sonífero vazio.

É uma grande pena eu não poder acabar com a vida desse otário. Matar me deixa... feliz. Amo a sensação do sangue escorrendo em minha mão, do corpo desfalecendo no chão e do último suspiro.

Quando jovem eu deveria ter aproveitado e enfiado uma faca no pau do filho da puta que me engravidou, e deveria ter feito isso novamente quando ele tirou ela de mim. O que mais odeio é quando fazem isso, tratam as mulheres como bichos de procriar.

Não me arrependo de ter matado nem metade daqueles imbecis, mas me arrependo de ter sentido medo do que iria acontecer após, e isso me impediu de terminar vários serviços. Seria uma coleção de presunto.

E adivinha? Nada aconteceu. Apenas tiraram Fabio da cela e começaram a perguntar se haviam visto quem fez. E como a solitária só tem medrosa, ninguém contou nem que eu estava aqui dentro.

Agora voltando ao meu conflito interno com a mudança de personalidade da retardada... Eu preciso descobrir isso, e antes do meu plano de fuga.

Minha EsperançaWhere stories live. Discover now